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terça-feira, 29 de junho de 2010

Quadra Popular:

Adeus, adeus minha querida,
Adeus que me vou embora,
Vou daqui para a minha terra,
Vou adorar a quem chora.
Quadra Popular:

Adeus que me vou embora,
Adeus que embora me vou,
Vou daqui para a minha terra,
Que eu desta terra não sou.
Quadra Popular:

Adeus que me vou embora,
Para onde não to digo,
Se tu ficas com saudades,
Prepara-te e vem comigo.
Quadra Popular:

Todos os males se curam,
Com remédio s da botica,
Só a saudade não cura,
Quem a tem com ela fica.
Quadra Popular:

Se eu tivesse a certeza,
Que não te voltava a ver,
Mandava vir da botica,
Remédio para morrer.
Quadra Popular:

Ainda hoje não comi nada,
Se não lágrimas com pão,
Estes são os alívios,
Que esses teus olhos me dão.
Quadra Popular:

Já não tenho o coração,
Já mo tiraram do peito,
No lugar do coração,
Nasceu-me um amor perfeito.
Quadra Popular:

Não nasci para ser santa,
Para tal não tenho jeito,
Mas tenho para te oferecer,
Todo o amor que há no meu peito
.
Quadra Popular:

Adeus querido amor,
Amor da minha paixão,
Deus ainda há-de juntar,
Nós dois num só coração.
Quadra Popular:

Vou terminar este verso,
Que escrevi para ti amor,
Vivo triste sem alegria,
Não me deixes por favor.
Quadra Popular:

Andam quatro raparigas,
Para roubar o meu rapaz,
Ainda dou uma prenda,
Àquela que for capaz.
Quadra Popular:

Amas-me a mim amas outra,
Pensas que eu me desespero,
Ama quem for de teu gosto,
Amor de duas não quero.
Quadra Popular:

Brasileiro do Brasil,
Manda-me de lá um ramo,
Que eu sou rapariga nova,
Ainda não sei a quem amo.
Quadra Popular:

Brasileiro do Brasil,
Manda-me de lá um ramo,
Que eu sou rapariga nova,
Ainda não sei a quem amo.
Quadra Popular:

A azeitona caiu na água,
Embarcou foi para o Brasil,
Quem por mim perdia o sono,
Agora pode dormir.
Quadra Popular:

A azeitona já está preta,
Já se pode armar aos tordos,
Diz-me lá ó cara linda,
Como vais de amores novos.
Quadra Popular:

A azeitona miudinha,
Colhida uma a uma,
Estas meninas de agora,
Não têm vergonha nenhuma.
Quadra Popular:

A azeitona miudinha,
Colhida para o lagar,
É como a mulher bonita,
Todos lhe vão falar.
Quadra Popular:

Não se me dá de quem fala,
Nem de quem, me trás a infama,
Eu sou como a oliveira,
Em todo o tempo tem rama.
Quadra Popular:

Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira,
O meu amor é o mais lindo,
Que anda aqui na roda inteira.
Quadra Popular:

Á sombra da oliveira
Não se pode namorar,
Tem a folha miudinha,
Deixa entrar o luar.
Quadra Popular:

Oliveira lá do adro,
Não assombres a igreja,
Que nas eras em que estamos,
Ninguém logra o que deseja.
Quadra Popular:

Oliveira lá do adro,
Não lhe deiteis o pedão,
Toda a noite ilumina,
A Jesus em oração.
Quadra Popular:

Oliveira lá do adro,
Não lhe deiteis o machado,
Toda a noite alumia,
A Jesus sacramentado.
Quadra Popular:

Já que tu és cantador,
Vais-me responder à primeira,
Vais-me dizer em cantiga
Que préstimo tem a oliveira.
Quadra Popular:

Já que tu és cantador,
Vais-me responder com calma,
Vais-me dizer em cantiga,
Quem entrou no céu sem alma.
Quadra Popular:

Já que tu és cantador,
Responde-me lá a cantar,
Diz-me lá neste momento,
Quantos peixes há no mar.
Quadra Popular:

Vejo que não és cantador,
Não soubeste responder melhor,
Cada pessoa tem dois,
O do mundo é o do sol.
Quadra Popular:

Os olhos que há no mundo,
Bem mo podes dizer tu,
Cada pessoa tem dois,
Três com o olho do cu!
Quadra Popular:

Já que tu és cantador,
Vais-me responder profundo,
Vais dizer em cantiga,
Quantos olhos há no mundo.
Quadra Popular:

Boa noite cantador,
Deus te cubra de bênção,
A ti e à tua família,
E à humana geração.
Quadra Popular:

Se me deres um bofetão,
Três ou quatro vais levar,
Pois foi sempre o meu costume,
De pagar e repagar.
Quadra Popular:

Aqui me tens de pé quêdo,
Como os santos no altar,
Se me deres um bofetão,
Três ou quatro vais levar.
Quadra Popular:

Boa noite meus senhores,
Eu estou agora a chegar,
Se é tarde mandai-me embora,
Se é cedo mandai-me entrar.
Quadra Popular:

Eu peço ao bendito povo,
Licença para cantar,
E a todos peço desculpa,
Se nalgum ponto falhar.
Quadra Popular:

Quando sai de minha casa,
A meu pai pedi a bençã,
Para cantar neste auditório
Ao povo peço licença.
Quadra Popular:

Quando sai de minha casa,
Por meu pai recomendado,
Ó filho respeita a todos,
Se queres ser respeitado.
Quadra Popular:

Chamaste-me sem vergonha,
E eu bastante incomodado,
Quem me a mim chama sem vergonha,
Dá-me títulos de morgado.
Quadra Popular:

Há muita gente que diz,
Que o fadista é desgraçado,
Eu sinto-me muito feliz,
Por saber cantar o fado.
Quadra Popular:

Vivo para aí na viela,
Como o vento desprezado,
De um balcão para a janela,
Dando beijos canto fado.
Quadra Popular:

Canta o fado à desgarrada,
Não o cantes só uma vez,
Quatro ou cinco não é nada,
Sete ou oito, nove ou dez.
Quadra Popular:

Canta, canta, cantador,
Tu tens uma linda voz,
Pareces um grilo a cantar,
Dentro da casca da noz.
Quadra Popular:

O cantar é para quem sabe,
Para mim e para mais alguém,
O muito cantar enfada,
O pouco parece bem.
Quadra Popular:

Quero cantar, quero rir,
Que a tristeza nada tem,
Eu nunca vi a tristeza,
Dar de comer a ninguém.
Quadra Popular:

Cantemos vivamos isto,
Já que outra vida não temos,
Anda a morte pelo mundo,
Cedo nos apartaremos.
Quadra Popular:

A cantar ganhei dinheiro,
A cantar se me acabou,
O dinheiro mal ganhado,
Água o deu, água o levou.
Quadra Popular:

Se o cantar desse dinheiro,
Também eu seria rico,
Mas o cantar não dá nada,
Se sou pobre, pobre fico.
Quadra Popular:

Cantar bem ou cantar mal,
É uma prenda bonita,
Não empobrece ninguém,
Assim como não enrica.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quadra Popular:

Era o vinho era o vinho
A coisa que ela adorava,
A velhota levou-o para a cova,
Nem já morta a pinga deixava.
Quadra Popular:

Despedida, despedida,
Agora não canto mais,
Já me dói o céu da boca,
E a garganta muito mais.
Quadra Popular:

