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segunda-feira, 22 de março de 2010


Romance da ceifa:
CAVALEIRO


A caçar vai cavaleiro,
A caçar como o sol ia,
Seus perros leva-os cansados,
Seu cavalo cansado ia.
Anoiteceu-lhe na serra,
No meio da ramaria,
Encostou-se a uma rocha,
Que naquela serra havia.
Lá pelo meio da noite,
Deitou os olhos para cima,
Avistou uma donzela,
Avistou uma menina.
Que fazes ai donzela?
Que fazes ai menina
Estou a cumprir uma praga,
Que ma deitou minha madrinha,
Diz-me cá tu ó donzela,
Diz-me cá tu ó menina,
Quanto tempo era essa praga,
Quanto tempo ela seria?
Essa praga era por sete anos,
E hoje mesmo acabaria,
Monta para o meu cavalo,
Sobe para cima menina,
Vais atrás e eu á frente,
Pois assim é honra minha,
Chegou ao meio do caminho,
A espada fez perdida.
Deu volta o seu cavalo,
Para trás ele volveria.
Á frente à frente cavaleiro,
Não uses tal tirania.
Se a espada era de prata,
De ouro o meu pai outra te daria.
Diz-me quem é o teu pai,
E tua mãe quem seria?
O meu pai é rei de França,
Minha mãe dona Maria.
Abre-me a porta minha mãe,
Abra-a com muita alegria,
Fui em busca de uma esposa,
E encontrei uma irmã minha.
Se tu trazes uma esposa,
Leva-a para os altos palácios,
Se trazes uma irmã tua,
Manda-a cá para meus braços.
Diz-me cá ó minha filha,
Onde estives-te metida,
Estive na lameira da serra,
No meio da água fria,
Onde a cobra coaxava,
E o sapo lhe respondia.

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