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quarta-feira, 27 de março de 2019

Capítulo 51:
Estado Novo

No ano de trinta e três,
Salazar chefe da nação,
Salazar elaborou,
Uma nova Constituição.

Foi então elaborada,
Uma nova Constituição,
Que teve de ser aprovada,
Através de votação.

Quatro órgãos de soberania,
Tinha a constituição,
Durante esse tempo,
Não houve alteração.

Presidente da República,
Assembleia Nacional,
Governo com muitos poderes,
E também o tribunal.

Implantou-se em Portugal,
Desta forma o Estado novo.
Regime que não deixou,
Boas lembranças ao povo!

Salazar conservou,
Alguns princípios do fascismo:
Imperialismo, estado forte,
Culto, corporativismo.

Salazar criou a PIDE,
Para o Estado vigiar,
Aboliu as liberdades,
Ninguém podia falar.

Havia censura prévia,
Nesse tempo em Portugal.
Criou o partido único,
A União Nacional.

A PIDE defendia,
Os interesses do estado,
Havia censura prévia,
Tudo era controlado.

Havia prisões políticas,
Onde os réus passavam mal,
A de Caxias e Peniche,
Em Cabo Verde o Tarrafal.

A mocidade portuguesa,
Criada com inteligência,
Incutia nos jovens,
O espírito de obediência.

Salazar também criou,
A legião portuguesa,
Juntamente com a PIDE,
Actuava com dureza.

Deus, Pátria e Família,
Era a sua lição,
Eram assim educadas,
As crianças da Nação.

As revistas e os jornais,
A rádio e a televisão,
Transmitiam boa imagem,
Ao Estrangeiro, da Nação.

Conferências e expedições,
No país se organizavam,
As faustosas comemorações,
Prestígio a Portugal davam.

As palestras e concertos,
Invocavam Camões e Gama,
Assim mostrava ao estrangeiro,
Tempos de glória e fama.

Havia muitos protestos,
Do povo no dia-a-dia,
Nos campos havia fome,
Na cidade fome havia.

Havia muita pobreza,
Miséria em todo o País,
Quer no campo ou na cidade,
Ninguém vivia feliz.

A legião portuguesa,
Criada por Salazar,
Tinha hinos, tinha farda,
Ideias a respeitar.

A legião portuguesa,
Com sua ideia salazarista,
Combatia em Portugal,
A ameaça comunista.

Proibiu os Sindicatos,
Greves já não se faziam,
Portugueses com valor,
Para o estrangeiro partiam.

Houve muita repressão,
Contra o povo português,
Vejam queridos ouvintes,
O que o Estado novo fez:

Salazar, também criou,
O sistema de altarcia,
Muitas obras públicas,
Mandou fazer, dia a dia.

Lisboa tem uma ponte,
Para o Tejo atravessar,
Conhecida como ponte,
Oliveira Salazar.

Mandou construir escolas,
Jardins-de-infância, hospitais,
Lindas casas da floresta,
Grémios e tribunais.
Ferreira Augusto

sexta-feira, 15 de março de 2019


Capítulo 50:
Implantação da Ditadura

Da Europa sopravam,
Ventos fortes sem cessar,
Somente uma ditadura,
É que nos pode salvar.

Dia vinte e oito de maio,
Houve um golpe militar,
Derrubou-se a República,
Difícil de governar.

Gomes da Costa, General,
Tinha a anciã de lutar,
Foi de Braga a Lisboa,
Para Machado derrubar.

Houve muita contestação,
Durante um ano e tal,
O povo não aceitava
A ditadura em Portugal.

Elegeu-se um presidente,
Para o bem da nação,
Também foi elaborada,
A terceira constituição.

Carmona era bom ministro,
Estava muito inquieto,
Não arranjava maneira,
De acabar com o débito.

Um dia ele pensou,
Quem faria tal conquista,
Salazar ele convidou,
Por ser bom economista.

Oliveira Salazar,
Foi ministro das finanças,
Para equilibrar a balança,
Teve de fazer poupanças,

Teve de fazer poupanças,
Para as contas baterem certas,
Ele reduziu às despesas,
E aumentou às receitas.

Assim em pouco tempo,
A balança equilibrou,
Pagou a dívida ao estrangeiro,
Dinheiro nos cofres entrou.

