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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Romance da ceifa:
O penitente


Valha-me a Santa Ana,
E também Santa Maria,
Se homem que enganou mulheres,
Se Deus lhe perdoaria.

Não sendo filha ou irmã,
Sim, sim Deus lhe perdoaria.
Ó meu Deus do céu,
Não sei se é desgraça minha.

Enganei uma irmã,
E uma prima que eu tinha.
Confessar, confesso-te eu,
Mas absolver-te não podia.

Baixou-se um anjo do céu,
Que desta forma lhe dizia,
- Confessa-te ó ermitão,
Para ver se ele te absolvia.

Dá-lhe a penitencia,
Ao ermitão, conforme ele a merecia,
Não lha dês por um ano,
Nem tão pouco por um dia.

Lá pelo meio da noite
Visitá-lo ele viria,
- Como te vais ó ermitão
Com a minha companhia?
- Até agora me vai bem,
De hoje em diante não sabia.

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