Se quereis que eu cante bem,
Dai-me vinho e dinheiro,
Que esta minha gargantinha,
Não é fole de ferreiro.
Quadra Popular:

Se quereis que eu cante bem,
Dai-me uma pinga de vinho,
O vinho é coisa santa,
Faz o cantar delgadinho.
Quadra Popular:

Quero morrer numa adega,
Com um copo de vinho na mão,
A adega é o cemitério,
O tonel é o caixão.
Quadra Popular:

Minha sogra quando morreu,
Levou o diabo com ela,
Deixou-me as chaves da adega,
Mas o vinho bebera-o ela.
Quadra Popular:

Minha sogra quando morreu,
Levou o diabo com ela,
Deixou-me as chaves da adega,
Mas o vinho bebera-o ela.
Quadra Popular:

Minha sogra no domingo,
Não tinha que por na mesa,
Cortou as patas ao pato,
Fez cozido à portuguesa.
Quadra Popular:

Minha sogra morreu ontem,
Deus a leva ao paraíso,
Deixou-me uma saia rota
Não posso chorar com o riso.
Quadra Popular:

A língua da minha sogra
Tem um metro e quarenta,
Foi forrada com salamandra
E polida com pimenta.
Quadra Popular:

Os teus olhos são brilhantes,
A tua face é de veludo,
Os teus lábios são vermelhos,
És bonito como tudo.
Quadra Popular:

Os teus olhos são brilhantes,
A tua face é de veludo,
Os teus lábios são vermelhos,
És bonito como tudo.
Quadra Popular:

Eu sou pobre e tu és pobre,
Nós somos pobres os dois,
Á vezes casam-se os pobres,
Chegam a ricos depois.
Quadra Popular:

Não me queres por ser pobre,
Eu a ti por ser judeu,
Vê lá a diferença
Do teu sangue para o meu.
Quadra Popular:

Tu dizes que não me queres,
Com essa tentação estou,
Também não te quero a ti,
Assim pobre como sou.
Quadra Popular:

Tu dizes que não me queres,
Porque não tenho fazenda,
Vai dar uma volta à tua,
E depois mostra-me a renda.
Quadra Popular:

Tu dizes que não me queres,
Eu também não te mereço,
Ainda espero gastar,
Pano de mais alto preço.
Quadra Popular:

Julgavas que era o teu amor,
Bem te engana a presunção,
Noutros castelos mais altos,
Navega o meu coração.
Quadra Popular:

Quando eu era mais criança,
Eram brinquedos sem maldade,
Brincava agora não brinco,
Porque não tenho vontade.
Quadra Popular:

Raparigas do meu tempo,
Rapazes da mesma idade
Casai-vos com trinta anos,
Gozai bem a mocidade.
Quadra Popular:

Ó que ranchinho de moças,
Ó que bela mocidade,
Criadinhas numa ladeia,
Parecem de uma cidade.
Quadra Popular:

O meu amor e o teu,
Andam ambos na ribeira,
O meu colhe a erva cidra,
E o teu a erva-cidreira.
Quadra Popular:

Maria minha Maria,
Meu pucarinho de cheiro,
Andam toas à profia,
Para enganar o Zé moleiro.
Quadra Popular:

Cantai, bailai raparigas,
Abanai o farrumeiro,
A que não canta nem dança,
É a que o dá primeiro.
Quadra Popular:

Cantai, bailai raparigas,
Guardai o que vosso é,
A que não canta nem dança,
Também lhe escorrega o pé.
Quadra Popular:

Cantigas são meninices,
São falas que leva o vento,
Quem se fintar em cantigas,
É louco perde o seu tempo.
Quadra Popular:

Todo o rapaz que não tem,
Três ou quatro raparigas,
Não é rapaz não é nada,
É um rapaz sem cantigas.
Quadra Popular:

Se eu soubesse o pai-nosso,
Como sei cantar cantigas,
Andava sempre a rezar,
Por alma das raparigas.
Quadra Popular:

Venho o copo, venha o vinho,
Venha mais meia canada,
Sem beber vinho não canto,
Cantigas à minha amada.
Quadra Popular:

Venho o copo, venha o vinho,
Venha mais meia canada,
Eu sem o copo não bebo,
Sem ovinho ao canto nada.
Quadra Popular:

Se eu soubesse namorar,
Como sei cantar à vela,
Eu já tinha namorado,
A filha do rei mais velha.
Quadra Popular:

Cantigas ao desafio,
Comigo ninguém as cante,
Já tenho quem mas ensina,
O meu amor que é estudante.
Quadra Popular:

Meia noite, toda a noite,
Sou eu capaz de cantar,
Cantigas ao desafio,
Sem nunca me enganar.
Quadra Popular:

Rua a baixo, rua a cima,
Jogando a minha navalha
Não tenho medo de ninguém
Eu desafio a canalha.
Quadra Popular:

O meu pai era Jacob,
Minha mãe a Miquelina
Que Deus queira, que não queira,
Não vais a ficar por cima.
Quadra Popular:

Já fui militar em Braga,
Já vesti calça de lista,
Também me tenho batido,
Com galos de melhor cristã.
Quadra Popular:

Sei um carro de cantigas,
E quarenta canivetes,
Tem cuidado com um cantador,
Vê com quem te metes.
Quadra Popular:

Sei um carro de cantigas,
Ainda mais um guardanapo,
Cala-te lá ó menina
Antes que eu desate o saco.
Quadra Popular:

Sei um carro de cantigas,
Ainda mais um saquitada,
Eu começo à meia-noite
E acabo de madrugada.
Quadra Popular:

Sei um carro de cantigas,
Ainda mais um saquitada,
Se hoje as canto todas
Amanhã não canto nada.
Quadra Popular:

Sei um carro de cantigas,
Ainda mais um saquitinha,
Quando as quero cantar,
Desato a baracinha.
Quadra Popular:

Vai de roda, vai de roda,
Cada um sua cantiga,
Eu já cantei a minha
Que a necessidade me obriga.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quadra Popular:

Já cantei uma cantiga,
Com esta já lá vão duas,
Eu não canto mais nenhuma,
Sem ouvir uma das tuas.
Quadra Popular:

Cantai raparigas todas,
Ajudai-me sequer uma,
O cantar e ser alegre,
Não é desonra nenhuma.
Quadra Popular:

Cantai raparigas todas,
Rapazes cantai com elas,
Olhai para elas todas,
E namorei só uma delas.
Quadra Popular:

O cantar é para quem sabe,
Para mim e para mais alguém,
Diz sempre quem está ouvindo,
Cantas bem filho da mãe.
Quadra Popular:

Eu cantar cantava bem,
Quem me ouve bem me entende,
Deus em deu a habilidade,
De comprar a quem me vende.
Quadra Popular:

Quero cantar e não posso,
A garganta não me ajuda,
Hei-de-a mandar limar,
Com uma laranja madura.
Quadra Popular:

Queria cantar e não posso,
Maldita esta rouquidão,
Que não me deixa cantar,
Satisfazer minha paixão.
Quadra Popular:

Ai de mim que eu já não canto,
Como antigamente cantei,
Bebi água em vinhais,
Minha garganta estraguei.
Quadra Popular:

Vou cantar uma cantiga,
Há muito que não cantei,
Eu vou ver a minha voz
Se ainda está como a deixei.
Quadra Popular:

