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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Romance da ceifa:
A mal casada B

Onde vai a mal casada,
Ao domingo pelo dia,
Ela vai ouvir missa nova,
Que frei João a dizia,
As vizinhas do pé da porta,
Muito mal lhe queriam,
Ouvira o seu amrido,
Do quarto onde dormia,
Levantou-se e foi atrás dela,
Para ver onde ela ia,
Encontrou-a ajoelhada,
Aos pés da virgem Maria.
- Prepara-te minha mulher,
Que eu para matar-te já vinha,
- MAta mata, meu marido,
Mas eu amorte não merecia.
Marido se me queres matar,
Não me dês pela barriga,
Pois cá dentro do meu ventre,
Família real havia,
Ali mesmo a matou,
Aos pés da virgem Maria,
Ali mesmo a enterrou,
Nesse mesmo dia.
Passado algum tempo,
Foi a cavar demasia.
- Cabe devagar meu pai,
Que aqui gente nova havia,
- Diz-me tu meu filho,
Diz-me neste mesmo dia,
Quem matou a tua mãe,
O castigo que emrecia,
- Merece ir para o inferno,
Pois as vizinhas
Já se lá iam.

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