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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


A Padeirinha

Mas que linda padeirinha,

De manhã ouço falar.

Das padeiras é rainha,

Sem ter trono, nem altar.


Quem me dera, padeirinha,

Comer do teu branco pão,

Cortado com tal gracinha,

Pela sua própria mão.


Cozido com tanto amor,

Repartido com carinho,

O seu pão tem mais sabor,

Na boca dos pobrezinhos.


Não é desgraça ser pobre,

Acredita padeirinha,

Sem ter casinha de nobre,

Tem coroas de rainha.


Quando chora a padeirinha,

Faz aumentar a tristeza.

Quantas vezes está sozinha,

Junto da fornalha acesa.


A padeirinha de Izeda,

Tem sempre a fornalha acesa.

Anda na compra e venda,

Vende pão, compra tristeza.


A padeirinha de Izeda,

Tem o destino traçado.

Anda na compra e na venda,

Com a tristeza a seu lado.


O pão em cima da mesa,

Toalha de fina linha,

É toda a enorme riqueza,

Que tem a padeirinha.


A palma da sua mão,

É branca cor da farinha.

É da cor do branco pão,

Que coze a padeirinha.


Se não fosse o tio João,

Vivia no esquecimento,

Desde esse dia então,

Lembra-se a todo o momento.


Se não fosse o tio João,

Vivia para ali esquecida,

Desde esse dia então,

Padeira, tem outra vida.


Ferreira Augusto

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