Não canto por bem cantar,
Nem pelo bem que parece,
Eu canto para aliviar,
Meu coração que padece.
Quadra Popular:

Julgavas que por eu me rir,
Já me tinhas na mão,
Eu não sou tão rabaceira,
Que colha a flor do chão.
Quadra Popular:

Julgavas que por eu me rir,
Que já me levava o vento,
Noutro castelo mais alto,
Navega o meu pensamento.
Quadra Popular:

Semeie, semeie
E gostava de colher,
Semeie amores novos,
Não me quiseram nascer.
Quadra Popular:

Julgavas que eu te queria,
Meu pinheiro apagado,
Sempre gostei de trazer
Um patego enganado.
Quadra Popular:

No alto daquela serra,
Está um pinheiro a arder,
Eu passei no meio dele,
Somente para te ver.
Quadra Popular:

Fiz a cama na Moreira,
E a travesseira na lua,
Vai amor onde quiseres,
Descansa que eu já sou tua.
Quadra Popular:

Fiz a cama na Moreira,
Pus o travesseiro no vento,
Agora estou bem certa,
Quem desengana é o tempo.
Quadra Popular:

Fiz a cama na Moreira,
Com intenção de madrugar,
Veio o vento embanou-me,
Estava bem deixei-me estar.
Quadra Popular:

Ó alto pé de Moreira,
Onde canta a galinhola,
Nunca te tomei amores,
Para tos perder agora.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio
Dá-lhe o vento remanceio,
Quem tem um amor bonito,
Risse de quem o tem feio.
Quadra Popular:

A nogueira é segredo,
O segredo está na noz,
Chamaste-me a mim doidinha,
Não endoideci por vós.
Quadra Popular:

Fui aos figos à figueira,
Corria-a de ponta em ponta,
Quem eu quero não me quer,

Quem me quer não me faz conta.
Quadra Popular:

Loureiro verde loureiro,
Seca seja a tua rama,
Ainda era tão novinha,
Já me trazias a enfama.
Quadra Popular:

Se o loureiro não tivesse
Pelo meio tanto guiso,
Da minha janela via,
Os olhos ao meu enguiço.
Quadra Popular:

Não há roxo como o lírio,
Nem verde como o loureiro,
Nem vermelho como o cravo,
Nem amor como o primeiro.
Quadra Popular:

Debaixo da trovisqueira,
Saiu a perdiz cantando,
Ela cantando dizia,
É mundo vamos andando.
Quadra Popular:

O tojo é o que pica,
A silva é a que prende,
Amor firme é o meu,
O teu é o que se rende.
Quadra Popular:

O tojo é o que pica,
A silva é a que prende,
Amor firme é o meu,
O teu é o que se rende.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quadra Popular:

A larica é erva má,
Que engata pelo centeio,
É como o génio dos homens,
Dos quais tenho receio.
Quadra Popular:

A larica é erva má,
Que engata pelo centeio,
É como o génio dos homens,
Dos quais tenho receio.
Quadra Popular:

A margaça, é erva má,
Que picou a minha mão,
Também aos homens lhe pica,
A maldade no coração.
Quadra Popular:

O cravo caiu do alto,
Desfolhou-se na parede,
A salsa de saudade,
Logo se vestiu de verde.
Quadra Popular:

Já te mandei fazer um ramo,
De açúcar, café e chã,
Já te amei, já te não amo,
São voltas que o mundo dá.
Quadra Popular:

Dizeis que a ruda amarga,
Que vos a deu a beber?
E os segredos d e meu peito,
Quem vos los deu a saber?
Quadra Popular:

Eleito que te alias-te
Ao mais alto acipestre,
Eu queria aliar contigo,
Eleito tu não quiseste.
Quadra Popular:

Amar e saber amar,
Qual o amante que faz isso,
Amar com lealdade,
Só eu nasci para isso.
Quadra Popular:

Cravo branco, almirante,
Posto na mesa do rei,
Tira de mim o sentido,
Que eu de ti já o tirei.
Quadra Popular:

Tu andas todo contente,
Com amores que eu rejeitei,
Gozam-lhe outros a rama,
Que o fruto eu o gozei.
Quadra Popular:

Altas torres tem seu peito,
Nessas torres já eu me vi,
Tinham alicerces falsos,
Ora subi logo cai.
Quadra Popular:

Foste falar com o meu pai,
Sem saberes se queria eu,
Em tudo governa ele,
No amor governo eu.
Quadra Popular:

Foste falar com o meu pai,
Sem saberes se queria eu,
Em tudo governa ele,
No amor governo eu.
Quadra Popular:

Eu hei-de-te amar aos meses,
Aos dias e às semanas,
Eu hei-de casar contigo,
Para não fazer duas camas.
Quadra Popular:

De manhã eu fiz a cama,
Esqueci-me do lençol,
A cama sem rapariga,
É como o dia sem sol.
Quadra Popular:

Ao passar à tua porta,
Escorreguei cai na lama,
Quem me dera de cair,
Nos lençóis da tua cama.
Quadra Popular:

Á minha porta faz lama,
Á tua faz um lameiro,
Quando olhares para mim,
Olha para ti primeiro.
Quadra Popular:

Tu não viste o que eu vi,
Lá no Rio de Janeiro,
Um macaco sem orelhas,
A servir de carpinteiro.
Quadra Popular:

Da minha porta à tua,
Vai o salto de uma rã,
Diga-me lá ó menina,
Se o seu ninho já tem lã.
Quadra Popular:

Da minha porta à tua,
Vai o salto de uma cobra,
Quanto mais tua mãe te ralha,
Mais meu coração te adora.
Quadra Popular:

Da minha porta à tua,
Vai o salto de uma cobra,
Ainda espero chamar,
Á tua mãe minha sogra.
Quadra Popular:

Mal o haja a tua casa,
Que nem um retiro tem,
Não posso falar contigo
Por causa da com tua mãe.
Quadra Popular:

O amor é como o gato,
Que arranha dois corações,
Vai-te embora, sape gato,
Não quero mais arranhões.
Quadra Popular:

Minha mãe venha cá ver,
O que está no monte da lenha,
É o gato da vizinha,
Há espera que a gata venha.
Quadra Popular:

É bem tolo é bem néscio,
Quem por amores se empenha,
Sem primeiro reparar,
Em que mato corta a lenha.
Quadra Popular:

Trocaste-me a mim por outro,
Eu não sei que ar te deu,
Mas eu estou muito contente,
Ela não é melhor do que eu.
Quadra Popular:

Trocaste-me a mim por outro,
Trocaste-me por dinheiro,
Eu a ti não te trocava,
Nem pelo mundo inteiro.
Quadra Popular:

Trocaste-me a mim por outro,
Eu bem sei que me trocas-te,
Só gostava de saber,
Quanto na troca ganhas-te.
Quadra Popular:

Ó falsa, três vezes falsa,
Deixa-me dizer assim,
Ó falsa que em vendes-te,
Quanto te deram por mim?
Quadra Popular:

O rouxinol quando bebe,
Na fonte da água corrente,
Deixa a pena com que eu escrevo,
Cartas ao amor ausente.
Quadra Popular:

Atirei com uma pena ao ar,
Caiu no chão fez o “i”,
Ande lá por onde andar,
Nunca me esqueço de ti.
Quadra Popular:

