Causas
do cinco de Outubro de 1910
No ultimo quartel,
Do século dezanove,
A burguesia estava rica,
O povo continuava pobre.
Com o comercio e com a industria,
A burguesia enriquecia,
O pobre povo coitado,
Da pobreza não saia.
Havia descontentamento
De muitas populações,
Para a queda
da monarquia,
Apontam-se
varias razões.
As potencias
Europeias,
Tinham
grandes pretensões,
Para o continente
africano,
Mandavam
expedições.
Mandavam
expedições,
Com pilotos
estudados,
Procuravam
matéria-prima,
Mão-de-obra
e mercados.
Portugal
também mandou,
Para o
continente africano.
Algumas
expedições,
Que duraram
alguns anos.
Serpa Pinto e Capelo,
Partiram num barco chique,
Chegaram ao Litoral,
De Angola e Moçambique.
Fizeram-se neste século,
Viagens de exploração,
Ocupando regiões ricas
De ouro, diamantes e algodão.
De ouro, diamantes e algodão.
A conferência de Berlim,
África repartia,
Pelas potencias Europeias,
Que jogavam a corrida.
Um mapa cor-de-rosa,
Portugal vai elaborar,
Mas a Inglaterra invejosa,
Logo vai reclamar.
O mapa rosa definia,
Um espaço português,
Há anos que era cobiçado,
Pelo governo Inglês.
Criaram-se alguns partidos,
Republicanos e socialistas,
E fundiam as ideias
Nos jornais e nas revistas.
A Inglaterra lançou,
Um ultimato a Portugal.
O rei D. Carlos cedeu,
As coisas correram mal.
O povo não aceitou,
O ultimato estrangeiro,
E logo se revoltou,
No trinta e um de Janeiro.
No Porto os republicanos,
Foram então derrotados,
Uns foram para a prisão,
Outros foram exilados.
O ultimato inglês,
Provocou contestação,
Mas o défice financeiro,
Empobreceu a Nação.
Apareceu a Carbonária,
E também a maçonaria,
Ajudaram os republicanos,
A derrubar a monarquia.
D. Carlos queria touradas,
Desporto e passear,
Deu poderes a João Franco,
Para o país governar.
D. Carlos o magnata,
Um rei de muito valor.
Teve espingardas de prata,
Não foi um bom caçador.
João Franco foi contestado,
Pelo povo nessa altura,
O rei legou-lhe poderes,
Ele implantou uma ditadura.
Nas mãos de João Franco,
Depositou poder,
Implantou a ditadura,
E fez o povo sofrer.
Havia oposição,
Republicanos e maçonaria,
Que desejavam acabar,
Com o fim da monarquia.
Em mil novecentos e oito,
No dia um de Fevereiro,
Mataram o rei D.Carlos,
E o seu filho herdeiro.
Subiu ao trono D.Manuel,
Muito jovem e sem experiencia,
Delegou poderes nos nobres,
Que não tinham competência.
D. Manuel segundo foi,
Ultimo rei de Portugal,
Foi exilado no estrangeiro,
Ele e a família real.
Manuel segundo foi,
Rei sem futuro, nem esperança,
Foi o ultimo rei,
Da dinastia de Bragança.
No dia cinco de Outubro,
Derrubou-se a monarquia,
Implantou-se a república.
Começou a democracia.
Ferreira Augusto
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