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quarta-feira, 3 de março de 2010

Morgado da Junqueira

- Minha tia dê-me dinheiro,
Quero ir para a Junqueira,
Vou comprar um fato novo,
Para amanha ir à feira.

- Meu sobrinho não vás à feira,
Que te trazem ameaçado,
Por amanhã não ires à feira,
Ficas o mesmo morgado.

- Não lhe importe minha tia,
Não lhe importe o seu sobrinho,
Se me trazem ameaçado,
Que me saiam ao caminho.

Á entrada da Junqueira,
Já o estavam a esperar,
Com uma faca brasileira,
Para morgado matar.

- Tomai lá o meu cavalo,
E o dinheirom que eu trazia,
Deixai-me ir para minha casa,
Com meia hora de vida.

- Não te queremos teu cavalo,
Nem nada da tua mão.
Queremos-te tirar a vida
E arrancar-te o coração.

- Vai-te, vai-te meu cavalo,
Vai-te bem aparelhado,
Vai levar novas ao povo,
Que mataram o Morgado.

- Ó faz tudo,
ó faz tudo,
ò faz tudo o mau vizinho,
Matas-te o senhor morgado
Sendo compadre e padrinho.

- Se matei o senhor Morgado,
Cá tinha a s minhas razões,
Ele matou minhas galinhas
E comeu os meus leitões.

Os ladrões que o mataram,
Já deviam ser bem maus,
Três dias esteve num ermo,
Cargadinhos de calhaus.

O Morgado da Junqueira,
Era muito figurão,
Queria-nos roubar a eira,
Onde o povo malha o pão.

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