Translate

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Capítulo 9:
Herança dos Muçulmanos

Entre mouros e cristãos,
Houve muitos casamentos,
Houve troca de saberes,
E muitos conhecimentos.

Contam-se algumas lendas,
Que não estão esquecidas,
De muitas mouras encantadas,
Nas rochas estão escondidas.

Contam-se lendas e histórias,
De mouras encantadas,
Que continuam à espera,
De serem desencantadas.

Lindas mouras estão escondidas,
Com os seus corações feridos,
Continuam à espera,
Dos seus amados queridos.

Fizeram-se casamentos,
Houve enormes festanças.
Quer no norte, quer no sul,
Deixaram suas heranças.

Deixaram suas heranças,
No solo que hoje é Portugal,
Deixaram plantas de fruto,
Palavras começadas por “al.

Algarismo, e algarve,
Amofariz  e Almada,
Almocreve e alqueire,
Alvaraz e almofada.

Cultivaram o arroz,
Através da irrigação,
Trataram bem das palmeiras,
Da seda, trigo e algodão.

Cultivaram o arroz,
Plantaram o damasqueiro,
Alfarrobeira, e laranjeira,
Pessegueiro, e limoeiro.

Alguns sistemas de rega,
Para regar as hortas,
Chegaram aos nossos dias,
As noras e as picotas.

Deixaram na literatura,
Muitas obras escritas,
Deixaram na arquitectura,
Palácios e mesquitas,

O arco de ferradura,
É herança dos Muçulmanos,
Arco de volta perfeita,
É herança dos romanos.

Seja bonita ou feia,
Grandiosa, ou requintada,
Toda a arte que tem arte,
Deve ser admirada.

Em Portugal há moedas,
Pelos Muçulmanos cunhadas,
Moedas de muito valor,
Nos museus estão guardadas.

Deixaram alguns princípios,
Do livro do alcorão;
Rezar virados para Meca,
Jejuar no ramadão.

Usavam nas construções,
O arco de ferradura,
Janelas voltadas para o sol,
Para entrar uma luz pura.

Para sul da península,
Fundaram seus Califados,
Córdova e Toledo,
Foram os mais preservados.

Deixaram os titulões,
Para música tocar,
Deixaram o astrolábio,
Para orientação no mar.

Em bebidas espirituosas,
Os muçulmanos falavam,
Diziam que essas bebidas,
Todos os males curavam.

Já curavam alguns males,
Remédios caseiros tinham.
Para afastar o mau olhado,
Feitiçaria faziam.

Falavam no Alibabá,
E nos quarenta ladrões,
Em Portugal eles deixaram,
Costumes e tradições.

No cancioneiro Português,
Hoje podemos encontrar,
Lindos romances de amor,
Que o povo sabe cantar.

Ferreira Augusto

Sem comentários: