Romance da ceifa:
O penitente
Valha-me a Santa Ana,
E também Santa Maria,
Se homem que enganou mulheres,
Se Deus lhe perdoaria.
Não sendo filha ou irmã,
Sim, sim Deus lhe perdoaria.
Ó meu Deus do céu,
Não sei se é desgraça minha.
Enganei uma irmã,
E uma prima que eu tinha.
Confessar, confesso-te eu,
Mas absolver-te não podia.
Baixou-se um anjo do céu,
Que desta forma lhe dizia,
- Confessa-te ó ermitão,
Para ver se ele te absolvia.
Dá-lhe a penitencia,
Ao ermitão, conforme ele a merecia,
Não lha dês por um ano,
Nem tão pouco por um dia.
Lá pelo meio da noite
Visitá-lo ele viria,
- Como te vais ó ermitão
Com a minha companhia?
- Até agora me vai bem,
De hoje em diante não sabia.
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