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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


Fui um dia ao cemitério

Fui um dia ao cemitério,
Da meia-noite à uma hora,
Em cata da sua campa,
Meu coração por si chora.

Pela rugida do vento,
Ouvi gemer não sei quem,
Uma fantasma que vem,
Caminhando em passos lentos,
Daí a breve momento,
Juntou-se a mim um mistério,
Para ver todo o império,
E contra Deus ninguém resiste,
Só para saber o que é triste,
Fui um dia ao cemitério.

À minha frente estampou,
Um defunto em cada lado,
Eu vi um esqueleto mirrado,
Que sem ter língua me falou,
Com um dedo me apontou,
Vai aquela capela agora,
Lá detrás do altar mora,
Com quem desejas falar,
Fui campanário tocar,
Da meia – noite à uma hora.

Aquela que eu cria tanto,
Minha mãezinha querida,
Eu vi uma cruz erguida,
Uma vela em cada canto,
Então ajoelhei em pranto,
Dando vozes à garganta,
Levante-se minha mãe santa,
Que seu rosto quero ver,
Estou farto o de concorrer,
Em cata da sua campa.

Minha mãe se levantou,
Com os cabelos caídos,
E com os braços erguidos,
O seu filho abraçou.
Meu coração lhe falou,
Naquela extremosa hora,
Mais um anjo que a adora,
Desta humanidade calma,
Adeus mãe da minha alma
Meu coração por si chora.

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