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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010



Geografia






Neste trabalho escolar
É óptima ocasião.
Para dar a demonstrar,
Esta minha inspiração.

Não escrevo por vaidade,
Muito menos por prazer.
Esta pura realidade,
Quero dar a conhecer.

Lembrando tempos passados,
No início da criação,
Viviam ingénuos coitados,
Fechados nesse mundo em vão.

Viviam no nomadismo,
Pelos espessos pinhais.
Pensando no seu destino
E em domesticar animais.

Os transportes que o homem tinha,
Para ir a passear,
Eram feitos de madeira,
Quer os da terra ou do mar.

Usava nessa era,
O transporte animal,
Apanhavam lenha da serra,
Docinhos frutos do vale.

Vai ser assim meu trabalho,
Escrito em poesia.
Para mostrar o que valho,
Sempre chegou este dia.

Foi grande a evolução,
Que os transportes sofreram.
Vamos nós lá ver então,
As alterações que tiveram.

Vivendo no matagal,
Dentro de um pasmo profundo.
Como ser racional,
Quis desenvolver o Mundo.

Pensou do mato sair
Tornou-se sedentário.
Começou a construir,
Fez-se lavrador, operário.

No mar canoas jangadas,
Na terra, trenó e roda.
Hoje passeia em boas estradas,
Bons automóveis da moda.

No transporte animal,
O povo seguia longe.
Quem não se lembra ainda,
Dos eléctricos de Gimonde.

Dizia o lavrador,
Se a minha mente não falha.
Aquecia o motor,
Com três molhinhos de palha.

Por muito tempo se usou,
De povoado, em povoado.
Nenhum barulho fazia,
De apito sempre fechado.

O transporte a cavalo,
Usou-se por muito tempo.
Enquanto esteve parado,
O grande desenvolvimento.

Até mesmo o padre-cura,
Que canta que é um regalo.
Fez muitas horas a pé,
Muitos quilómetros a cavalo.

Andar a pé dá saúde,
A saúde é riqueza.
Quem não gosta do perfume,
Que nos dá a natureza.

É tão bonito olhar
Esse mundo colorido.
Por vezes nos faz pasmar,
O doce bosque florido.

Não havia confusão,
Para os estacionar.
Em tempo de inflação
Davam para economizar.

Nenhum barulho fazia,
De apito sempre calado,
Era o transporte que havia,
De povoado para povoado.

O viajar neste carro,
Não é muito confortável,
Pelos menos não é caro
É bastante agradável

Ao passar pelos caminhos,
A natureza olhava,
O cheiro do rosmaninho,
O olhar enfeitiçava.

A natureza é virtude,
Juro-lhes por minha fé.
Vende gramas de saúde,
Quem leva uma vida a pé.

Parece que toda a serra
Foi pintada com um pincel.
Até as aves na terra
Cantam com doce gorgel.

É lindo o panorama,
O ar puro que bom é.
Até a raça cigana,
Raras vezes anda a pé.

Ainda mais burro é,
Lá diz o velho ditado,
Quem tem burro e anda a pé
Passa de burro a cavalo.

Por mim não são esquecidos,
Os transportes internos.
Vou esquecer os antigos,
Para falar dos modernos.

Com as técnicas modernas,
E com novos modelos,
Construíram-se barcos
Tão grandes como castelos.

Descobriu-se o barco a vapor.
O povo ficou contente.
Para isso contribuiu,
Um homem inteligente.

Tudo se tornou mais fácil
Com a revolução industrial.
Os produtos vão mais fácil,
De local para local.

Homens ricos da cidade
Nunca outra tinham visto.
Diziam que aquilo fora
Milagre de Jesus Cristo.

Hoje o povo está fidalgo,
Não consegue estar imóvel,
Toda a gente anda a cavalo,
De mota ou automóvel.

Os anos foram passando,
O tempo sempre a girar.
Que transportes diferentes
Nós podemos encontrar.

Transporte de grande porte,
Nem toda a gente os pode ter.
Mas quer no Sul ou no Norte,
Todos os podemos ver.

Para tal contribuiu,
A revolução industrial.
Que na Inglaterra surgiu
Há duzentos anos e tal.

Com o barco a vapor,
A locomotiva a carvão,
Diminui o suor,
Desta nobre geração.

Esta nobre geração,
Viu mudar a sua vida.
Esta grande revolução,
Jamais será esquecida.

