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quinta-feira, 11 de março de 2010

Romance da ceifa:
Silvana

Bem se passeia a Silvana,
Por aquele corredor acima,
Com uma guitarra nas mãos,
Muito bem que ela a cingia.
Vem lhe mirava o seu pai,
Do quarto onde dormia.
- Que é isso ó Silvana?
Que é isso filha minha?
-Casai-me meu pai casai-me,
Que idade já eu tinha,
Que as outras da minha idade,
Estão casadas têm família.
- Já falei com príncipes e duques,
Não achei quem te merecia
Só o conde de Albana,
Mas é casado e tem família.
- Pois era esse meu pai,
Era esse o conde que eu queria.
Daí a breves momentos
o conde à porta batia.
- Que me quer vossa alteza,
Que me quer vossa senhoria?
- Quero que mates a condensa,
Para casares com minha filha!
- Mas como a eu hei-de matar,
Se ela a morte não merecia?
- Tens de a matar sem remédio,
E por sina me trazes a língua!
Foi o conde para casa,
Foi louco da sua vida!
- Conta-me ó conde conta-me,
Conta-me a tua agonia!
- Vamo-nos sentar à mesa,
Que eu lá to contaria.
Estavam os dois à mesa,
Nem um nem o outro comia,
Mas conta-me ó conde conta-me,
Conta-me a tua agonia.
- Vamos passear ao jardim,
Que eu lá to contaria.
Andando os dois no passeio,
Mas o conde nada dizia.
- Mas conta-me ó conde conta-me,
Conta-me a tua agonia.
- Vamo-nos deitar à cama,
Que eu lá to contaria!
Estavam os dois na cama,
Nem um nem o outro dormia!
- Mas conta-me ó conde conta-me,
Conta-me a tua agonia.
- Pois quer el rei que te mate,
Para casra com a sua filha.
- Esse ladrão desse rei,
Pelha tem com gente minha,
Já mandou matar meu pai,
E dois lindos irmãos que eu tinha.
Estando eles nesta conversa,
Um anjo à porta batia,
- Conde não mates a condensa,
Não uses tal tirania,
Que el rei já está no inferno,
E a rainha sua filha.

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