Ferreira Augusto

quarta-feira, 6 de março de 2019


Tia Miséria

Era uma vez a Tia Miséria que vivia na sua velha casinha muito alegre e contente apesar de ser pobrezinha.
Vivia feliz e detestava a riqueza! Tinha apenas uma pereira no seu quintal e no tempo das pêras, quer de noite, quer de dia estava sempre a vigiá-la, com medo que alguém lhas fosse roubar.
Um dia estava em casa e bateu-lhe à porta um pobre pedindo esmola.
- Tia Miséria dê-me pão que eu estou cheio de fome!
Ela toda contente logo lhe fez um chã e lhe deu pão que tinha em casa para ela comer. O pobre bebeu o chã e comeu o pão e disse para a Tia Miséria:
- Tia Miséria peça-me lá um desejo que vai ser recompensada!
A Tia miséria pensou, e disse: - Se me quer dar um desejo fico toda contente então o desejo é: Quem subir à minha pereira de lá não possa descer!
Tia miséria entretanto adormeceu e quando ela acordou, ficou surpreendida, pois quando para a janela olhou, avistou três garotos na pereira a gritar!
- Tia Miséria, Tia Miséria, venha-nos tirar da sua pereira que nós dela, não conseguimos descer!!
- Ides ficar aí para sempre, daí eu não vos vou tirar, toda a gente vai ficar a saber quem vinha comer as pêras da minha pereira – Disse-lhes a Tia Miséria.
- Tia Miséria, não faça isso, nós prometemos não voltar cá a comer e roubar as suas pêras!
- Se prometem não voltar cá a comer as minhas pêras podem da pereira descer e ir embora.
- Obrigado Tia Miséria, Obrigado Tia Miséria!
Passado algumas horas, eis que lhe bate alguém à porta, a Tia Miséria foi abrir, e ficou um pouco aflita ao ver uma mulher vestida de preto!
- Que fazes aqui à minha porta? - perguntou-lhe a Tia Miséria!
- Eu sou a morte – disse a mulher!
- A morte???
- Sim sou a morte e venho-te buscar!
- Mas eu não quero morrer ainda! – respondeu a Tia Miséria. Quero continuar a viver e a cuidar da minha casa e da minha pereira!
- Chegou a tua hora, tenho que te levar comigo – Disse a morte!
- Olha vou-te pedir um favor, que bem me o podes fazer:
Sobe à minha pereira colhe-me aquelas pêras, que as quero comer antes de morrer!
- A morte com boa-fé, subiu à pereira, colheu as pêras e depois de lhas dar à Tia Miséria, não conseguia descer!
-A morte pôs-se a gritar: - Tia Miséria deixe-me descer da sua pereira!
- Vais ficar aí para sempre que eu ainda não quero morrer! Disse-lhe  a Tia Miséria!
À porta da tia Miséria começaram a chegar padres a reclamar:
- Tia Miséria solte a morte nós não temos mortos para enterrar!!
Também juízes e escrivãs iam à porta da tia miséria, para que ela soltasse a morte, pois não tinham testamentos para fazer e deste modo não ganhavam dinheiro.
- Não, não ela vai ficar lá presa, eu quero viver muito tempo! – Respondeu a Tia Miséria!
- Tia Miséria solte a morte que bom pago lhe há-de dar e para sempre no mundo a vai deixar.
- Sendo assim, pode da minha pereira descer, pois eu pobrezinha no mundo para sempre vou viver! – Disse a Tia Miséria.



sexta-feira, 1 de março de 2019


O mentiroso
Era uma vez um rapaz chamado Ivo, muito alegre e bem-disposto mas tinha o hábito de contar umas mentiras, que não causavam prejuízo a ninguém.
Os colegas da escola e os vizinhos eram os alvos perfeitos para as suas mentiras.
Quando saiu da escola os pais, que eram agricultores arranjaram-lhe um rebanho de gado e lá andava o Ivo todo contente pelos campos a guardar o rebanho!
Um dia quando descia a encosta com o rebanho em direção ao povoado o Ivo pôs-se a gritar muito alto: - Ai que vem lobo, ai que vem logo!!!
Meia dúzia de vizinhos ao ouvirem o Ivo tão aflito, pegam em armas e instrumentos agrícolas e correm em direção ao ele, para o ajudarem.
Quando chegaram junto do Ivo eis que ele virou as costas a rir-se.
Os vizinhos voltaram para aldeia tristes com ele, porque não havia lobo nenhum! – Nesta caímos, mas para a próxima já não caímos.
Passados alguns meses, ouviram de novo o Ivo aos gritos: - Ai que vem lobo, ai que vem lobo, bastante aflito.
Apesar de se lembrarem que da última vez era tudo mentira, ainda houve alguns que correram em direção ao rapaz, mas tal como da primeira vez ele virou as costas e riu-se!
Mais uma vez voltaram para aldeia bastante zangados!
Passados dois ou três meses, pensando que os vizinhos se tinham esquecido, o Ivo volta a gritar: - Ai que vem lobo, ai que vem lobo!!!
Os vizinhos bem ouviram os gritos, mas desta vez ninguém foi em socorro do Ivo!!! No entanto havia mesmo um lobo que saltou para o rebanho, apanhando o cordeiro mais gordo que o Ivo tinha!
Quando chegou à aldeia e encontrou alguns vizinhos o Ivo lamentou-se por ninguém o ter ido socorrer! E os vizinhos responderam-lhe: - Nós fomos lá duas vezes e nunca havia lobo nenhum, e desta vez pensamos igual, por isso não fomos! Julgamos que estarias e a mentira mais uma vez!
Coitado do mentiroso,
Mente uma vez, mente sempre,
Ainda que diga a verdade,
Todos lhe dizem que mente!