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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Já não vou à tua casa

Eu não vou à tua casa,
Não faças gosto em me ver,
Se ainda me tens amizade,
Faz amor por me esquecer.
Hoje já dei passos por ti,
Hoje não faço diligência,
Se achares conveniência
Não a percas por causa de mim,
Deus queira que seja assim,
Cada um por si faz brasa,
Se quiseres saber da causa,
Procura a ocasião,
Saberes qual a razão,
De eu não ir a tua casa
Se houver de quem de ti pretenda,
Deixa de amar o meu rosto,
Com mais ou menos fazenda,
Se tens algum de encomenda,
Procura então de saber.
Estou disposto a não querer,
Tal pessoa como a tua,
Quando passares pela rua,
Não faças gosto em me ver.
És mais varia que o vento,
Que se vira a cada instante,
A tua cabeça ambulante,
Que não tem regulamento,
Se te quis bem nalgum tempo,
Tu deste-me à gravidade,
Governas-te à tua vontade,
Não te importas-te da minha vida,
Podes viver de mim esquecida,
Se ainda me tens amizade,

A mim não me faltam amores,
Tenho muitos a meu contendo,
Já se acabou o tempo

De seres a rainha das flores,
Essas tuas mimosas cores,
Um dia há-de perder,
Se alguém de ti pretender,
E contigo mudar de estado,
Do nosso tempo passado,
Faz amor por esquecer.

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