Capítulo 35:
Absoluta de Dom José primeiro
Deram ao Rei Dom José,
O Cognome de reformador,
Fez trabalhos, fez reformas,
Sofreu golpes por amor.
Dom José herdou o trono,
Bastante empobrecido,
Pois o ouro do Brasil,
Do Reino tinha sumido.
Dom José herdou o trono,
Em grandes dificuldades,
Pois o ouro do Brasil,
Chegava em menores quantidades.
A industria e a agricultura,
Davam pouca produção,
Compravam ao estrangeiro,
Para défice da Nação.
Dom José herdou o trono,
A economia não era boa,
Para agravar a situação,
Houve um terramoto em Lisboa.
No dia um de Novembro,
Lisboa inteira tremeu,
Vejam caros leitores,
Aquilo que aconteceu.
Foi grande a destruição,
Lisboa foi arrasada,
Até o Paço da Ribeira,
Não resistiu à derrocada.
Ruíram muitos palácios,
Igrejas e hospitais,
Morreram muitas pessoas,
Oito mil, ou talvez mais.
Lisboa tinha colinas,
Palácios e um castelo,
Dom José tinha um ministro,
Sebastião Carvalho e Melo.
O Marquês tomou medidas,
Os mortos mandou enterrar;
Mandou reconstruir Lisboa,
Com praças de encantar.
A praça, do comércio,
Tinha prédios harmoniosos,
Tudo isto foi possível,
Com os arquitetos famosos.
Eram três os arquitetos,
Com esquadro e papel,
Manuel do Santos, e Eugénio,
O mais famoso Mardel.
Na praça de Comércio,
Está um exímio cavaleiro,
É o Rei Dom José primeiro
A olhar para o Terreiro.
Lisboa das sete colinas,
Era assim Conhecida,
Depois do terramoto,
Ficou Lisboa pombalina.
Suas praças, suas ruas,
Deram o Mundo que falar,
Nesta Lisboa moderna,
Tudo se pode encontrar.
As ruas que eram estreitas,
Muito largas ficaram,
Algumas pessoas dessa época,
Tonto ao Marquês chamaram.
Abriram-se cafés,
Botequins e salões,
Onde poetas e artistas,
Se travavam de razões.
Havia acesas confusões,
Pelos novos ideais,
Que se liam em revistas,
Nas gazetas e jornais.
Neles se bebia vinho;
Aguardente e Aguapé;
Algumas bebidas quentes,
Chocolate, chá e café.
Ferreira Augusto
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