Escrevia-te uma carta,
Se tua soubesses ler,
Mas tu dá-la a ler a outrem,
Isso para mim é morrer.
Quadra Popular:

Ó meu amor de tão longe,
Passa o mar e vêm-me ver,
As cartas não valem nada,
Para mim que não sei ler.
Quadra Popular:

Namorei um rapazinho,
Do colégio militar,
Mas o ladrão do garoto,
Só estava bem a beijar.
Quadra Popular:

Menina não se namora,
Do rapaz que é militar,
Acaba a tropa e vai-se embora,
E a menina fica a chorar.
Quadra Popular:

Menina não se namora,
Do criado de servir,
Acaba o mês vai se embora,
E a menina vê-o ir.
Quadra Popular:

Já fui mar, já fui navio,
Já fui meio marinheiro,
Já servi o rei de graça,
E agora nem por dinheiro.
Quadra Popular:

Coitadinho de quem tem,
Amores em terra alheia,
Passa o tempo no caminho,
E à noite fica sem ceia.
Quadra Popular:

Ao passar a ribeirinha,
Pus o pé molhei a meia,
Não casei na minha terra,
Fui casar a terra alheia.
Quadra Popular:

A água daquele rio,
Rega naquela cidade,
Eu por dinheiro não troco,
Amor da minha vontade.
Quadra Popular:

Do outro lado do rio,
Tem meu pai um castanheiro,
Dá castanhas em Agosto,
Uvas brancas em Janeiro.
Quadra Popular:

Do outro lado do rio,
Nem chove nem cai orvalho,
Menina que há-de ser minha,
Não me dê tanto trabalho.
Quadra Popular:

Amores de além do rio,
Não os quero nem de graça,
Eles põem por desculpa,
É rio que se não passa.
Quadra Popular:

Amores de além do rio,
Não os quero por dinheiro,
Cada vez que vou e venho.
Dou três vinténs ao barqueiro.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Quadra Popular:

Ó rio não levas água,
No fundo só vejo pedras,
Já não és o meu amor,
Já se acabaram as guerras.
Quadra Popular:

Atirei e não matei,
Ó mal empregado tiro,
Ó mal empregado tempo,
Que eu passei de amores contigo.
Quadra Popular:

O amor que tu me tens,
E o que me virás a ter,
Cabe na folha da urze,
E não se vai encher.
Quadra Popular:

O amor que tu me tens,
Cabe na folha da malva,
Um amor tão pequenino
E uma folha tão larga.
Quadra Popular:

A flor da malva é roxa,
Ninguém o pode duvidar,
Se eu nasci para ti,
Que desculpa hei-de dar.
Quadra Popular:

De baixo da malva rocha,
Anda o amor encoberto,
Todos dizem que o tenho,
Mas ninguém o sabe ao certo.
Quadra Popular:

Eu não sei que simpatia,
Teus olhos comigo têm,
Quando estou junto de ti,
Não me lembra mais ninguém.
Quadra Popular:

Eleito que te alias-te
Ao mais forte arvoredo,
Eu queria aliar-me contigo,
Da tua mãe tive medo.
Quadra Popular:

Algum tempo para eu te ver,
Eu ia de noite à fonte,
Agora peço a Deus,
Que nem de dia te encontre.
Quadra Popular:

Vai-te deitar que são horas,
Passarinho do ladrão,
Não sejas alcoviteiro
Das moças que à fonte vão.
Quadra Popular:

Tendes negrilhos à porta,
Quem tem negrilhos tem sombra,
Bem podias ó menina,
Sair comigo à ronda.
Quadra Popular:

Esta noite fui à ronda,
Ao redor da varandinha,
Não achei com quem rondar,
Tive de rodar sozinha.
Quadra Popular:

Eu passei à tua porta,
Pela cantada do galo,
Ouvi-te dar um suspiro,
Quantos tu terias dado.
Quadra Popular:

O ladrão do negro melro,
Toda a noite assobiou,
Pela fresca madrugada,
Bateu asas e voou.
Quadra Popular:

Rouxinol de bico preto,
Não contes à minha amada,
Que eu passei à porta dela,
Às quatro da madrugada.
Quadra Popular:

O ladrão do negro melro
Toda a noite repiupiu,
Pela fresca madrugada,
Bateu asas e fugiu.
Quadra Popular:

Eu pus-me a contar as estrelas,
Com a ponta da varinha,
Comecei à meia-noite,
E acabei de manhãzinha.
Quadra Popular:

Eu pus-me a contar as estrelas,
Com a ponta da espada,
Comecei à meia-noite,
Acabei de madrugada.
Quadra Popular:

Eu pus-me a contar a s estrelas,
Só a do norte deixei,
Por ser a mais pequenina,
Contigo a comparei.
Quadra Popular:

Olha para aquela lua,
Como vai enramalhada,
Por fora tudo são rosas,
Por dentro prata lavrada.
Quadra Popular:

Olha para aquela lua,
Como vai de bonitinha,
Por fora tudo são rosas,
Por dentro prata fina.
Quadra Popular:

Em dia de céu claro,
Se escutares chover,
Olha que são os meus olhos,
Com saudades de te ver.
Quadra Popular:

Pelo céu vai uma nuvem,
Todos olham bem a vi,
Todos falam e murmuram,
E ninguém olha para si.
Quadra Popular:

Está o céu enublado,
Ao redor copos de vidro,
Não me sigas os meus passos,
Olha que é tempo perdido.
Quadra Popular:

Está o céu enublado,
De mais não há-de chover,
O meu amor está doente,
Mas não é para morrer.
Quadra Popular:

Está o céu enublado,
Está para chover e não chove,
O meu amor está doente,
Está para morrer não morre.
Quadra Popular:

Duas coisas há neste mundo,
Que eu não consigo entender,
Ser padre e ir para o inferno,
E ser doutor e morrer.
Quadra Popular:

Quatro cantos tem a sala,
Quatro velas estão a arder,
Quatro anjos me acompanhem,
Se eu esta noite morrer.
Quadra Popular:

Quem não quer amar a Deus,
Não diga que não tem tempo,
Pode andar a trabalhar,
Com Jesus no pensamento.
Quadra Popular:

Meu amor vamos rezar,
Juntos uma Ave-maria,
Em louvor do passatempo,
Que passámos algum dia.
Quadra Popular:

De baixo da cruz bendita,
Ressuscita a bela aurora,
Julgo que é tempo perdido,
Repreender quem namora.
Quadra Popular:

Nem meu pau, nem minha mãe,
Nem oitenta confessores,
Me hão-de proibir
De falar com os meus amores.
Quadra Popular:

Meu amor vamos rezar,
De mãos erguidas para os céus,
Tu rezas pelos meus sonhos,
Eu vou rezar pelos teus.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Quadra Popular:

O meu amor foi-se e disse-me,
Que eu por ele que não chorasse,
Que não lhe causasse penas,
Que o não mortificasse.
Quadra Popular:

