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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


Romance Bela amada

- Vou-te deixar minha amada!
Sete anos vou viajar.
Ao cabo dos sete anos,
Fiel me virás achar.

Ao cabo dos sete anos,
Pôs flores no seu penteado,
Foi para o bosque deserto,
Esperando o seu bem amado.

Ao alcançar longa vista,
Pelo alto, pelo outeiro,
Vira vir correndo, correndo,
Um airoso cavaleiro.

- Que fazer aí bela moça
Que fazes neste deserto?
Ou estás de mal com teus pais,
Ou tens marido encoberto.

- Nem estou de mal com meus pais
Nem tenho oculto marido,
Estou esperando meu bem amado,
Há sete anos que à partido.

- Teu bem amado foi-te falso,
Faltou-te ao juramento,
Casou-se ontem na cidade,
E na capela do convento.

Na capela do convento,
Na Igreja do Senhor,
Dá-me a tua mão direita,
Que eu serei o teu amor.

- Eu não quero mais amar,
Que o amar só faz sofrer,
Eu não estou para pagar,
O que não estou a dever.

Voltou para trás e disse,
Eu pequei mas perdoei-lhe,
Eu perdão que eu lhe dou,
São lágrimas que por ele chorei.

-Toma lá ó minha amada,
o anel da nossa aliança,
que mo meteste no dedo,
Com tuas mãos de criança.

- Se tu és o meu amado,
Para que me dás tanta guerra?
- Eu é que queria saber,
Quem deixara nesta terra.

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