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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Capítulo 26: 
Os Portugueses na África Negra

Dom Duarte o Eloquente,
Na vida muito sofreu,
Deixou um filho criança,
Quando em África morreu.

Afonso era criança,
Não podia governar,
Dom Pedro ficou Regente,
Soube Afonso educar.

Afonso cresceu, cresceu,
Pensou logo na vingança,
Partiu para o norte de África,
Onde fez grande matança.

Afonso Quinto o Africano,
Tinha veia de artista,
Foi para o norte de África,
Á procura da conquista.

Conquistou Arzila e Tânger,
Alcácer com muita Fé,
Arrendou a Fernão Gomes,
Toda a Costa da Guiné.

Afonso quinto mandou,
Navegar Diogo Cão.
Para o reino ele voltou,
Sem cumprir sua missão.

Afonso não perdoou,
A Diogo Cão, mas enfim,
Talvez por não ter chegado,
À terra do Samorim.

Fernão Gomes Explorou,
O Golfo e Santa Catarina,
Fernão Gomes ai fundou,
A Feitoria da Mina.

A Feitoria da Mina,
Fernão Gomes fundou,
Ficou com o monopólio,
Da riqueza que ai achou.

Fundaram Feitorias,
São Jorge e Arguim,
De onde traziam escravos,
Malagueta, ouro e marfim.

Também traziam prata,
Café que muito lá havia;
Milho e batata-doce,
Melão e melancia.

Durante o Século Quinze,
Começaram a chegar,
Muitos escravos africanos,
Para os senhores escravizar.

Durante o século quinze,
Chegaram a Portugal,
Muitos escravos Africanos,
Para a corte Real.

A cidade de Lagos,
Durante dezenas de anos,
Ai foram leiloados,
Muitos escravos Africanos.

Ai eram leiloados,
Como sendo animais,
Para os campos eram levados,
Pelo senhor que desse mais.

Na corte de Vila Viçosa,
Segundo Investigações,
Havia muitos escravos,
Que serviam de garanhões.

Alguns homens eram escolhidos,
Para a reprodução,
Dos quais faziam uso,
Como cavalos de cobrição.

Mulheres brancas e negras,
Muitas crianças pariam,
Que os senhores, seus donos,
Por alto preço as vendiam.

Mulheres brancas e pretas,
Pariam filhos robustos,
Vendidos pelos senhores,
Recebendo altos lucros.

Os negros eram ingénuos,
Tinham muita simplicidade,
Não pensavam que os brancos
Tivessem tanta maldade!

As nossas expedições,
Quer no mato, quer na Foz,
Encontraram populações,
Com sentimentos, como nós.

Sem ouvir tiros nem bombas,
Em perfeita harmonia,
No interior do mato,
Gente feliz vivia.

Uns pensavam no comércio,
Outros em evangelizar,
Outros em descobrir terras,
Outros controlar o mar.

Os gentios africanos,
Tinham a sua cultura,
Adoravam os seus Deuses,
Não pensavam em escravatura.

Em África os Portugueses,
Nossa herança deixaram,
Costumes e a religião,
O português ensinaram.

Houve aculturação,
Que ninguém esquece jamais,
Houve troca de saberes,
Plantas e animais.
Ferreira Augusto

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