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segunda-feira, 12 de março de 2018


Capítulo 34:
Monarquia Absoluta de Dom João Quinto

Durante o Século dezoito,
Vigorou em Portugal,
O Regime Absoluto,
Causador de tanto mal.

Vigorou em Portugal,
O Regime Absolutista,
E teve em Dom João Quinto,
O seu melhor estadista.

Magnânimo foi o nome,
Que deram ao Rei poderoso,
Por outros reinos era invejado,
O seu Reino Grandioso.

Era Rei Absoluto,
Detinha todos os poderes,
Gozava de privilégios,
Escamoteava os deveres.

No tempo de Dom João,
Era rica a Nação,
Na corte havia luxo,
Riqueza e ostentação.

Havia bailes de gala,
Grandes festas e touradas,
O que causou mais espanto,
Foram suas embaixadas.

Suas faustosas embaixadas,
Feitas a Roma, Áustria e Paris,
Simbolizavam o poder,
E a riqueza do País.

Os palácios e os solares,
Eram muito decorados;
Havia lindos tapetes,
E belos quadros pintados.

Nos palácios e solares,
Havia tapeçarias,
Lustros por todos os cantos,
E finas louças das índias.

As senhoras viviam,
Recatadas nos salões;
Apareciam a animar,
Grandes festas e serões.

Havia jogos na corte,
E para manter a tradição,
Jogavam damas e xadrez,
O ganso e o gamão.

Dançavam algumas danças,
Ao toque do violino;
Minueto e savana,
Para dançar com jeitinho.

Havia berlindes e coches,
Puxadas por cavalos,
Para levarem os nobres,
Assistirem aos espectáculos.

A nobreza tinha cargos,
Que Afonso Quinto lhes dava,
Os negócios das colónias,
A nobreza controlava.

O Clero tinha interesse,
Que o Rei lhe desse poder;
Dinheiro, terras e cargos,
Para confortável viver.

O clero e a nobreza,
Ordens privilegiadas,
Viviam em palácios vistosos,
Iam a festas e touradas.

Para festas e touradas,
Ia o clero e a nobreza,
Mostrando sua valentia,
Exibicionismo e destreza.

Alguns membros da Nobreza,
Os burgueses criticavam,
Às vezes faziam chacota,
Quando os burgueses passavam.

Os burgueses poderosos,
A nobreza imitavam,
Pela forma de vestir,
Em casa banquetes davam.

Não pagavam impostos,
Muitas rendas recebiam,
Gozavam de privilégios,
Na vida nada faziam.

Podiam-se distinguir,
Logo pelo nascimento;
Pelo modo de vestir,
Também pelo tratamento.

A sociedade portuguesa,
Era estratificada,
Cada qual na sua ordem,
Sua função desempenhava.

Uma ordem orava;
Outra ordem combatia,
Outra que trabalhava,
Esta pouco recebia.

Pelo clero e nobreza,
Distribuiu, muita riqueza,
Ainda hoje é visível,
Nos solares e igrejas.

O clero e a nobreza,
Tinham apenas direitos,
Iam a festas e touradas,
Ouviam belos consertos.

Tinham grandes propriedades,
Pelo povo exploradas,
Recebiam rendas e impostos,
Que o pobre povo pagava.

O clero ordem rica,
Ao culto se dedicava,
Dava assistência, aos doentes,
E os hereges condenava.

O clero dirigia,
O Tribunal da inquisição,
Que condenava à morte,
Quem fosse doutra religião.

Instrumentos de tortura,
A inquisição utilizou,
Quantos irmãos de Jesus,
A inquisição torturou.

No tempo da inquisição,
Houve verdugos, cruéis,
Que condenavam à morte,
Hereges e infiéis.

No campo o camponês,
Trabalhava sem colher frutos,
Ao clero e à nobreza,
Pagavam altos tributos.

Nas cidades viviam,
Trabalhadores aguadeiras,
Ambulantes e burgueses,
Comerciantes e regateiras.

Nas cidades do século dezoito,
Havia muitos mendigos.
Muitos pobres e delinquentes.
E órfãos desprotegidos.

No tempo de Dom João,
Não houve só festas nem divertimentos,
Também mandou construir,
Imponentes monumentos.

Aqueduto de águas livres,
Tinha fina arquitectura,
Mas o convento de Mafra,
Hoje na História perdura.

O Convento de Mafra,
Que Saramago inspirou,
Tanto ouro, tanta prata,
Saramago lá encontrou.

Tem um carrilhão de sinos,
No Mundo não há igual,
Quando o carrilhão toca,
Estremece Portugal.

A arte barroca era,
De azulejos decorada,
Tinha curvas contra curvas,
E muita talha dourada.

Dom João ficou doente,
A doença lhe deu luta,
Rodeou-se da Nobreza,
De uma nobreza corrupta.

O ouro brasileiro,
Que agora chegava,
Voava para o Estrangeiro,
Em Portugal não ficava.

João Quinto adoeceu,
Triste mágoa o comove,
Herdou o trono seu filho,
Mas Portugal, estava pobre.
Ferreira Augusto

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