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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Laurinda

Ó Laurinda linda, linda
És mais linda do que o sol,
Deixa-me passar um noite,
Ás dobras do teu lençol.
Ás dobras do meu lençol,
Sim , sim hoje,
Amanhã não,
Meu marido não está cá,
Foi para a feira do Garvão.
Lá pelo meio da noite,
Marido à porta bateu,
Bateu um a, bateu duas,
Laurinda não respondeu.
Ou ela está doentinha,
Ou tomou novos amores,
Ou então procura as chaves,
No meio dos corredores.
- De quem é aquele chapéu,
Que está ali dependurado?
- É do meu irmão mais novo,
Está na tropa, é soldado.
- De quem é aquele cavalo?
Que na minha esquadra entrou.
- É para ti meu marido,
Foi meu pai quem to mandou.
- De quem é aquele capote,
Bordadinho a galão?
- É para ti meu marido,
Foi bordado por minha mão.
- De quem é aquela espada,
Que está em cima do balcão?
- Pega nela meu marido,
Ferra-ma no coração.
- De quem é aquele suspiro,
Que ao meu peito se atirou?
- Laurinda que aquilo ouviu,
Caiu ao chão, desmaiou.
- Não desmais ó Laurinda,
Não vale a pena desmaiares,
Todo o amor que eu te tinha,
Agora vai acabar.
Vai lá buscar tuas manas,
Trá-las todas num andor,
A mais novinhas de todas,
Há-de ser o meu amor.
Vai lá buscar o teu pai,
Para ver a filha que me deu.
- Que culpa tem o meu pai,
Ao mal que a filha causou.

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