Pastores da Serra
Pastores da serra,
Vinde ouvir também,
Vinde ouvir Jesus,
Em Jerusalém.
Quem lhe vem cantar os reis,
De noite pelo escuro,
Certo é que quer saber,
Se o seu vinho é maduro.
Estou a cantar os reis,
Já passou o Santo Amaro,
Eu não pude vir mais cedo,
Por estar o tempo gelado.
Venho-lhe cantar os reis,
Demandado de um amigo,
Se julgais que vos engano,
Aqui o trago comigo.
Estas casas são caiadas,
Mais por dentro que por fora,
Por muitos anos as logrem,
O casal que nela mora.
Estas casas são caiadas,
Os telhados são de vidro,
Por muitos anos a logrem,
A mulher com seu marido.
Ainda agora aqui cheguei,
Ao cimo desta escada,
Logo o meu coração disse,
Aqui mora gente honrada.
Levanta-te ó senhora,
Do seu banquinho de prata,
Venha-nos abrir a porta,
Que está um frio que mata.
Em tais noites como esta,
Cantam-se os reis aos fidalgos,
Também nós os cantamos,
A estes senhores honrados.
Aqui vimos, aqui vimos,
Aqui vimos, bem sabeis,
Vimos dar as boas festas,
E também cantar os reis.
Levanta-te ó senhora,
Do banco de cortiça,
Venha-nos abrir a porta,
E apanhe-me uma chouriça.
Despedida, despedida,
Por cima do verde pano,
Boas noites meus senhores,
Adeus até para o ano.
Sem comentários:
Enviar um comentário