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terça-feira, 30 de março de 2010

Romance da ceifa:
O IMPERADOR DE ROMA

O Imperador de Roma,
Tem uma filha galharda,
Seu pai queria-a meter freira,
Ela queria ser casada.
Subiu a uma ventana,
Mais alta do que ela estava,
Avistou três segadores,
A fazer uma cegada,
Olhando para todos três,
Ao do meio se inclinava.
Mas um que não tinha pulso,
O outro que não tinha barba,
Ela gostou mais do meio,
Por ter ceitoura de prata.
Chamou pela Joana,
Uma humilde criada,
Vai dizer aquele segador,
Se quer justar a minha cegada.
- Bons dias ó segadores.
- Bons dias pequena camarada.
- Mandou-me aqui a minha senhora,
Se lhe queria justar a cegada,
- Eu não conheço a senhora, N
Nem tão pouco a criada.
- A mim me chamam Joana,
A ela dona Ricarda.
- Aqui estou minha senhora,
Vim com a sua criada,
Estou aqui a seu chamar,
Para justar sua cegada.
- Fá-la tu ó segador,
Que ela te será bem paga,
Não é em baixa, nem ladeira,
Não está junta nem rara,
Ela é numa urreta funda,
Debaixo da minha saia.
Enquanto se faz a ceia,
Vamos dar um bicada,
Lá pelo meio da noite,
A senhora lhe perguntara
- Que tal te vais ó segador,
Com tão grande cegada?
- Já ceifei dezoito molhos,
Ainda mais um mangada,
- Toma lá dezoito duros,
E uma salva de prata lavrada.
- Vai dizer aos teus camaradas,
Que ganhas-te mais tu numa noite,
Que eles em toda a mesada.
- Passado algum tempo,
Ricarda saiu prenhada.

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