O meu amor foi-se, foi-se,
Fez feitio de rapaz,
Eu de enraivada lhe disse:
Vai-te que tu tornarás.
Quadra Popular:
O meu coração fechou-se,
Fechou-se já se não abre,
Quem o fechou ausentou-se,
Era seu levou a chave.
Quadra Popular:
Toma lá meu coração,
E as chaves par o abrir,
As cordas para o prender,
Se um dia te fugir.
Quadra Popular:
Toma lá meu coração,
E as chaves para o abrir,
Não tenho mais que te dar,
Nem tu mais que em pedir.
Quadra Popular:
Toma lá meu coração,
Se o quiseres matar podes,
Olha que estás dentro dele,
Se o matares também morres.
Quadra Popular:
Tenho o coração partido,
Ás ronxas como o marmelo,
Meu coração tenho aqui,
Meu pensamento onde quero.
Quadra Popular:
Se as saudades matassem,
Muita gente morreria,
Eu seria dos primeiros,
Que a morte levaria.
Quadra Popular:
Tenho o coração partido,
Que mo partiram as aves,
As aves que mo partiram,
Foram tuas saudades.
Quadra Popular:
Saudades de ti amor,
Trazem meu peito aberto,
Ó meu amor de tão longe,
Quem te trouxe aqui tão perto?
Quadra Popular:
Adeus que me vou embora,
Para nós não há remédio,
Se tu ficas com saudades,
Olha que eu também a s levo.
Quadra Popular:
Eu não quero nem brincando,
Dizer adeus a ninguém,
Quem parte leva saudades,
Quem fica saudades tem.
Quadra Popular:
Dizem que saudades não matam,
Mas chegam à sepultura,
Toma amores e põe-te ausente,
Virás quanto a vida dura.
Quadra Popular:

Dizem que saudades não matam,
Mas chegam ao coração,
Toma amores e põe-te ausente,
Verás se mata ou não.
Quadra Popular:

Saudade de três dias,
Para mim são três semanas,
Eu não posso resistir,
Com as saudades tamanhas.
Quadra Popular:

Vai-te embora dia de hoje,
Que saudades me deixas,
Vai-te hoje, que eu amanhã,
Também dou as minhas queixas.
Quadra Popular:

Vai-te embora dia de hoje,
Não queiras mais dia ser,
Que eu ainda hoje não vi,
Quem amanhã conto ver.
Quadra Popular:

Eu sou sol e tu és sombra,
Qual de nós é mais querido,
Sombra de verão é regalo,
Sol de inverno apetecido.
Quadra Popular:

Eu não sei que fiz ao sol,
Que não dá na minha rua,
Hei-de-me vestir de preto,
Que de branco anda a lua.
Quadra Popular:

O sol anda e desanda,
Para voltar a nascer,
Eu não ando nem desando,
Estou firme no bem querer.
Quadra Popular:

Põe-te sol, põe-te luar,
Luar põe-te também,
Para quem ande de noite,
O luar não lhe convém.
Quadra Popular:

Eu quero-me ir esta noite,
Ou pela manhã bem cedo,
Que ando ameaçado,

De quem tenho pouco medo.
Quadra Popular:

Já é noite, já é noite
Que seja noite ou não,
Para mim é sempre noite,
Dentro do meu coração.
Quadra Popular:

Vamo-nos daqui que é noite,
Amor que nos prenderão,
Se aqui não nos acharem,
Ou nos prenderão ou não.
Quadra Popular:

Ó luar da meia-noite,
Não sejas meu inimigo,
Estou à porta de quem amo,
Quero ficar escondido.
Quadra Popular:

Ó luar iluminai-me,
Estrelinhas vinde comigo,
Ó saudades deixai-me,
Penas dai-me algum alívio.
Quadra Popular:

Noite escura noite escura,
Que assim aqui me atolei,
A luz que me a mim me alumia,
Está na cama bem eu sei.
Quadra Popular:

Esta noite à meia-noite,
Ouvi cantar e chorei,
Lembrei-me da mocidade,
Que tão novinha a deixei.
Quadra Popular:

Esta noite à meia-noite,
Estava a dormir e acordei,
Lembrei-me da mocidade,
Que tão mal a empreguei.
Quadra Popular:

Esta noite é uma noite,
Que se apartam corações,
Aparta-se o meu do teu,
Com grandes ingratidões.
Quadra Popular:

Luar claro, noite bela,
Deslizando à vela, vem um barquinho,
Quantas vezes à luz da vela,
A mãe vela o seu filhinho.
Quadra Popular:

Ó que noitinha tão bela,
Nem chove, nem faz luar,
Ó que noitinha tão bela ,
Para o amor passear.
Quadra Popular:

Noite escura noite escura,
Quem ama não a receia,
Quem quer bem ao seu amor,
Pela porta lhe passeia.
Quadra Popular:

Ó luar da meia-noite,
Deixa vir a noite escura,
Estou à porta de quem amo,
Não quero dormir na rua.
Quadra Popular:

Ó luar da meia-noite,
Alumia rua abaixo,
Eu perdi o meu amor,
Ás escuras não o acho.
Quadra Popular:

Quem me dera ser o sol,
A tua casa a rondar,
Entrava pela janela,
A tua boca ia beijar.
Quadra Popular:

Atrás do sol anda a lua,
Atrás da lua o luar,
Atrás de ti andam olhos,
Que não te querem deixar.
Quadra Popular:

Ó que luar, ó que lua,
Ó que céu tão estrelado,
Ó quem não tiver amores,
Para dormir descansado.
Quadra Popular:

Sete estrelos rondadores,
Contrários a quem se quer bem,
Acabai a vossa ronda,
Que eu quero rondar também.
Quadra Popular:

Sete estrelos rondadores,
Contrários a quem namora,
Acabai a vossa ronda,
Que eu quero rodar agora.
Quadra Popular:

Os sete estrelos caíram,
Deram na pedra do tanque,
Quem aqui vem para te ver,
Já te tem amor bastante.
Quadra Popular:

Os sete estrelos vão alto,
Menina vá-se deitar,
Também eu assim fizera,
Se soubera de madrugar.
Quadra Popular:

Ouvi dizer às estrelas,
Ouvi dizer ao luar,
Que no céu brilha a lua,
E na terra o teu olhar.
Quadra Popular:

As estrelas miudinhas,
Fazem o céu bem composto,
Contigo minha menina,
Nunca falei a proposto.
Quadra Popular:

As estrelas no céu correm,
Todas numa carreirinha,
Assim os beijos corressem,
Da tua boca para a minha.
Quadra Popular:

A perdiz anda no monte,
Depenicando seichinhos,
Também eu depenicava
Na tua boca beijinhos.
Quadra Popular:

Cala-te lá boca aberta,
Tu não sabes o que dizes,
És uma caldeira velha,
Onde bebem as perdizes.
Quadra Popular:

O cão da minha vizinha,
Fugiu com a minha cadela,
Eu vou fugir com a vizinha,
Para ficar ela por ela.
Quadra Popular:

Menina que está à janela,
Olhando para quem passa,
Tem olhinhos de cadela,
Venha comigo à caça.
Quadra Popular:

Eu passei à tua porta,
E pus-te a mão na fechadura,
Pedi-te, não ma deste
Coração de pedra dura.
Quadra Popular:

Eu passei à tua porta,
Ma s contigo não falei,
Por causa da tua mãe,
Bem ao disfarço passei.
Quadra Popular:

O carvalho é desterro,
Desterrada é a bolota,
Também eu fui desterrado,
Menina da sua porta.
Quadra Popular:

O carvalho da portela,
No ano da quatro frutas,
Dá caracóis e bolotas,
Bugalhos e massa cucas.
Quadra Popular:

O carvalho da portela,
Tem as folhas aos anéis,
Por causa de ti menina,
Passo tormentos cruéis.
Quadra Popular:

