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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

“Os Lobos”

Quando há fome na serra,
Os lobos descem aos povos,
Travando imensa guerra,
Com os cães magros e gordos.

Os lobos cheios de fome,
Invadem os povoados:
Eles matam, tudo comem,
Nalguns portões mal fechados.

Os lobos esfomeados,
Fazem sempre pela vida,
Procuram nos povoados,
Alguns restos de comida.

Uma alcateia de lobos,
Assusta os povoados.
Aqueles que estão mais gordos,
São sempre os mais esfomeados.

“Do mal guardado come o lobo”,
Lá diz o velho ditado.
Anda farto e corre longe,
Pelo monte atrás do gado.

Amigos tenham cautela,
Com esses “lobos” malditos,
Acudam as sentinelas,
Se ouvirem altos gritos.

Se ouvirem altos gritos,
Em noites de escuridão,
São esses “lobos” malditos,
A entrarem na povoação.

Pelo silencio da noite,
Nas portas escancaradas,
Entram os lobos e deixam,
Nas ruas grossas pegadas.

Ter sempre as portas trancadas,
Com trancas de ferro duro,
Mesmo assim, vosso gado
Por vezes não esta seguro.

Ferreira Augusto

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