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quarta-feira, 10 de março de 2010


Romance da ceifa:
Morte de Dom Beltrão


Quedos, dos cavaleiros,
Que el rei os mandou contar,
Aqui falta valdevinos,
Seu cavalo estremedal.
Não achastes vos menos,
Nem à Seia, nem ao jantar,
Só fostes achar menos,
Ao ponto do mau passar,
Sete sortes lhe tiraram,
A quem o havia de ir buscar,
Todas sete caíram,
Ao bom velho do seu pai.
Três lhe caíram por sorte,
E quatro por falsidade,
E lá se vai o bondovelho,
A seu filho procurar.
Pelos altos vai gritando
E pelos baixos procurando.
Á entrada de uma vila,
Á saída de um lugar
Avistou três lavadeiras,
Numa ribeira a lavar.
Deus as guarde ó senhoras,
Deus a s queira guardar,
Cavaleiro de armas brancas,
Viste-lo aqui passar?
Esse cavaleiro senhor,
Morto está no areal,
Três sinais tem seu peito,
Todos três de homem mortal.
Por um entra o sol,
Por outro sai o luar,
Por o mais pequenino deles,
Um gavião a voar.
Não torno culpas aos mouros,
Por o meu filho matar,
Torno culpas ao cavalo,
Por o não saber guiar.
Por milagre de Deus padre,
Cavalo veio a falar,
Três vezes o retirei,
Três vezes me fez avançar,
Apertava-me as esporas,
Apertava-me o peitoral,
Pedi-lhe sopas de vinho,
E ele não me as quis dar.

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