Capítulo 28:
A
Lisboa Quinhentista
A cidade de Lisboa,
Estava bem situada,
Junto do estuário do Tejo,
Situação privilegiada.
A cidade foi crescendo,
Desde o império romano,
Foi crescendo pouco a pouco,
Até chegar aos nossos anos.
Era junto do castelo,
Que se encontrava o casario,
Foi crescendo a cidade,
Estendeu-se até ao rio.
Lisboa teve três cercas,
Que a gente admira,
A da Mourama e Dom Dinis,
Cerca Nova ou Fernandina.
Lisboa cresceu, cresceu,
Estendeu-se até ao rio,
Lisboa tinha dois centros,
O Terreiro e o Rossio.
Lisboa cidade bela,
A mais bela de Portugal,
Lisboa cresceu, cresceu,
Com a atividade comercial.
Lisboa cresceu, cresceu,
Durante o século dezasseis,
Com a atividade comercial,
E o orgulho dos reis.
Dom Manuel o Aventureiro,
Muita riqueza o envolvia,
Fez do Paço da Ribeira,
A sua moradia.
Foi para junto da Ribeira,
Ele e a família Real,
Para melhor controlar,
A atividade comercial.
Lisboa cidade rica,
Ao longo de muitos anos,
Lisboa foi considerada,
A rainha dos oceanos.
Em mil quinhentos e vinte,
A Rainha Leonor,
Criou as misericórdias,
Foi uma Rainha com valor.
Criou as misericórdias,
Com carinho e amor,
Os idosos muito agradecem,
Á Rainha Leonor.
À Rainha Leonor,
O idoso agradece,
Criou as misericórdias,
Portugal não a esquece.
No tempo de Dom Manuel,
Era rica a Nação,
O rico comia bem,
Mas o pobre, esse não.
Comiam pratos de carne,
Da melhor que havia ali,
Galinha, pavão e perdiz,
Veado e javali.
Nesse tempo Dom Manuel,
Protegeu o seu tesouro,
Seus banquetes eram faltosos,
Talheres de prata e ouro.
Também o vestuário,
Tinha uma cor brilhante,
Tenha botões de ouro,
Rubis e diamantes.
Na corte de Dom Manuel,
Havia muita riqueza,
A toda a gente de Lisboa,
Mostrava sua grandeza.
Quando o Rei Dom Manuel,
Pelas ruas caminhava,
Levava cavalos e rinocerontes,
E onças domesticadas,
Dom Manuel era artista,
A arte ele protegia,
Gostava de ouvir música,
E serões de poesia.
Gil Vicente era dramaturgo,
Cantava e versejava,
A nobreza do seu tempo,
Gil Vicente criticava.
Gil Vicente dramaturgo,
Homem de grande talento,
Em comédia criticava,
A sociedade desse tempo.
Quando Rei Dom Manuel,
Pelas ruas passeava,
Havia fortes festejos,
Com a corte engalanada.
Não faltava o cavalo persa,
Nem a onça domesticada,
Sua corte luxuosa,
Por outras era invejada.
Na corte de Dom Manuel,
Havia luxos brilhantes.
Da Índia chegavam,
Porcelanas, diamantes.
Pedro nunes matemática;
Pacheco na geografia,
Camões na literatura,
Garcia na medicina.
Nesse tempo os Portugueses,
A ciência desenvolveram,
Poetas e cientistas,
Muitas obras escreveram.
Ao porto de Lisboa,
Chegavam todos os dias,
Muitos barcos e navios,
Carregados de mercadorias.
De África vinha o marfim,
Da Índia as especiarias,
Do Brasil o pau-brasil,
Ótimo para as tinturarias.
O Rei tinha o monopólio,
De algumas mercadorias,
Para controlar o comércio,
Criou a Casa das Índias.
Muita riqueza chegava,
Nesse tempo a Portugal,
Logo seguia para a Antuérpia,
Para a Europa Central.
Antuérpia só comprava,
Comprava fruta da boa,
Ela cresceu com o comércio,
De Sevilha e de Lisboa.
De Sevilha ia a Prata,
De Lisboa especiarias,
Antuérpia cresceu, cresceu,
Com estas mercadorias.
Portugueses e espanhóis,
Eram os transportadores,
Mas Bruges e Antuérpia,
Eram finos compradores.
Lisboa tinha uma rua,
Rua nova dos mercadores,
Rua com muita riqueza,
De cambistas e compradores.
Havia riqueza e luxo,
Na casa dos burgueses,
Espanhóis e flamengos,
Alemães e franceses.
Portugueses e estrangeiros,
Tinham uma vida boa,
Os estrangeiros nesse tempo,
Que se radicavam em Lisboa.
Nesse tempo em Lisboa,
Havia muito estrangeiro.
Dedicavam-se ao comércio,
Outros eram marinheiros.
Muitos escravos africanos,
Chegavam a Portugal,
Para servirem os burgueses,
E trabalharem na construção naval.
Muitos barcos a chegar,
Muitos barcos a partirem,
Para África buscar escravos,
Para na corte servirem.
Havia muita mulher negra,
Criadas velhas sopeiras,
Lavavam roupa no rio,
Eram mulheres lavadeiras.
A corte de Dom Manuel,
Era uma corte luxuosa,
Não havia na Europa,
Corte assim tão Sumptuosa.
Artistas e escritores,
Tinham uma vida feliz,
Acompanhavam Dom Manuel
A visitar o País.
Dom Manuel fazia festas,
Procissões e romarias,
Também faustosos banquetes,
Com muitas iguarias.
Nos banquetes desse tempo,
Havia festas teatrais,
Muita música africana,
Cantada pelos jograis.
Chegavam muitos estrangeiros,
Á procura da riqueza,
Alguns eram escravizados,
Outros viviam na pobreza.
Na Lisboa quinhentista,
Havia dez mil escravos,
Apanhavam água e lenha,
Desta forma eram escravizados.
Na ribeira das naus,
E nos seus estaleiros,
Trabalhavam muitos escravos,
Calafates e carpinteiros.
Dom Manuel e sua corte,
Foram para a ribeira morar,
Pois a frota dos navios,
Era preciso controlar.
Do Rossio ao Terreiro,
Do terreiro ao Rossio,
Andavam muitos marinheiros,
E embarcações no rio.
Desenvolveram-se as ciências,
Tais como a astronomia;
Cartografia e botânica,
E também a geologia.
Houve aculturação,
Com encanto e firmeza,
Por essas terras ficou,
A Língua Portuguesa.
Fala-se o português,
No Brasil, Angola e Guiné,
Moçambique e Timor,
Cabo verde e São Tomé.
Houve aculturação,
De costumes e ideais,
Fizeram-se muitas trocas,
De Plantas e animais.
Assim, a Europa ficou,
Com imagem de outro Mundo,
Para tal, foram importantes,
Dom Manuel e João segundo.
Os homens do velho Mundo,
Ao Novo Mundo chegaram,
Ficaram de boca aberta.
Com o que lá encontraram.
Ferreira Augusto
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