O carvalho da portela,
No bico tem mil enredos
A menina que é bonita,
Sempre trás os olhos quedos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quadra Popular:

O carvalho da portela,
Tem um buraco no pé,
Alegrai-vos raparigas,
Que o que eu tenho, para vós é.
Quadra Popular:

O carvalho da portela,
Tem a folha revirada,
Que lha revirou o vento,
Numa manhã de nevada.
Quadra Popular:

Tu dizes que neva, que neva,
E eu digo que vai nevar,
Há porta do meu amor,
A neve não coalhar.
Quadra Popular:

Tu dizes que neva, que neva,
E eu digo que já nevou,
Há porta do meu amor
Ainda a neve não pegou.
Quadra Popular:

Tu és branca como a neve,
Corada como o medronho,
Tu és o meu amorzinho,
Com quem eu à noite sonho.
Quadra Popular:

Do alto daquela serra,
De onde um penedo caiu,
Ninguém diga o que não sabe,
Nem afirme o que não viu.
Quadra Popular:

No alto daquela serra,
Adormeci a chorar,
Vale mais desengano,
Que prometer e faltar.
Quadra Popular:

No alto daquela serra,
A minha esparre-la armei,
Vá lá armar quem quiser,
Que eu para mim já cacei.
Quadra Popular:

No alto daquela serra,
Corre água, nascem agriões,
Já se não pagam firmezas,
Se não com ingratidões.
Quadra Popular:

Já corri o mar em roda,
Como uma vela branca acesa,
Em todo o amor achei água,
Só em ti pouca firmeza.
Quadra Popular:

Hei-de-te amar tantos anos,
Como folhas tem os vimes,
Quantas mais folhas mais anos,
Quantos mais anos mais firmes.
Quadra Popular:

Ó coração retraído,
Ó cara cheia de enganos,
Foi o pago que me deste,
Em eu te amar tantos anos.
Quadra Popular:

Já te quis já te não quero,
Já te amei, já te não amo.
Já te perdi o carinho,
Já te dei o desengano.
Quadra Popular:

Quem está bem deixasse estar,
Eu não posso estar melhor,
Estou à beira de quem amo,
Não há regalo maior.
Quadra Popular:

O meu amor vem além,
De longe bem o conheço,
Trás o passo miudinho,
Como a folha do poejo.
Quadra Popular:

O meu amor não é este,
O meu é mais pequenino,
Que eu mandei vir de Braga
Nas asas de um passarinho.
Quadra Popular:

O meu amor não é este,
O meu é muito maior,
Que eu mandei vir de Braga,
Nas asas de um rouxinol.
Quadra Popular:

Rouxinol de bico preto,
Deixa a vaga do loureiro,
Deixa dormir a menina,
Que está no sono primeiro.
Quadra Popular:

Rouxinol que tão bem cantas,
Onde foste aprender,
Ao palácio da rainha,
Onde o rei estava a escrever.
Quadra Popular:

Despedida, despedida,
Como faz o rouxinol,
Quem se despede cantando,
Não há regalo melhor.
Quadra Popular:

Despedida, despedida,
Por cima de uma maça,
Boa noite meus senhores,
Adeus até amanhã.
Quadra Popular:

Minha maça vermelhinha,
Picada do rouxinol,
Quem te picou, que te coma,
Quem te tirou o melhor.
Quadra Popular:

Minha maça vermelhinha,
Douradinha até ao pé,
O meu coração é teu,
O teu não sei de quem é.
Quadra Popular:

Minha maça vermelhinha,
Criada no ramo alto,
Ainda que sou rapaz novo,
Ao que prometo não falto.
Quadra Popular:

Meu querido amor,
Apesar de seres torrão,
Quando eu me vou embora,
Levo-te no coração.
Quadra Popular:

Julgavas que eu te queria,
Meu barbas de peneireiro,
Nem que o teu pai me desse
Trinta contos em dinheiro.
Quadra Popular:

Julgavas que eu te queria,
Meu pinheiro aparado,
Nem eu nasci para ti,
Nem eras do meu agrado.
Quadra Popular:

Ó que pinheiro tão alto,
No cimo tem quatro pinhas,
Quem me dera ser pastor,
Pastor de certas meninas.
Quadra Popular:

Ó que pinheiro tão alto,
No cimo tem quatro velas,
Quem me dera ser pastor,
Pastor de certas donzelas.
Quadra Popular:

Toda a mulher que se casa,
Grande castigo merece,
Deixa seu pai e seu mãe,
Vai amar quem não conhece.
Quadra Popular:

Ó que pinheiro tão alto,
Ó que pinhas tão coradas,
Assim são as raparigas,
Enquanto não estão casadas.
Quadra Popular:

Já cortei o pinheirinho
Já cortei está cortado,
Já deixei o meu amor,
Já o deixei está deixado.
Quadra Popular:

Coitado do mentiroso,
Mente uma vez, mente sempre,
Ainda que diga a verdade,
Todos lhe dizem que mente.
Quadra Popular:

Ó que pinheiro tão alto,
Que belo pau para colheres,
A verdade está nos homens,
E a mentira nas mulheres.
Quadra Popular:

Foi ao céu num fio de ouro,
E desci num cacho de uvas,
Ninguém se finte nos homens,
Que são falsos como judas.
Quadra Popular:

Estas meninas de agora,
São poucas, mas são bonitas,
A cama onde elas dormem,
É o poleiro das pitas.
Quadra Popular:

Estes rapazes de agora,
São poucos mas são valentes,
Trazem a pia dos porcos,
Atravessada nos dentes.
Quadra Popular:

Ouvi cantar o cuquinho,
Em cima da vaca-loira,
As mulheres comem na mesa,
E os homens na manjedoura.
Quadra Popular:

Ouvi cantar o cuquinho,
Na rabiça do arado,
Estas meninas de agora,
Trazem o rabo alçado.
Quadra Popular:

Cortei as asas à pomba,
O bico ao papagaio,
Raparigas do meu tempo,
Se o querendes comer ranhaio.
Quadra Popular:

O meu amor é um cão,
O trago aqui a meu lado,
Quando me zango com ele,
Marcha cão vai com o gado.
Quadra Popular:

O meu amor é um anjo,
O teu é um passarinho,
O meu morre e vai para o céu,
O teu voa e vai para o ninho.
Quadra Popular:

O meu amor é um cravo,
Eu bem o soube escolher,
No craveiro não há outro,
Só se ainda agora nascer.
Quadra Popular:

Dá-me da laranja um gomo ,
Da maça um bocadinho,
Desses olhos um aceno,
Dessa boca um beijinho.
Quadra Popular:

Retira-te lá ó cravo,
Deixa vir o manjerico.
Deixa lá passar meus olhos,
Que eu nesta terra não fico.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quadra Popular:

O manjerico é mimo,
Eu também já fui mimosa,
Tu és o que das as queixas
E eu sou a que estou queixosa.
Quadra Popular:

Alecrim rei das flores,
Já meu peito foi teu vaso,
Já tomas-te outros amores,
Já de mim não fazes caso.
Quadra Popular:

Açucena estando de água,
Pode estar quarenta dias,
Eu sem ti nem uma hora,
Tu sem mim anos e dias.
Quadra Popular:

Açucena melindrosa,
Nasceu no cabo do souto,
Quem entende por acenos
Não me diga que sabe pouco.
Quadra Popular:

