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terça-feira, 20 de abril de 2010

Romance da ceifa:
Bela Infanta

Estando a bela Infanta,
No seu jardim sentada,
Com um pente de ouro na mão,
Seu cabelo penteava.
Deitou os olhos ao mar,
Viu vir uma grande armada,
Capitão que nela vinha,
Muito bem a governava,
- Dizei-me vós capitão,
Dessa tão formosa armada,
Se vistes o meu marido,
Na terra que Deus pisava?
- Dizei-me vós ó senhora,
Os sinais que ela levava,
- Levava cavalo branco,
Selim de prata dourada,
Na ponte da sua lança,
A cruz de Cristo levava,
- Com os sinais que dizeis,
Tal cavaleiro não vi.
Ó quanto davas senhora,
A quem o trouxera aqui?
- Daria tanto dinheiro,
Que não tem conta nem fim,
E as telhas do meu telhado,
Que são de ouro e de marfim.
- Não quero o teu dinheiro,
Nem as telhas de ouro e marfim,
Teu marido aqui está,
Repara bem para mim.
O anel de sete pedras,
Que eu contigo reparti,
Que é tua a outra metade,
Pois a minha está aqui!
- Vinde cá ó minhas filhas,
Que vosso pai é chegado,
Abres se o nobre portão,
Há tanto tempo fechado,
Vamos dar graças a Deus,
Graças a Deus consagrado.

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