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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Romance da ceifa:
O rei e a donzela

Apresentada estava virgem,
Muito bem apresentada,
Um véu trás na cabeça,
Parece uma mulher casada.
Quando o rei foi ao passeio,
Por ela se apaixonava,
Cabelo tinha entrançado,
A modo de ringalheira,
Espada tinha ao peito,
A modo de cartucheira.
Espore-ta leva ao ombro
A modo de caçadeira.
- Muito me gusta senhora,
Solinha por esta terra.
- Solinha não meu senhor,
Meu marido atrás se queda.
É alto como um roble,
E relampa como um espelho,
Não tem ele medo dos homens,
Nem de ninguém desta terra.
- Vai-me tu ó paijezinho,
Vai-me tu lá por ela,
- Dizei-me vossa majestade,
Os sinais que ela leva?
- Leva cabelo entraçado,
A modo de rengalheira,
Encontrou-a a descansando,
Debaixo da oliveira.
- Vinde cá minha senhora,
Vinde cá senhora romeira.
Mandou-me cá o meu amo,
Mandou-me cá por ela.
Que nem por ouro,
Nem por prata,
Que não fosse lá sem ela.
- Vai-te embora ó paijezinho,
Dizei-lhe que não deste com ela,
Se ele é rei dos seus vassalos,
Eu sou do mar e da terra.

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