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quinta-feira, 4 de março de 2010

D. João

Triste novas me vieram,
Lá do lado da Espanha,
Estava Dom João à morte,
Doente na sua cama.

Mandaram-me vir três doutores,
Dos melhores que havia em Braga,
Diziam uns para os outros,
Isto não há-de ser nada.

Diga o mais entendido,
Diga lá uma palavra,
Ele tem três horas de vida
E uma já vai acabada.

Palavras não eram ditas,
O seu pai à porta entrava,
- Que é isso ó meu filho,
Retrato da minha cara.

- Se estás em perigo de morte,
Só te peço uma palavra,
Se tu deixas nesta terra,
Alguma menina enganada.

- Deixo dona Isabel,
Há tanto tempo enganada,
Já lhe deixo trinta contos,
Para essa desgraçada.

- Que é isso ó meu filho,
Olha que isso não é nada,
A honra de uma menina,
Nem com quanto há se paga.

- Já lhe drixo mais quarenta,
Para essa desgraçada,
Para que diga o mundo todo,
Essa náo precisa nada.

- Mas que é isso ó meu filho,
Olha que isso não é nada,
A honra de uma menina,
Só com o corpo se paga.

- Se eu desta cama me erguer,
Não é preciso mais nada,
No altar daquela igreja,
Há-de ser minha esposada.

Lá se vai dona Isabel,
Toda cheia de ternura,
Acompanhar Dom João,
Que se vai para a sepultura.

1 comentário:

Amável Alves Antão disse...

boa tarde amigo Luciano
eu vou-te responder á letra
para além de seres professor
também es um grande poeta.

No dia 3 de Março
visitou o Museu o amigo Luciano
e com ele trou-se também
a turma do setímo ano.