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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Capítulo 49: 
Reformas republicanas e instabilidade política

Era grande a percentagem,
Que havia de analfabetos,
Construíram-se escolas,
Realizaram-se concertos.

Desenvolveu-se a cultura,
Assim por todo o país,
O ensino gratuito,
Fez feliz muito, petiz.

Desenvolveu-se a cultura,
Desde Faro a Bragança.
O ensino gratuito,
Fez feliz muita criança.

Construíram-se escolas,
Com recursos humanos,
O ensino gratuito,
Desde os sete aos dez anos.

Construíram-se novos liceus,
Em todas as capitais,
Desenvolveram-se técnicas,
Agrícolas e comerciais.

Mais duas universidades,
Os republicanos criaram,
No Porto e em Lisboa,
A de Coimbra renovaram.

Na década de vinte,
Não se atingiu a meta,
Parte da população,
Continuava analfabeta.

O índice de analfabetismo,
Continuava elevado,
O jornal era lido,
Por um senhor letrado.

Os republicanos apoiaram,
Associações culturais,
Onde se faziam leituras,
De revistas e jornais.

Ricardo Jorge ganhou,
Prémios na medicina,
Gago Coutinho fez,
A primeira travessia.

Fez a primeira travessia,
E dia vinte e dois de abril,
Nesse tosco avião,
Gago chegou ao Brasil.

Publicaram-se leis,
A favor dos trabalhadores,
Que eram explorados,
Pelos patrões seus senhores.

Tiveram direito à greve,
Ao descanso semanal,
Aos seguros obrigatórios,
Tudo isso era legal.

Criaram-se sindicatos,
E muitas associações,
Que tinham como objetivo,
Lutar contra os patrões.

Pretendiam os sindicatos,
Exigir mais do patrão,
Reduzir as horas de trabalho,
Melhor salário e instrução.

Apareceu a conferência,
Geral do trabalhador,
Também alguns jornais,
O Operário e O Professor.

O défice era elevado,
O desemprego também,
Eram greves, sobre greves,
Não trabalhava ninguém.

Durante dezasseis anos,
Houve alguma contestação,
Centenas e centenas de greves,
Empobreceram a Nação.

As ordens religiosas,
Mais uma vez atacadas,
Pelo pé de Afonso Costa,
Foram essas ordens esmagadas.

Afonso Augusto Costa,
Foi um duro magistrado,
No seu tempo separou,
A Igreja do Estado.

Afonso Augusto Costa,
O Registo Civil criou,
Desde essa altura então,
Todo o bebé se registou.

Sidónio Pais tentou,
Desenvolver o Estado,
Mas não tardou muito tempo,
Em sofrer um atentado.

Sidónio Pais foi morto,
Homem de muita nobreza,
Era bom para toda a gente,
Muito mais para a pobreza.

Portugal entrou na guerra,
Primeira Guerra Mundial,
Houve grande contestação,
Do povo de Portugal.

Os soldados portugueses,
Para a guerra partiram,
Pois os alemães traidores,
Nossas terras invadiram.

Portugal entrou na guerra,
Ao lado dos aliados,
E lá partiram para a França,
Os malogrados soldados.

Tanta dor, tanta tristeza,
Se espalhou em Portugal,
Seus corpos por lá ficaram,
Não voltando à terra natal.

Em Portugal há um tumulo,
Ao soldado desconhecido,
Todo o homem que morreu,
Ainda hoje não foi esquecido.

As mulheres portuguesas,
Estavam organizadas,
Quer em França, ou em África,
Fizeram suas cruzadas.

As damas enfermeiras,
Tinham o seu hospital,
Ajudavam os soldados,
Com bens e apoio moral.

Os valentes portugueses,
Na Batalha de La lys,
Ajudaram os franceses
A libertar o país.

Quarenta e cinco governos,
E oito presidentes,
Não deram estabilidade,
A milhões de portugueses.

Havia descontentamento,
Entre as classes sociais,
O povo empobrecia,
Ano após ano, cada vez mais.

Subia o custo de vida,
O défice aumentava,
A burguesia enriquecia,
Vestia bem e passeava.

Houve vários atentados,
Com mortos pelo chão,
O que deixava prever,
Uma outra revolução.

A indústria neste tempo,
Ficou um pouco arada,
Nem patrões, nem operários,
Ninguém queria fazer nada.

A industria e os transportes,
Caminhavam lentamente,
Com esta instabilidade,
O País ficou carente.

O País ficou carente,
Aumentou a inflação,
Só restava a Portugal,
Fazer outra revolução.

A industria portuguesa,
Neste tempo estagnou,
Uma ou outra fábrica,
Seu lucro triplicou.

No Barreiro Alfredo Silva,
Sua fábrica instalou,
Com tanto adubo químico,
A produção aumentou.

Da Europa sopravam,
Ventos fortes sem cessar,
Só uma ditadura,
Nos pode salvar.
Ferreira Augusto

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