Alecrim caiu do céu,
Desfolhou-se no arrasto,
Tu dizes que tenho amores
E eu dessa fruta não gasto.
Quadra Popular:

Alecrim caiu do céu,
Desfolhou-se na açucena,
Amei-te com tanto gosto,
Deixei-te com tanta pena.
Quadra Popular:

Alecrim caiu do céu,
Desfolhou-se numa couve,
Quem me dera a mim cair,
Nos braços de quem me ouve.
Quadra Popular:

Alecrim caiu do céu,
Lá no ar se desfolhou,
Se me não amas com gosto,
Meu amor quem te obrigou?
Quadra Popular:

Coração por coração
Amor não deixes o meu,
Olha que o meu coração,
Sempre foi leal ao teu.
Quadra Popular:

O coração da menina,
Há quem diga que é meu,
O coração sem o corpo,
Para que o quero eu?
Quadra Popular:

Vai lograr grande fortuna,
Logra grande jubileu,
Ou com penas ou com dores,
Queira Deus que seja eu.
Quadra Popular:

Ó casas avarandadas
Janelas feitas à tuna,
Quem lograr esses teus olhos,
Vai lograr grande fortuna.
Quadra Popular:

Dei um aí que fiz tremer,
As esquinas da tua sala,
Se estas a dormir acorda,
Se estas acordada fala.
Quadra Popular:

Atirei com uma laranja,
Por cima de Vinhais fora,
A laranja vai dizendo,
Adeus Vinhais vou-me embora.
Quadra Popular:

Atirei com uma laranja,
Há menina da janela,
A laranja lá ficou,
E a menina quem ma dera.
Quadra Popular:

Tendes cravos à janela,
As folhinhas a bulir,
Já me tiveste na mão,
Já me deixas-te fugir.
Quadra Popular:

Dei um aí á tua porta,
Outro à tua janela,
Outro no meio da rua,
Ninguém soube por quem era.
Quadra Popular:

Tendes cravos à janela,
Há cama vos vai o cheiro,
As folhas estão caindo,
Na renda do travesseiro.
Quadra Popular:

Deite o cravo ao poço,
Fechado saiu aberto,
Difamaram-me contigo,
Façamos do dito certo.
Quadra Popular:

Ó mar largo, ó mar largo,
Ó mar largo sem ter fundo,
Mais vale andar no mar largo,
Do que nas bocas do mundo.
Quadra Popular:

Fui ao mar pescar o peixe,
Logo cresceu a maré,
As tuas falas são doces,
Nelas tenho pouca fé.
Quadra Popular:

Tenho dentro do meu peito
Duas escamas de peixe,
Uma me diz que te ame,
Outra me diz que te deixe.
Quadra Popular:

A água que corre ao fundo,
Ao cimo não faz corrente,
O meu amor está zangado,
E eu também não estou contente.
Quadra Popular:

Ó água que assim vais turva,
A quem vais levar as queixas,
Quem há-des levar não levas,
Quem há-des deixar não deixas.
Quadra Popular:

A água que leva o rio,
Passa por baixo da ponte
A nossa eterna amizade,
Já não é hoje nem de ontem.
Quadra Popular:

Dá-me uma gotinha de água
Dessa que eu oiço correr,
Entre pedras e pedrinhas,
Alguma gota há-de haver.
Quadra Popular:

Minha mãe venha cá ver
A água que leva o rio,
Venha ouvir os rouxinóis,
A cantar ao desafio.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Onde a água faz remanso,
Desde que vi os teus olhos,
Nunca mais tive descanso.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Deixa passar os peixinhos,
O amor enquanto é novo,
Quer abraços e beijinhos.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Deita as raízes para o lodo,
De ti não fala ninguém,
De mim fala o mundo todo.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Deita as raízes ao fundo,
De mim não fala ninguém,
De ti fala todo o mundo.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Vai andando que eu já vou,
Quero ir à tua sombra,
Porque o luar se apagou.
Quadra Popular:

A flor do salgueiro,
É a primeira novidade,
Quem madruga não alcança,
Que fará quem ergue tarde.
Quadra Popular:

A flor do salgueiro,
É a primeira do ano,
Também tu minha menina,
És a primeira que eu amo.
Quadra Popular:

Acipestre lá dos vales,
Arrumo dos passarinhos,
A quem deste os teus abraços,
Dá-lhe também os beijinhos.
Quadra Popular:

Dei um ai que fiz tremer,
A maça ao acipestre,
Ainda tenho em meu peito,
Duas falas que me deste.
Quadra Popular:

Acipestre cresce, cresce
Ao céu não há-de chegar,
Por bem amores que eu tenha
A ti não te hei-de deixar.
Quadra Popular:

Acipestre vira a ponta,
Quando não quer mais crescer,
Também eu viro os meus olhos,
Quando não te quero ver.
Quadra Popular:

Acipestre não se rega,
Que ele na verdura nasce,
Amor firme não se deixa,
Por bem martírios que passe.
Quadra Popular:

Acipestre não se rega,
O meu hei-de-o regar,
Amor firme não se deixa,
O meu hei-de-o deixar.
Quadra Popular:

Eu subi ao acipestre
Cheguei ao meio caí,
Acipestre dos mortais,
Tinha de morrer morri.
Quadra Popular:

Tenho no meu cortinheiro,
Salsa que arrebenta ao nascer,
Assim lhe arrebentem os olhos,
A quem não me pode ver.
Quadra Popular:

Entre pedras e pedrinhas
Nascem raminhos de salsa,
Casa com a mulher feia,
Que a bonita é te falsa.
Quadra Popular:

Eu casei com a bonita
E não olhei à fazenda,
Agora morro à fome,
A bonita não me lembra.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Quadra Popular:

Menina casa comigo,
Que eu tenho fama de rico,
Toda a riqueza que eu tenho,
Leva-a um pardal no bico.
Quadra Popular:

Menina casa comigo,
Que eu na terra sou morgado,
O meu pai tem uma quinta,
Onde cabe um cão deitado.
Quadra Popular:

Menina casa comigo,
Não tenhas medo da fome,
O meu pai tem uma quinta
Que caverna quem não come.
Quadra Popular:

Se eu tivesse o que não tenho,
E o que tenho me chegasse,
Sem pedir nada a ninguém,
Talvez eu me governasse.
Quadra Popular:

A alegria de uma mãe
É ter a filha solteira,
Casa a filha vai-se embora,
Vai-se a rosa da roseira.
Quadra Popular:

Minha mãe para me eu casar,
Ofereceu-me três ovelhas,
Uma é cega, outra manca
E outra surda das orelhas.
Quadra Popular:

Minha mãe para me eu casar,
Ofereceu-me tudo quanto tinha,
Depois de me ver casada,
Vai-te não és minha.
Quadra Popular:

Minha mãe para me eu casar,
Ofereceu-me uma panela,
Depois de ver casada,
Partiu-me as costas com ela.
Quadra Popular:

Eu hei-de-te amar amar,
Eu hei-de-te querer querer,
Hei-de-te tirar de casa,
Sem o teu pai saber.
Quadra Popular:

Eu hei-de-te amar amar,
Eu hei-de-te de te querer bem,
Hei-de-te tirar de casa,
Sem saber tua mãe.
Quadra Popular:

