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segunda-feira, 1 de março de 2010

O Santo do Algarve

Foi no Algarve em Olhão,
Parece mentira mas não,
O caso que eu vou narrar.
Esteve um corpo enterrado,
Trinta e três anos passados,
Sem nada lhe ter tocado,
É caso de admirar.

Pois tinha ela a mãe razão,
Ao dizer do coração,
Que ao morrer, morrera um santo.
Trinta e três anos passados,
Sem nada lhe ter tocado,
Causa ao mundo muito espanto.

Seus cabelos que cresceram,
Deveras não morreram,
Davam para entrançar,
E o fato e o calçado,
Tudo tão bem conservado,
É caso de admirar.

Disse ela quando morrer,
Que o seu maior prazer,
Seja o desejo satisfeito,
Do corpo a sua ossada,
Quer ser ela acompanhada,
Metam-lha no caixão com jeito.

Pobre mãe chegou-lhe a hora,
Coitada morreu agora,
Fugiu-lhe do olhar o brilho.
Trinta e seis anos passados,
Seus restos mortais levados,
Para a companhia do filho.

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