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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Salgueiro Verde Salgueiro

Eu não sei, se andarei segura,
De noite pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde Salgueiro,
Folhas tem cento e uma,
Eu não sei se andarei segura,
De noite pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde salgueiro,
Folhas tem cento e duas,
Eu não sei se andarei segura,
De noite, pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde salgueiro,
Folhas tem cento e três,
Eu não sei se andarei segura,
De noite, pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde salgueiro,
Folhas tem cento e quatro,
Eu não sei se andarei segura,
De noite, pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde salgueiro,
Folhas tem cento e cinco,
Eu não sei se andarei segura,
De noite, pelo salgueiral!
Salgueiro óh verde salgueiro,
Folhas tem cento e seis,
Eu não sei se andarei segura,
De noite, pelo salgueiral!
Estou casado há seis dias


Ele: Estou casado há seis dias,
Quem me dera já solteiro!
O diabo da mulher,
Só pergunta por dinheiro!
Não me tivesse eu casado,
Sem me considerar primeiro!

Ela: Já te aborreces de mim,
Estás casado há seis dias!
Não me falavas assim,
Quando contentar-me querias!
Só quero que me faças,
Tudo que me prometias.

Ele: Não me lembro de prometimentos!
Nem coisa que eu possa dar-te,
Jurei querer-te bem,
Ser leal, e adorar-te,
Desde o dia que te recebi,
Para nunca mais deixar-te.

Ela: Não me deixas porque não podes!
Já te achas arrependido,
Pois a mim pouco me importa,
Pois já é tempo perdido.
Domingo vou ao passeio,
Eu preciso de um vestido!

Ele: Hora esta é que está torta,
Começa a mulher pedindo,
Ainda há pouco te dei um,
O dinheiro vai fugindo!
Eu acho melhor,
Que esperes para o outro domingo.

Ela: Eu quero um vestido chique,
Que eu dele sou merecedora,
Se o senhor não tem dinheiro,
Eu não sou a causadora!
Então para que eu me casei?
Se não para ser uma senhora!

Ele: Ora esta é que é uma gaita,
Vestido sobre vestido,
Ora eu é que fui um tolo,
Tomar para mim este castigo!
Julgava que o casar era doce,
Bem azedo me tem saído!

Ela: Eu preciso de umas botinhas,
É o ultimo pedido,
Se você não me as há-de comprar,
Antes de vir o vestido,
Já não lhe peço mais nada,
Para não se zangar comigo.

Ele: Já estou mais contente,
Já me não pedes mais nada,
Vou-te comprar as botinhas,
Para ver se ficas calada!
Se assim fosses sempre,
O cofre pouco durava!

Ela: Esquecia-me outra coisa,
Que estava sem te pedir,
O chapéu que é muito antigo,
Já pouco pode servir,
Quero um chapéu mais moderno,
Para ninguém de mim se rir!

Ele: Não estou a gostar disto!
Disseste que não pedias mais nada,
Tudo o que pediste te dei,
Ainda o chapéu te faltava,
É a ultima despesa,
Podes ficar descansada.

Ela: Falta-me o leque e as luvas,
Se o senhor não mas quiser dar,
Perca lá o cuidado,
Depressa as hei-de arranjar,
Depois não se queixe de mim,
Se ao respeito lhe faltar!

Ele: Oh barata dos infernos,
Muitos demónios te carreguem,
As mulheres todas são santas,
Enquanto as não recebem,
Depois de um homem estar casado,
É aguentar e cara alegre!

Ela: Tenha cuidado no que está a dizer,
Eu não estou para o aturar,
Você queria ter mulher,
E não queria gastar!
Você tem que me oferecer,
Tudo o que eu precisar!


Silvana Fernandes

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Naquele velho caminho
Naquele velho caminho,
Nasciam as violetas,
O seu aroma docinho,
Enfeitiçava os poetas!

Em tardes de primavera,
Ou pela manhã cedinho,
Gostava de ser quem era,
Ao passar nesse caminho.

Este espaço está triste,
As violetas morreram!
O caminho está triste,
Nele uma via fizeram!

Nele passam bicicletas,
Para trás e para a frente,
Saudades das violetas,
Agora o povo sente!

Caminho por lá sozinho,
Tristonho, ao fim da tarde,
Para lembrar o caminho,
E matar minha saudade!

Passeiam lá atletas,
Por desporto ou lazer,
O perfume das violetas,
Desapareceu ao nascer!

Não é castanho, é preto,
O chão do velho caminho,
Não esqueço o verde e o roxo,
Daquele velho caminho!

Passeiam por lá atletas,
Muitos filhos, muitos pais,
Mas as roxas violetas,
Morreram para nunca mais!



Ferreira Augusto