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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Capítulo 28: 
A Lisboa Quinhentista

A cidade de Lisboa,
Estava bem situada,
Junto do estuário do Tejo,
Situação privilegiada.

A cidade foi crescendo,
Desde o império romano,
Foi crescendo pouco a pouco,
Até chegar aos nossos anos.

Era junto do castelo,
Que se encontrava o casario,
Foi crescendo a cidade,
Estendeu-se até ao rio.

Lisboa teve três cercas,
Que a gente admira,
A da Mourama e Dom Dinis,
Cerca Nova ou Fernandina.

Lisboa cresceu, cresceu,
Estendeu-se até ao rio,
Lisboa tinha dois centros,
O Terreiro e o Rossio.

Lisboa cidade bela,
A mais bela de Portugal,
Lisboa cresceu, cresceu,
Com a atividade comercial.

Lisboa cresceu, cresceu,
Durante o século dezasseis,
Com a atividade comercial,
E o orgulho dos reis.

Dom Manuel o Aventureiro,
Muita riqueza o envolvia,
Fez do Paço da Ribeira,
A sua moradia.

Foi para junto da Ribeira,
Ele e a família Real,
Para melhor controlar,
A atividade comercial.

Lisboa cidade rica,
Ao longo de muitos anos,
Lisboa foi considerada,
A rainha dos oceanos.

Em mil quinhentos e vinte,
A Rainha Leonor,
Criou as misericórdias,
Foi uma Rainha com valor.

Criou as misericórdias,
Com carinho e amor,
Os idosos muito agradecem,
Á Rainha Leonor.

À Rainha Leonor,
O idoso agradece,
Criou as misericórdias,
Portugal não a esquece.

No tempo de Dom Manuel,
Era rica a Nação,
O rico comia bem,
Mas o pobre, esse não.

Comiam pratos de carne,
Da melhor que havia ali,
Galinha, pavão e perdiz,
Veado e javali.

Nesse tempo Dom Manuel,
Protegeu o seu tesouro,
Seus banquetes eram faltosos,
Talheres de prata e ouro.

Também o vestuário,
Tinha uma cor brilhante,
Tenha botões de ouro,
Rubis e diamantes.

Na corte de Dom Manuel,
Havia muita riqueza,
A toda a gente de Lisboa,
Mostrava sua grandeza.

Quando o Rei Dom Manuel,
Pelas ruas caminhava,
Levava cavalos e rinocerontes,
E onças domesticadas,

Dom Manuel era artista,
A arte ele protegia,
Gostava de ouvir música,
E serões de poesia.

Gil Vicente era dramaturgo,
Cantava e versejava,
A nobreza do seu tempo,
Gil Vicente criticava.

Gil Vicente dramaturgo,
Homem de grande talento,
Em comédia criticava,
A sociedade desse tempo.

Quando Rei Dom Manuel,
Pelas ruas passeava,
Havia fortes festejos,
Com a corte engalanada.

Não faltava o cavalo persa,
Nem a onça domesticada,
Sua corte luxuosa,
Por outras era invejada.

Na corte de Dom Manuel,
Havia luxos brilhantes.
Da Índia chegavam,
Porcelanas, diamantes.

Pedro nunes matemática;
Pacheco na geografia,
Camões na literatura,
Garcia na medicina.

Nesse tempo os Portugueses,
A ciência desenvolveram,
Poetas e cientistas,
Muitas obras escreveram.

Ao porto de Lisboa,
Chegavam todos os dias,
Muitos barcos e navios,
Carregados de mercadorias.

De África vinha o marfim,
Da Índia as especiarias,
Do Brasil o pau-brasil,
Ótimo para as tinturarias.

O Rei tinha o monopólio,
De algumas mercadorias,
Para controlar o comércio,
Criou a Casa das Índias.

Muita riqueza chegava,
Nesse tempo a Portugal,
Logo seguia para a Antuérpia,
Para a Europa Central.

Antuérpia só comprava,
Comprava fruta da boa,
Ela cresceu com o comércio,
De Sevilha e de Lisboa.

De Sevilha ia a Prata,
De Lisboa especiarias,
Antuérpia cresceu, cresceu,
Com estas mercadorias.

Portugueses e espanhóis,
Eram os transportadores,
Mas Bruges e Antuérpia,
Eram finos compradores.

Lisboa tinha uma rua,
Rua nova dos mercadores,
Rua com muita riqueza,
De cambistas e compradores.

Havia riqueza e luxo,
Na casa dos burgueses,
Espanhóis e flamengos,
Alemães e franceses.

Portugueses e estrangeiros,
Tinham uma vida boa,
Os estrangeiros nesse tempo,
Que se radicavam em Lisboa.

Nesse tempo em Lisboa,
Havia muito estrangeiro.
Dedicavam-se ao comércio,
Outros eram marinheiros.

Muitos escravos africanos,
Chegavam a Portugal,
Para servirem os burgueses,
E trabalharem na construção naval.

Muitos barcos a chegar,
Muitos barcos a partirem,
Para África buscar escravos,
Para na corte servirem.

Havia muita mulher negra,
Criadas velhas sopeiras,
Lavavam roupa no rio,
Eram mulheres lavadeiras.

A corte de Dom Manuel,
Era uma corte luxuosa,
Não havia na Europa,
Corte assim tão Sumptuosa.

Artistas e escritores,
Tinham uma vida feliz,
Acompanhavam Dom Manuel
A visitar o País.

Dom Manuel fazia festas,
Procissões e romarias,
Também faustosos banquetes,
Com muitas iguarias.

Nos banquetes desse tempo,
Havia festas teatrais,
Muita música africana,
Cantada pelos jograis.

Chegavam muitos estrangeiros,
Á procura da riqueza,
Alguns eram escravizados,
Outros viviam na pobreza.

Na Lisboa quinhentista,
Havia dez mil escravos,
Apanhavam água e lenha,
Desta forma eram escravizados.

Na ribeira das naus,
E nos seus estaleiros,
Trabalhavam muitos escravos,
Calafates e carpinteiros.

Dom Manuel e sua corte,
Foram para a ribeira morar,
Pois a frota dos navios,
Era preciso controlar.

Do Rossio ao Terreiro,
Do terreiro ao Rossio,
Andavam muitos marinheiros,
E embarcações no rio.

Desenvolveram-se as ciências,
Tais como a astronomia;
Cartografia e botânica,
E também a geologia.

Houve aculturação,
Com encanto e firmeza,
Por essas terras ficou,
A Língua Portuguesa.

Fala-se o português,
No Brasil, Angola e Guiné,
Moçambique e Timor,
Cabo verde e São Tomé.

Houve aculturação,
De costumes e ideais,
Fizeram-se muitas trocas,
De Plantas e animais.

Assim, a Europa ficou,
Com imagem de outro Mundo,
Para tal, foram importantes,
Dom Manuel e João segundo.

Os homens do velho Mundo,
Ao Novo Mundo chegaram,
Ficaram de boca aberta.
Com o que lá encontraram.
Ferreira Augusto

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