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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SAUDADES

Sentadinho pela tarde,
Nas horas de mais calor,
Recordo com saudade
Minha vida de pastor.

Que bonito é ver o campo
Pela manhã orvalhado,
Chorei tanto, tanto, tanto
Quando vendi o meu gado!

Cinco anos fui pastor,
Cinco amas eu servi.
Lindos poemas de amor
A elas eu escrevi.

Franjinhas era o cão,
Meu companheiro da serra.
Quando fazia Aõ Aõ,
Sentia o lobo piega.

Nas lapedas da ribeira,
Ouvi tocar as trindades,
Desses tempos de primavera,
Restam apenas saudades.

Deixei, o campo deixei,
Por ele hoje sinto paixão.
Foi no campo que eu ganhei
Esta minha inspiração.

Sentadinho no poejo,
Horas felizes vivi.
A pensar no que desejo,
Choro somente por ti.

Sinto saudades do campo,
Do campo sinto saudade.
As tristezas de meu pranto
Mergulham pela cidade.

Hoje sinto muitas saudades
Dos tempos que já lá vão.
As saudades dessas tardes
Magoam meu coração.

Que saudades sinto eu
Da minha vida no campo,
Sem haver nuvens no céu
Em meu rosto chove tanto.

Ferreira Augusto

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