Translate

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fredo Gaiteiro

Já morreu Fredo Gaiteiro,
Que na minha aldeia havia,
Contam-se mais de um milhar,
Os roubos que ele fazia.

Tocava gaita-de-foles,
Com prazer e alegria,
Era chamado para tocar,
Para festas e romarias.

Quando vinha para casa,
Sempre nos bolsos trazia,
Ou facas, ou guardanapos,
Ou copos por onde bebia.

Tinha em casa uma gaveta,
Onde essas coisas guardava,
A mulher de tudo sabia,
E não lhe dizia nada.

Na adega tinha enxadas,
Muito ferro enferrujado,
Martelos, pás e machadas,
Que ao povo tinha roubado.

Qualquer coisa lhe servia,
Para esconder na mão,
Na adega escondia,
Apodrecendo em montão.

Há pouco tempo morreu,
Para o além ele partiu.
Morreu e o que roubou,
Para nada lhe serviu.


Ferreira Augusto

Sem comentários: