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segunda-feira, 22 de março de 2010


Celebre escultor

Era um celebre escultor,
De obras de grande valor,
Na cultura sem rival,
Fez em pedra o grande rei,
As doze tábuas da lei,
E as quinas de Portugal.
Mas um dia a cruel sorte,
Deu-lhe na carreira um corte,
Ao glorioso artista.
Na pedra em que trabalhava,
Com a força que lhe dava,
Saltou-lhe um cusmalho à vista,
Com a vista a chorar,
Não podia trabalhar,
Sentia faltar-lhe a luz.
Ele mesmo já sem ver,
Ainda conseguiu fazer,
Cristo pregado na cruz.
Num festa muito constada,
Foi a cruz inaugurada,
Lá na sua freguesia.
O artista sem igual,
Caiu a pedestal,
Quando o Bispo a cruz benzia,
Ele morreu ajoelhado,
E depois de a cruz ter beijado,
Dizia em voz baixinha:
“Todos temos uma cruz,
Eu fiz esta para Jesus,
Quando ele terminou a minha”.

2 comentários:

Romeu Costa disse...

Boa tarde,
A minha avó é analfabeta, tem 88 anos mas sabe este poema de cor e é um poema que ela gosta muito.

Sabe indicar-me quem é o autor?

Luciano disse...

Eu também não sei quem é o autor, aprendi com a minha mãe.