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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não te rias de quem chora

Se me vires andar chorando,
Não me olhes com desdém,
Porque pode vir o dia,
De te ver chorar também.
Hoje tens satisfação,
Tens alegria e prazer,
Ainda te podes ver
Na maior aflição,
Depois chorarás então,
Lágrimas de vez em quando,
Em a desgraça chegando,
Traz-te pena se mortais,
Então não te rias mais,
Se me vires andar chorando.
Quando ouvires os meus lamentos,
Considera que são paixão,
Saídos do coração,
Para dar os sentimentos,
São os tristes argumentos,
Quando a triste sorte vem,
Mais, aqui, ou mais além,
Todos sofrem este trilho,
Por eu hoje não ter brilho,
Não me olhes com desdém.
Nunca deves desvanecer,
Da minha pouca ventura,
Estes golpes de amargura,
Ainda tu podes sofrer,
Quando chegares a perder,
Essa doce harmonia
Só terás por companhia,
A tristeza que te abraça,
Esse golpe da desgraça,
Ainda pode vir um dia,
Se me vires naufragado,
Sem carreira nem caminho,
Por eu hoje não ter carrinho,
Consideras-me um mal tratado,
É assim meu triste estado,
Em que a desgraça me tem,
Não censures com desdém,
A minha triste situação,
Ainda pode vira a ocasião,
De te ver chorar também.

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