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quinta-feira, 18 de julho de 2019


Capítulo 56:
A aldeia portuguesa do século vinte


É triste ver as aldeias,
Com tanta porta fechada,
Mal se apaga uma candeia,
Deixa de haver alvorada.

Quando as casas estão juntas,
É povoamento agrupado,
Uns bem distantes dos outros,
São assim os povoados.

Na aldeia cheira a pão,
Vinho e fruta madura,
Toda a gente se conhece,
No bairro na mesma rua.

As casas da aldeia,
De madeira são construídas,
Sendo assim adaptadas,
Ao clima e modo de vida.

Hoje a vida está diferente,
Ninguém acredita em lendas,
As casas tradicionais,
Deram lugar a vivendas.

As casas eram pequenas,
Tinham adega e forno;
Palheiro, sótão e curral,
Hoje, estão ao abandono.

Há mais de cinquenta anos,
A alegre criançada,
Soltava gritos sem danos,
No fim de cada malhada.

Hoje só se encontram idosos,
Nas aldeias portuguesas,
Muitas casas abandonadas,
Onde se escondem tristezas.

A vivenda atual,
É muito confortada,
Tem piscina e jardim,
E água canalizada.

Ainda há lavradores,
Trabalhando com ardor,
Têm vacas e ovelhas,
Lavram a terra com um trator.

As técnicas tradicionais,
Estão esquecidas no tempo,
Com as técnicas modernas,
Aumenta o rendimento.

Mudaram as populações,
E os hábitos também,
Na aldeia podem querer,
Hoje vive-se muito bem.

Lares e centros de dia,
Os podemos achar;
Clubes e infantários,
Estádios para jogar.

Nas vilas e nas aldeias,
Há pouca poluição,
Todos são primos e primas,
Uns aos outros dão as mãos.

Ainda temos aldeias,
No interior e no norte,
Que as suas populações,
Têm falta de transportes.

Ainda temos aldeias,
Um pouco abandonadas.
Sem esgotos, nem caixotes de lixo,
Nem água canalizada.

Há aldeias portuguesas,
Que conservam a tradição,
Na aldeia há saúde,
Na cidade confusão.

A história e a Geografia,
Não se podem separar,
Uma precisa da outra,
Para ninguém se enganar.

Palmilhei caminhos velhos,
Mas em nenhum me perdi,
Corri cantos e recantos,
Escrevi tudo que vi.

Em versos eu escrevi,
A história da nação,
Daquilo que me esqueci,
A todos peço perdão.

Deus me deu boa memória,
Por isso sou muito feliz,
“Morra homem mas fique fama”,
Leitores do meu País.

“Morra homem, mas fique fama”,
Lá diz o velho ditado,
Ganhei mais esta batalha,
Sem espada nem reinado.

Ouvi dizer ao leitor,
Que o verso popular,
Também tem o seu valor,
Quando se vive a cantar.

Ferreira augusto

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