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segunda-feira, 6 de agosto de 2018


Capítulo 45: 
A vida quotidiana no campo
                                                              
Ao longo do século dezanove,
Na segunda metade,
Sofreu grandes alterações
Toda a sociedade.

Houve organização,
Na sociedade portuguesa.
Perderam muita importância,
O clero e a nobreza.

A nobreza nesse tempo,
Perdeu alguns rendimentos.
As classes religiosas,
Ficaram sem seus proventos.

A burguesia então,
Ganhou bastante riqueza,
No comércio e indústria,
E na banca portuguesa.

O povo trabalhador,
Diferente nunca mais,
Começou a ter direitos,
Políticos e sociais.

Quer no campo, ou na cidade,
O pobre povo coitado,
Vivia com dificuldades,
Por vezes era explorado.

O camponês neste tempo,
Vivia pobremente,
Trabalhava o dia inteiro,
Sempre alegre e contente.

Pagava rendas ao senhor,
Com animais ou dinheiro,
Quase não ficava nada,
Para o ano inteiro.

Trabalhava na agricultura,
E na criação de gado;
Trabalhava de sol a sol,
Sem receber ordenado.

Tinham de lavrar a terra,
E fazer as sementeiras,
Ceifar e cortar a lenha,
Malhar o milho nas eiras.

Três coisas pede o criado,
Ao amo que o alimenta,
Boa cama, melhor mesa,
E uma leve ferramenta.

As casas onde viviam,
Eram feitas de madeira,
Tinham uma sala pequena,
Uma cozinha e uma lareira.

A sua alimentação,
Era um pouco variada,
Comiam pão centeio,
E uma sardinha salgada.

Também comiam, pão de milho,
Vinho que molhava a boca,
Toucinho e azeitonas,
E por vezes uma sopa.

O vestuário do povo.
Quer de inverno ou verão,
Por vezes ia variando,
De região para região.

Os ranchos folclóricos,
De região para região,
Vão recriando os trajes,
E mantendo a tradição.

Os trajes são preservados
Conforme as regiões,
Trajes de festas e feiras,
Romarias e procissões.

Na aldeia nesse tempo,
Ao domingo ninguém trabalhava,
Cantavam ao desafio,
Jogavam o jogo da malha.

Havia festas na aldeia,
Os jogos e as desfolhadas.
Serões e bailaricos,
Concertinas e desgarradas.

A gente fugiu do campo,
Para a cidade podem querer,
Pois o pouco que ganhavam,
Não dava para viver.

Muitos sem eira, nem beira,
Saiam para o litoral,
Abandonavam as terras,
Deu-se o êxodo rural.

Uns migraram para Lisboa,
Outros para além do mar.                           
Fixaram-se no Brasil,
Com esperança de voltar.

Uns partiram da Madeira,
Outros partiram do Minho.
Partiam com esperança,
De voltar ao seu cantinho.

O destino dos emigrantes,
Que saiam de Portugal,
Era os Estados Unidos,
Outros a América Central.

Os que foram para o Brasil,
Souberam enriquecer,
Regressavam com dinheiro,
Para a terra que os viu nascer.

A ideia do brasileiro,
Era um solar comprar,
Uma casa luxuosa,
Para poderem habitar.

Quando chegava um brasileiro,
À sua terra Natal,
Havia muita alegria,
Festa com arraial.

O brasileiro ao chegar,
Matava sua saudade,
Distribuía dinheiro,
Por casas de caridade.

O brasileiro ao chegar,
Construía palacetes,
Distribuía dinheiro,
Pelas famílias carentes.

Ao chegar um brasileiro,
Havia imensa alegria,
Os que não tiveram sucesso,
Já mais a família os via.
Ferreira Augusto

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