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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não há porco mal desfeito, nem lameiro mal cegado

Numa aldeia do Nordeste Transmontano viviam a comadre e o compadre.
Ambos durante o ano criavam um porquinho para ser morto na altura do natal.
Chegada essa época combinavam o dia para a matança do porco.
O compadre matava o seu porco um dia antes da comadre e esta chamava o compadre para que lhe fosse desmanchar o porco. Quando se ia embora o compadre dizia para a comadre: - Óh comadre não há porco mal desfeito, nem lameiro mal cegado, ora não?
- Não, respondia a comadre, e este ritual aconteceu durante anos, O mais estranho era que os porcos eram mais ou menos iguais mas o compadre fazia muito mais fumeiro do que a comadre.
Intrigada e com a pulga a atrás da orelha no ano que se seguiu a comadre esteve com o olho aberto enquanto o compadre desmanchava o porco dela, foi então que quando o compadre se despediu e disse: - Óh comadre não há porco mal desfeito, nem lameiro mal cegado, ora não?
- Não compadre, o que está mal é o lombo que você leva nos bolsos!- Exclamou a comadre.
E assim a comadre descobriu a razão do compadre fazer mais fumeiro do que ela.

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