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quarta-feira, 10 de março de 2010

Romance da ceifa:
Albaninha


Albaninha, ó Albaninha,
Filha do Conde de Algar,
Quem me dera ao Albaninha,
Três horas a teu mandar.
Queres tu ao cavalheiro,
Três horas a meu mandar,
E u as três horas te dava
Se não te fosses gabar.
Com esta espada me cortem,
Com esta de mais cortar.
Se eu dormir com uma donzela,
E se dela me for gabar.
Ainda não era meio dia,
Já ele se estava a gabar,
No meio de uma praça,
Quando andava a passear,
Esta noite ó meus senhores,
Eu dormi com uma donzela,
Nunca vi na minha vida,
Dormir doce como o dela!
Olharam uns para os outros,
Quem seria qual era,
Era a nossa Albaninha,
Não há outra cá na terra.
Diz o irmão mais velho,
Irmãos vamo-la matar?
E diz o irmão do meio:
Irmãos vamo-la degolar?
E diz o irmão mais novo:
Irmãos vamo-la casar?
Muita prata e muito ouro,
Temos nós para lhe dar,
E à fama de tal dote,
Alguém a vai aceitar.

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