Os ricos riem com graça
Com esta revolução.
Enchem os bolsos de massa.
Servindo-se da especulação.

Esta enorme revolução,
No Mundo inteiro se instala,
Contribuindo assim,
Para as economias de Escala.

Pode haver importações,
De Faro para Bragança.
Uma coisa a ter em conta,
São os custos da distância.

Muitas trocas são feitas
De região em região.
Até nos solos mais fracos
Houve melhor produção.

Alargaram-se as sementeiras
Pensou-se em produzir mais.
Quer nos mercados ou feiras
Vendem-se bons cereais.

Tenta-se tirar rendimento,
Trabalhando com unhas e dentes.
Faz-se logo o escoamento
De todos os excedentes.

Abriram-se largas estradas,
Sobre os rios fizeram-se pontes.
Atravessando os vales,
Chegaram ao cume dos montes.

Tudo anda a correr,
De local, em local.
Só assim pode haver,
Interacção espacial.

Com os camiões se exportam,
Toda a espécie de produtos,
Especializaram-se os solos
Para haver melhores frutos.

Desta forma o lavrador
Pensou em mais cultivar.
Com a ajuda do motor
Seu esforço vai poupar.

Vagueia de feira em feira,
Seus produtos vai vendendo.
Quer nos tractores ou carrinhas
Seus lucros vai recolhendo.

Pelos portos do mar,
Sai o produto fabril,
Quer para França ou Espanha,
Quer para Angola ou Brasil.

O pior são os impostos
E os concertos a pagar.
Por vezes todos os lucros,
Para eles não vão chegar.

Homens ricos da cidade,
Pensam em fins lucrativos,
Ninguém fala na verdade,
Nos aspectos negativos.

Com esta evolução
Tudo se tornou indiferente
É mais rápida a deslocação
De frutos, animais e gente.

Abandonou-se a aldeia
Fugiu-se para o litoral.
O nosso campo espelha
Grande êxodo rural.

Todo mundo hoje vê
Comboios e camiões.
O pior é se um dia
Falha o pé nos travões.

Motorista aperta,
Aperta a velocidade.
Trás muitos frutos docinhos
Do campo para a cidade.

A aldeia está só
Tristonha e abandonada.
Nosso campo mete dó
Ao romper da madrugada.

Só se vê poluição
E um barulho infernal.
Com os acidentes aumentam
Os feridos no hospital.

Causou muito espanto
Esta nova novidade.
O povo fugiu do campo
Instalou-se na cidade.

Dentro do nosso país
Foi grande a emigração
O próprio campo mostra
A sua cruel paixão.

Com boa fruta madura
Vai passando o camião.
As pessoas que estão na rua
Vão cantando esta canção.

Do campo para a aldeia,
Da aldeia para o mercado
Aperta a velocidade
Motorista tem cuidado.

Construíram-se aeroportos
Portos com perfeição.
O transporte mais rápido
É o transporte do avião.

Começou na Inglaterra
A revolução industrial
Passou por certos países
E chegou a Portugal.

Estradas de Costa Cabral
Linhas férreas de Fontes.
Foram cruzando as Beiras,
O Minho e Trás-os-Montes.

Ao chegar a Portugal
Encontrou tudo parado.
Começaram-se abrir
Estradas por todo o lado.

Abriram-se muitas estradas.
Desde Braga, Leiria e Constância.
Depois do Porto e Lisboa
Chegaram até Bragança.

Ó Bragança, ó Bragança
Tu estas muito aumentada.
Hoje tens caminhos de ferro
Passeias por boas estradas.

Bragança já tem Stub
Desde o quinze de Janeiro.
Passeia pela cidade
Durante o dia inteiro.

É grande a confusão
Seu barulho me comove.
O stub dá bom jeito
Nos dias em que mais chove.

Quem anda a pé vai gastando
Seus sapatos pelo chão.
Eu vou andado de stub
Com prazer e satisfação.

Bragança tem stub
Carros e horas de ponta.
O barulho e a poluição
Fazem por a cabeça tonta.

Dão jeito para os contínuos,
Muito mais para os estudantes.
Até mesmo tipos chiques
Vão neles a todo instante.

O stub é bonito,
Sua cor que linda é.
O stub é para toda gente,
Quem não gostar que ande a pé.

Ao som de este barulho
Há alguém que vai cantando.
Na sua cantiga diz,
É mundo vamos andando.

Ferreira Augusto

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