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terça-feira, 23 de março de 2010


Pavão

- Bom dia ó meu papa,
Bons dias lhe venho dar,
Matei o pavão ó mestre,
Faz favor de lho pagar.
- Diz-me cá ó Antoninho,
Como matas-te o pavão,
- Estava brincando com ele,
Caiu-me morto no chão.
- Tome lá dezoito livras,
Ou vinte e uma serão.
Para pagar o valor,
E a estima do seu pavão.
- Saia daqui ó amigo,
Para amigos não é nada.
Mande Antoninho à escola,
Que esta já esta perdoada.
- Antoninho vai para a escola,
Que é preciso apreender.
- Á escola não vou meu pai,
Pois eu sei que vou morrer.
- Antoninho vai para a escola,
Que é preciso estudar.
- Á escola não vou meu pai,
O mestre me quer matar.
Adeus pai, adeus mãe,
Não os volto mais a ver,
Eu vou para a sala dos livros,
E lá sei que vou morrer.
Antoninho pegou na bolsa,
Todo o caminho a chorar,
Chegou à porta da escola,
Ainda ia a suspirar.
- Não suspires Antoninho,
Vai para ali a estudar,
Pois na hora da partida,
Nós iremos conversar.
Eram dez para as onze horas,
Meio-dia estava a ser,
Já todos vinham da escola,
Antoninho sem aparecer.
- Olá meus pimpões da aula,
Não vistes meu Antoninho?
- Ficou na sala dos livros,
Com o coração aos saltinhos.
Chorava seu pai chorava,
Chorava metia horror.
Pegou num punhal de ouro,
Foi matar o professor.
- Lá lhe vai esta facada,
Direita ao coração,
Para pagar o valor,
A estima do seu pavão.
- Aqui estou senhor juiz,
Delegado senhor Manuel,
Estou ao seu lado direito,
Deia-me a sentença que quiser.
A sentença que lhe vou dar,
Eu já a estou a ver,
Ele matou o Antoninho,
E você matou a ele.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá! Sabe me dizer quem é o autor? Há uma musica com esta letra, musica essa que a minha mãe me cantava e que já a minha avó cantava. É triste a história mas lembra-me a minha infância. Obrigada!

Luciano disse...

Eu também a aprendi com a minha mãe, não sei quem é o autor.