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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Romance da ceifa:
O marinheiro

Agora baixou o sol,
Horas são da merendada,
Vozes dava um marinheiro,
Lá no mar que se afogava.
Respondeu um mau demónio,
Do outro lado da água:
- Quanto davas marinheiro,
A quem da água te tirara?
- Daria os meus navios,
Os de ouro e os de prata,
- Não quero os teus navios,
Nem os de ouro nem os de prata.
Quero que à tua morte,
Me deixes a tua alma,
- Minha alma deixo-a a Deus,
O corpo aos peixes da água,
A cabeça deixo-a às formigas,
Para que nela façam morada.
Meu coração linzonjeiro,
Deixo-o à virgem sagrada.
As tripas deixo-as aos cegos,

Para cordas de guitarra.
As pernas deixo-as aos mancos,
Para que façam a caminhada,
Os braços deixo-os aos cotos,
Para que maneiem a espada.

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