Fredo Gaiteiro
Já morreu Fredo Gaiteiro,
Que na minha aldeia havia,
Contam-se mais de um milhar,
Os roubos que ele fazia.
Tocava gaita-de-foles,
Com prazer e alegria,
Era chamado para tocar,
Para festas e romarias.
Quando vinha para casa,
Sempre nos bolsos trazia,
Ou facas, ou guardanapos,
Ou copos por onde bebia.
Tinha em casa uma gaveta,
Onde essas coisas guardava,
A mulher de tudo sabia,
E não lhe dizia nada.
Na adega tinha enxadas,
Muito ferro enferrujado,
Martelos, pás e machadas,
Que ao povo tinha roubado.
Qualquer coisa lhe servia,
Para esconder na mão,
Na adega escondia,
Apodrecendo em montão.
Há pouco tempo morreu,
Para o além ele partiu.
Morreu e o que roubou,
Para nada lhe serviu.
Ferreira Augusto
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