Quem me dera ter uma mãe,
Nem que ela fosse uma silva,
Por bastante que me pique,
Sempre era sua filha.
Quadra Popular:

Ó minha mãe minha mãe,
Ó minha mãe minha amada,
Quem tem uma mãe tem tudo,
Quem não tem mãe não tem nada.
Quadra Popular:

Minha mãe é pobrezinha,
Não tem nada que me dar,
Dá-me beijos coitadinha,
Depois põe-se a chorar.
Quadra Popular:

Ó minha mãe dos trabalhos,
Para quem trabalho eu,
Trabalho mato o meu corpo,
Não tenho nada de meu.
Quadra Popular:

O pouco que Deus em deu,
Cabe numa mão fechada,
O pouco com Deus é muito,
E o muito sem Deus não é nada.
Quadra Popular:

Já a Deus pedi a morte,
Agora fiquei doente,
Pode viver quem quiser,
Que eu não posso viver sempre.
Quadra Popular:

Já a Deus pedi a morte,
Ele disse que não ma dava,
Que pedisse a boa sorte,
Que a morte certa me estava.
Quadra Popular:

Quando eu nasci para a vida,
Deus me deu logo esta sorte,
Desgraçado sem ventura,
Infeliz até à morte.
Quadra Popular:

Ai de mim, ai de meus ais,
Ai de minhas agonias,
Quem morre, morre para sempre,
Eu morro todos os dias.
Quadra Popular:

Quem canta seu mal espanta
Dizendo o que vai no coração
Vale mais pardal sem garganta
Do que canário na prisão.
Quadra Popular:

Se for preso por cantar
Não calarei a garganta
Eu sou como o rouxinol
Que ate na gaiola canta.
Quadra Popular:

Ai Jesus não sei que ouvi,
Lá para os lado de Toledo,
Eu ouvi a voz de um grilo,
Cantava metia medo.
Quadra Popular:

Ai Jesus não sei que ouvi,
Lá para os lados do nascente,
Eu ouvi a voz de um anjo,
Que cantava lindamente.
Quadra Popular:

Atrevido malmequer
Aonde foste nascer,
Onde não haja bondade
Não pode haver bem-querer.
Quadra Popular:

Eu cantar, cantava bem,
Eu tinha uma linda voz
Eu não sei quem ma levou
Quando fui para o pé de vos.
Quadra Popular:

Esta minha rouquidão,
Não e catarro nem tosse,
E o ladrão do amor,
Que de mim quer tomar posse.
Quadra Popular:

Alegrias e tristezas
Tudo eu tenho vivido;
Se muito tenho chorado
Muito mais me tenho rido.
Quadra Popular:

Alegrias e tristezas
Tudo por mim tem passado.
Se muito me tenho rido,
Muito mais tenho chorado.
Quadra Popular:

Vai tão longe a mocidade
Vejo tão perto o meu fim,
Que as vezes dá-me a vontade,

De vestir luto por mim.
Quadra Popular:

Sou neto de um cantador,
Filho de quem canta bem;
As canções que hoje canto,
Ensinou-mas minha mãe.
Quadra Popular:

Boas-noites meus senhores
Apenas cheguei agora,
Se é cedo mandai-me entrar,
Se é tarde mandai-me embora.
Quadra Popular:

Ainda aqui cheguei agora
Mais cedo não pude vir,
Ainda cheguei a tempo
Das tuas falas ouvir.
Quadra Popular:

Ainda aqui cheguei agora,
Já me mandaram cantar,
Sou criado de servir,
Não me posso demorar.
Quadra Popular:

Alegria é minha sina,
Deu-ma Deus por natureza,
Também não deixo de ter,
No meu coração tristeza.
Quadra Popular:

Quem canta seu mal espanta,
Quem chora seu mal aumenta,
Eu canto para aliviar,
Esta dor que me atormenta.
Quadra Popular:

Não canto por bem cantar,
Nem por alegria ter,
Eu canto para dar na raiva
A querm me não pode ver.
Quadra Popular:

Muito chorei ontem a noite,
Que ate molhei o sobrado,
Coração que tanto chora,
Deve andar bem magoado.
Quadra Popular:

Quem me a mim ouvir cantar
Cuidara e tem razão,
Cuidara que estou alegre
Sabe Deus minha paixão.
Quadra Popular:

Se me ouvires cantar
Não digas que estou alegre,
Tenho o coração mais roxo
Que a tinta com que se escreve.
Quadra Popular:

Não digas que estou alegre
Quando me ouvires cantar,
Quantas vezes estou cantando
Com vontade de chorar.
Quadra Popular:

Já me não lembram cantigas,
Nem sei que hei-de cantar,
Não me lembram senão penas,
Não faço senão chorar.
Quadra Popular:

Eu cantar, cantava bem,
Eu tenho a voz de uma truta,
Debaixo do burro gema
Quem o meu cantar escuta.
Quadra Popular:

Eu cantar, cantava bem,
Lá na minha mocidade,
Hoje quero cantar e não posso,
Tudo requer a idade.
Quadra Popular:

Se o mar tivesse varandas
Ia-te ver ao Brasil
Assim como as não tem
Diz-me amor por onde hei-de ir.

Quadra Popular:

Se o mar tivesse varandas
Como tem embarcações
Ia-te ver ao Brasil
Em certas ocasiões.
Quadra Popular:

Brasileiro do Brasil
Manda-me de lá dizer
Se dois olhos que eu lá deixei
Se ainda os voltarei a ver.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quadra Popular:

Quero me ir para o Brasil
Portugal já me aborrece
Eu já tenho no Brasil
Quem por mim penas padece.
Quadra Popular:

Não cases com um viúvo,
Nem que tenha muita roupa
Pois sempre hão-de dizer
A rapariga estava louca.
Quadra Popular:

Ainda que agora cante,
Já antigamente chorei.
Pela vida de solteira
Que tão novinha a deixei.
Quadra Popular:

As quatros esquinas do adro,
Já se não chamam esquinas,
Chamam-se confessionários
De ir confessar as meninas.
Quadra Popular:

Tenho dentro do meu peito
Um ramo de violetas
O dia que te não vejo
De roxas tornam-se pretas.
Quadra Popular:

Ao regar estas flores
Com um jarrinho na mão
E como o nosso amor
Bate quente o coração.
Quadra Popular:

A água do rio vai turba,
Mas quem tem sede sempre bebe,
Quem tem um amor a vista
Pelos olhos se perceber.
Quadra Popular:

Era meia-noite em ponto
Quando esta carta escrevi
DEI um beijo em cada letra
E depois adormeci.
Quadra Popular:

Quem me dera, dera
Dar-te beijos meu amor
E á sombra da oliveira
Dar-te abraços com calor.
Quadra Popular:

Os dias da minha vida
Só tu podes saber
Tenho tantas saudades tuas
Sem ti não consigo viver.
Quadra Popular:

Eu quero falar contigo
Sei que tens muita razão,
Peço-te desculpa por tudo
Por ti sentir tanta paixão.
Quadra Popular:

Eu sei que fui mau contigo
Mas não quero ser mais
A culpa não foi só tua
Também foi dos teus pais.
Quadra Popular:

Dia vinte faz um ano
Que por ti me apaixonei,
Não me esqueças Tatiana
Que eu nunca te esquecerei.
Quadra Popular:

De manhã quando te vi,
Meu amor te vou contar
Fiquei muito feliz
Só por te ver passar.