A Padeirinha
Mas que linda padeirinha,
De manhã ouço falar.
Das padeiras é rainha,
Sem ter trono, nem altar.
Quem me dera, padeirinha,
Comer do teu branco pão,
Cortado com tal gracinha,
Pela sua própria mão.
Cozido com tanto amor,
Repartido com carinho,
O seu pão tem mais sabor,
Na boca dos pobrezinhos.
Não é desgraça ser pobre,
Acredita padeirinha,
Sem ter casinha de nobre,
Tem coroas de rainha.
Quando chora a padeirinha,
Faz aumentar a tristeza.
Quantas vezes está sozinha,
Junto da fornalha acesa.
A padeirinha de Izeda,
Tem sempre a fornalha acesa.
Anda na compra e venda,
Vende pão, compra tristeza.
A padeirinha de Izeda,
Tem o destino traçado.
Anda na compra e na venda,
Com a tristeza a seu lado.
O pão em cima da mesa,
Toalha de fina linha,
É toda a enorme riqueza,
Que tem a padeirinha.
A palma da sua mão,
É branca cor da farinha.
É da cor do branco pão,
Que coze a padeirinha.
Se não fosse o tio João,
Vivia no esquecimento,
Desde esse dia então,
Lembra-se a todo o momento.
Se não fosse o tio João,
Vivia para ali esquecida,
Desde esse dia então,
Padeira, tem outra vida.
Ferreira Augusto
Sem comentários:
Enviar um comentário