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sexta-feira, 23 de abril de 2010


O prisioneiro

Dentro da escura prisão,
O triste réu passa a vida,
Á noite vai-se deitar,
Na enxerga enegrecida.
É bem triste a existência,
De um infeliz condenado.
Quantas vezes tem mostrado,
Provas da sua inocência,
De que vale a resistência,
Contra uma acusação,
Sofrer com resignação
É esse o nosso dever,
Levar a vida a sofrer,
Dentro da escura prisão,
Nós vivemos tristemente,
Perdendo toda a alegria,
Vivendo nesta enxauguia,
Culpados ou inicentes.
Só nos veremos contentes,
Quando chegar a saída,
Quando dermos guarida,
Por que neste cativeiro,
Dão lances traiçoeiros,
E o triste réu passa a vida.
Vêm aqui muitas mães,
Visitar os seus filhos queridos,
Os que não têm amigos,
Nem carinhos de ninguém,
Voltam os olhos além,
Com vontade de chorar,
Não fazem senão meditar,
Em tão triste viver.
Ouvindo os ferros bater,
Quando à noite se vão deitar.
Gritam forte as sentinelas,
Quando dão um alerta,
O pobre preso desperta,
Vê fechadas as janelas,
Lembrando das noites belas,
Do mundo da bela vida,
E vê a luz emudecida,
Ergue-se com rapidez,
Pensa e deita-se outra vez,
Sobre a enxerga enegrecida.

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