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terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Padre António

Era uma vez um Padre chamado António que tinha a sua paróquia, no entanto tinha outras aldeias de onde era também pároco.
Um certo dia ao deslocar-se para uma das aldeias montado no seu cavalo avistou ao longe um sujeito que caminhava a pé, de repente observou que o mesmo sujeito se ajoelhara. Quando o padre se aproximou constatou que o sujeito estava de joelhos em frente a um cadáver.
O padre António em vez de prosseguir o seu destino, voltou para trás para comunicar ás autoridades que o que havia observado.
Posto isto as autoridades deslocaram-se ao local para identificar o cadáver e prenderem o sujeito que ainda lá se encontrava de joelhos.
O Padre António jurava que esse sujeito não tinha culpa do sucedido, mas as autoridades não lhe deram ouvidos e condenaram o homem. Perante tal injustiça o padre António revoltou-se e disse:
- Já que Deus é tão injusto perante os inocentes eu vou abandonar a vida de sacerdote e se ao sair daqui encontrar o sujeito mais cruel à face da terra acompanhá-lo-ei para todo o lado.
Entretanto ao sair da paróquia, palavras não fossem ditas apareceu em frente ao padre um indivíduo desconhecido que lhe disse:
- Você aí quer me acompanhar-me na minha jornada?
O padre respondeu que sim, pois estava por tudo.
E assim foi os dois caminharam até que encontraram uma aldeia.
Era já noite e pediram pousada a um aldeão humilde e pobre. Este não lhes que disse que não, deu-lhes de jantar e de dormir.
Já de manhã deu-lhes também o mata-bicho e enquanto a senhora da casa foi dar de comer ao gado um bebe ficara a em casa e chorava no berço.
E o desconhecido que acompanhou o padre disse para ele:
-António pega na criança que chora e degola-a!
O padre respondeu:
- Eu não posso fazer isso!!!
Então o sujeito pegou na criança e ele mesmo a degolou!!!
Depois disto prosseguiram a caminhada antes que alguém aparecesse.
Chegaram a outra aldeia, onde também foram pedir de comer e beber à porta de outro aldeão humilde e pobre, este também os recebeu com todo o agrado e trouxera-lhes um copo muito bonito e valioso para beberem.
Foi então que o desconhecido disse para o padre António:
- Mete o copo ao bolso António e vamos embora.
O padre respondeu:
- Eu não posso fazer isso ao pobre homem.
Então ele mesmo levou o copo.
Mais tarde, depois de muito andarem chegaram à porta de um rico avarento cheios de sede pediram a este que lhes desse de beber.
O avarento respondeu:
- Se trazem sede bebam aí nesse caldeiro onde bebem os meus cavalos!!
Dito isto o desconhecido disse ao António:
-Leva-lhe este copo a esse senhor para que ele quando aqui passarem a pedirem de beber que lhes dê de beber por este copo e não no caldeiro.
Assim fez o padre António e de seguida prosseguiram a caminhada, até que chegarem a uma encruzilhada.
Nessa encruzilhada o desconhecido disse para o padre António:
- Aqui temos 3 caminhos dos quais deves escolher um e eu outro vão todos dar ao mesmo local, lá nos encontraremos.
E assim foi o padre António seguiu por um e o desconhecido por outro.
Ao chegar ao dito local o padre já o desconhecido lá estava à sua espera.
Disse o desconhecido para o padre:
-Então António vens cansado? Toma lá esta enchada e esta pica e vai para ali escavar a ver o que encontramos.
Assim fez o padre António. Começou a cavar e logo encontrou uma caveira à qual à ordem do desconhecido perguntou:
- Quem te matou?
E a caveira respondeu:
- Foi um barqueiro.
Porquê, perguntou o padre?
- Para me roubar o dinheiro respondeu a caveira.
Continuando a cavar e a cavar, apareceram mais seis caveiras e ambas responderam o mesmo que tinham sido mortas pelo barqueiro para lhe roubar o dinheiro!!!!
Admirado o padre começou a ficar intrigado e pensativo.
Foi então que o desconhecido disse ao padre.
- António lembras-te de quando degolei aquela criança tu não tiveste coragem para o fazer, no entanto te digo que se não o fizéssemos mais tarde aquela criança iria trazer vários dissabores àquela pobre e humilde mãe metendo-lhe a alma no inferno.
Também não ficas-te contente quando roubei aquele valioso copo ao aldeão mas também te digo que esse copo mais cedo ou mais tarde iria meter a alma do aldeão no inferno, com tanta cobiça e soberba que tinha pelo copo.
Depois entregamos o copo aquele avarento que já tinha a alma no inferno, mas com ele mais depressa para lá caminhará.
E agora pudeste verificar depois de tanto escavares que o barqueiro afinal não foi a pessoa que pensas-te, ou seja, o barqueiro pode não ter morto aquele pobre homem , no entanto já tinha morto estes sete que aqui encontramos, por isso António volta para a tua paróquia continuando a exercer a tua função de sacerdote, porque Deus é justo e não injusto como tu vieste a pensar.

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