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sexta-feira, 31 de maio de 2019


O homem do cordeiro e o chefe dos ladrões

Era uma vez um lavrador que vivia numa pequena aldeia e um dia teve uma rixa com um vizinho e porque não se entendiam resolveram ir para tribunal. Cada um teve de escolher o seu advogado para defender a causa.
O lavrador ganhou a causa e apesar de ter pago o que o advogado lhe pediu como era um homem humilde da aldeia pensou em lhe agradecer levando-lhe um cordeiro, pois este tinha um rebanho e assim não precisava de o comprar.

Como o advogado morava numa aldeia distante deslocou-se a pé para lá tendo de atravessar uma floresta, já perto da floresta, foi visto pelo chefe de uma quadrilha de ladrões que ao vê-lo com um cordeiro às costas disse para os seus homens: - Estão a ver aquele homem que vem com um cordeiro às costas? Vou-lhe roubar o cordeiro sem lhe fazer mal nenhum. Os outros ficaram admirados…
- Como é isso possível?
Chefe dos ladrões: - Esperem pelo resultado!
Pegando numa bota o chefe dos ladrões foi colocá-la no caminho onde o lavrador ia passar.
Ao ver a bota o lavrador disse para si mesmo: - Se fossem duas ainda perdia tempo a apanhá-las assim, não vale apena! E continuou a andar.
Mais à frente numa curva do caminho aparece outra bota. – Olha, olha se eu soubesse que ia encontrar a outra tinha trazido a que vi lá atrás! E pensou… - E se eu fosse buscá-la! Pousou o cordeiro no chão atando-lhe as patas e deixando-o preso com um cordel.
Entretanto o chefe dos ladrões que estava à espreita deixou o lavrador virar as costas e foi apanhar o cordeiro!
O lavrador lá foi pelo caminho fora buscar a outra bota, não deu conta de nada!
Quando chegou para pegar novamente no cordeiro e seguir a sua viagem, não viu cordeiro nenhum! E disse: – Ora esta fugiu-me o cordeiro! Procurou, procurou e não conseguiu encontrar o cordeiro e voltou triste para casa. Enquanto que os ladrões ficaram felizes a preparar o jantar.
No dia seguinte, como o prometido é devido o lavrador pensou em levar outro cordeiro ao advogado, pois não queria ficar mal visto. Pegou num dos melhores cordeiros do rebanho e lá foi a pé pelo mesmo caminho.
Mais uma vez os ladrões avistaram-no! E o chefe dos ladrões disse: - Olhai volta a vir além o homem com outro cordeiro, querem ver que eu lhe vou roubar outra vez o cordeiro e não lhe faço mal nenhum!?
- E será que desta vez és capaz!?
- Vamos ver, penso que sim!
Quando o homem se aproximou do lugar onde tinha deixado o outro o cordeiro o chefe dos ladrões pegou num pau e começou a bater com ele no tronco de uma árvore e berrava ao mesmo tempo: - Mé…mé…mé…. E assim fez várias vezes.
O lavrador ouvindo aquilo parou e pôs-se à escuta em silêncio e disse: - Querem ver que é o meu cordeiro que está enlaçado! Pousou o que levava às costas no chão e desceu em direção onde ouvia berrar o dito cordeiro. Desceu, desceu enquanto ele procurava o chefe dos ladrões foi-lhe roubar o outro cordeiro.
Quando voltou o lavrador não viu cordeiro nenhum nem tivera encontrado o outro e disse: - Ora está já tinha ficado sem o outro e agora mais um…voltou para casa todo triste enquanto que os ladrões fizeram novamente a festa.

terça-feira, 14 de maio de 2019


O Bertoldinho
Era uma vez um rapaz muito bruto, conhecido pelo “Bertoldinho”.
Um certo dia a mãe mandou-o à vila com um frasco de mel para ele vender e aconselhou-o a não o vender a quem falasse muito.
Apesar de encontrar alguns compradores, que lhe perguntavam se queria vender o mel ele respondia-lhes que queria, mas a partir do momento que os possíveis compradores lhe faziam algumas perguntas ele dizia que a mãe lhe dita dito para não vender a quem falasse muito, e assim não vendeu o frasco do mel!
De regresso a casa com o frasco por vender, no meio do caminho encontra um homem que lhe perguntou se queria vender o frasco do mel, ele disse que sim e o homem pediu-lhe para o provar antes de o comprar. E ele deixou. Com o frasco aberto apareceu um encha-me de abelhas que fez fugir o homem e o Bertoldinho também, abandonando o frasco do mel que estava cheio de abelhas!
Quando chegou a casa a mãe perguntou-lhe: - Vendeste o mel?
Bertoldinho:- Não! Tu disseste para não vender a quem falasse muito, mas no meio do caminho apareceu um homem que não falava muito mas que me pediu para provar o mel, mas ao desarolhar o frasco apareceram muitas abelhas e tivemos que fugir e o frasco ficou lá!
Mãe:- Oh seu maroto vieste embora sem o mel e sem o dinheiro, não jeito para nada!!!
Passado algum dias a mãe voltou a mandar o Bertoldinho à vila, mas desta vez com um presunto mas a mensagem foi a mesma: - Não o vendas a quem falar muito!
Na vila perguntavam-lhe:
- Meu Homem queres vender o presunto?
- Não, não é para ti que falas muito!
E as propostas repetiam-se com os outros compradores, acabando por não vender o presunto a ninguém!
No regresso a casa passou por uma capela que tinha a porta aberta, entrou e vendo o santo disse-lhe: - “Quer-me comprar este presunto? O Santo não respondeu e o Bertoldino disse : -Não dizes nada? Então é porque queres o meu presunto, toma lá! Posto isto foi embora para casa.
Quando chegou a casa sem o presunto a mãe perguntou-lhe: - Sempre vendeste o presunto...Onde está o dinheiro?
O Bertoldinho respondeu:
- Deixei o presunto além numa casa a um senhor, mas não me deu dinheiro!
A mãe disse: -Ah maroto, continuas a não ter jeito para nada! Vai rapidamente saber do presunto, ou então que te deia o dinheiro.
O Bertoldinho pegou numa moca e foi a correr, quando chegou à capela já não estava lá o presunto. – Onde está o meu presunto? Perguntou o Bertoldinho ao santo!
O santo não dizia nada!
Bertoldinho: - Tens de me pagar o presunto, porque se apareço em casa outra vez sem o presunto e sem o dinheiro a minha mãe dá-me uma tareia. Dás-me o dinheiro ou não?
O santo não dizia nada!
Com raiva o Bertoldinho deu com a moca ao santo, como era de barro partiu-se e ao mesmo tempo que caiam os pedaços de barro também caíram as moedas que estavam dentro do santo (moedas que os crentes depositavam por uma fissura na imagem do santo). O Bertoldinho aflito apanhou as moedas, mete-as na algibeira e algumas nas mãos e fugiu.
Quando chegou a casa a mãe perguntou-lhe: - Então o homem pagou-te o presunto?
O Bertoldinho todo feliz e contente disse: - Pagou, e pagou-mo muito bem! E começou a dar o dinheiro à mãe.
A mãe: - Tanto dinheiro Bertoldinho, tanto dinheiro?
Bertoldinho: - Deu-me todo o dinheiro que tinha e nem falou.
Deste modo deixou a mãe feliz e contente!