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quarta-feira, 12 de maio de 2010


JARDINEIRA

- Bom dia senhora Hortênsia,
Minha querida jardineira,
Anda regando as flores,
Sendo a tua a mais verdadeira,
Por uma flor que a menina tem,
Trago imensa cegueira.
- Bom dia senhor Artur,
Muito me faz admirar,
E então a estas horas,
No jardim a passear.
Pois por um ar em demasia,
Que se pode constipar.
- Mal tu pensas jardineira,
O que tu me fazes sentir,
Quando oiço o regador,
Tenho da cama sair.
Porque tu tens uma flor,
Que me não deixa dormir.
- Então que flor é essa,
Que tão cedo o faz erguer.
Se sabe onde ela está,
O senhor pode dizer.
O meu pai não lhe ralhará,
Por a irmos colher.
- A flor que meu peito estima,
Trá-la tu sempre contigo,
Está do umbigo para baixo,
E do joelho para cima.
Gostaria de a colher,
Se a encontrasse a si sozinha.
- Retire-se senhor Artur,
Pois isso não pode ser,
Está-se-lhe a enchendo
a boca de água,
Que faria se a pudesse ver.
Essa flor trago-a comigo,
Para quem me receber.
- Deixe de ser jardineira,
E venha a ser viscondessa,
Venha para minha casa,
Deitar banhos à igreja,
O que é meu é seu,
Pode-lo ter a certeza.
- Se é nessa condição,
Aqui me tem senhor Artur,
Se é para casar comigo,
E eu para ser sua mulher,
Dou-lhe abraços e beijinhos,
E outras coisas que eu tiver.
- Minha querida jardineira,
Eu já não posso para,
Eu sinto um calor comigo,
Só tu mo podes apagar.
Á sombra desta roseira,
Vamos o fogo apagar.
E o teu jardim vamos regar.

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