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terça-feira, 1 de maio de 2018


Capítulo 38:
Causas da Revolução Liberal de Mil Oitocentos e Vinte

Nos alvores de oitocentos,
Há duzentos anos e tal,
Por uma crise passou,
O reino de Portugal.

Em Portugal governava,
O Príncipe Dom João,
Que não acatou as ordens,
Do poderoso Napoleão.

Napoleão decretou,
Um bloqueio Continental,
Dom João não aderiu,
As coisas correram mal.

A França quis se vingar,
Portugal logo invadiu,
Dom João com sua corte,
Para o Brasil fugiu.

João foi para o Brasil,
Abandonou a Nação.
Foi-se embora com sua corte,
Por ser um monarca “Cagão”.              

No peito dos portugueses,
“Estalou a guerra civil”,
Por causa de Dom João,
Ter fugido para o Brasil.

Abandonou o País,                 
Foi para o Rio de Janeiro,
Deixando em Portugal,
Um saqueador estrangeiro.

Deixou o Conde de Abrantes,
A governar Portugal,
Mas os ingleses, espertos,
Iam enchendo o mornal.

Soult General francês,
Roubava sem dó nem pena,
Os outros dois generais,
Foram Junot e Massena.

Com os exércitos franceses,
Vinha um soldado maneta.
Era duro e cruel,
Para a gente branca e preta.

Louis Passion era,
Fiel a Napoleão,
Era o homem mais temível,
E só tinha uma mão.

Foi expulso de Portugal,
E quando chegou ao seu país,
Querem ver o que aconteceu,
Ao carrasco do Louis.

Sua casa foi assaltada,
Por gente branca e preta,
Desta vez também ele foi,
Embora para o maneta.

Os Ingleses vieram,
Ajudar os Portugueses,
Em mil oitocentos e onze,
Foram expulsos os franceses.

Os franceses saquearam,
Igrejas, muitos conventos,
Para frança eles levaram,
Riqueza, muitos proventos.

A burguesia portuguesa,
Estava muito descontente,
Pois os portos brasileiros,
Foram abertos para toda a gente.

Em mil oitocentos e dez,
Deu-se outro golpe fatal,
Pois Dom João assinou,
O tratado comercial.

Os tecidos ingleses,
Panos de rara beleza,
Prejudicaram a economia,
E a indústria portuguesa.

Os portugueses estavam
Tristes com os ingleses,
Que ocuparam os cargos,
Que eram dos portugueses.

Havia agitação,
Descontentes mais de mil,
Pois Portugal, passou,
A ser uma colónia do Brasil.

Os portugueses andavam,
Tristonhos e humilhados,
Pois os cargos importantes,
Por outros eram ocupados.

Sofreu forte declínio,
O comércio português,
Que continuava a reboque,
Do comércio inglês.

Frei de Andrade corajoso,
Tinha sangue português,
Organizou a revolta,
Contra o general inglês.                      

Beresford governava,
Com grande autoritarismo,
Com muita astúcia e força,
Combatia o liberalismo.                              

Dia dezoito de Outubro,
No campo de Santana,
Morreram executados,
Onze liberais de fama.

Ficou o Campo dos Mártires,
Por Santana hoje conhecido,
Por causa dos ingleses,
Estes homens terão morrido.

Os liberais valentes,
A revolta organizaram,
Mas os ingleses poderosos,
Essa revolta esmagaram.

Frei de Andrade foi morto,
O caso ficou mais sério,
Logo se formou no Porto,
A associação do Sinédrio.

O Sinédrio era secreto,
Aí reuniam os Liberais,
Para expulsar os ingleses,
E absolutismo nunca mais.

Em mil oitocentos e vinte,
Eclodiu a revolução,
Os ingleses foram embora,
Ficou liberta a Nação.

A Vinte e quatro de agosto,
Eclodiu a revolução,
Ela começou no Porto,
Estendeu-se por toda a Nação.

Passado algum tempo
Dom João é regressado,
Para assinar um documento,
Que estava a ser preparado.

Em vinte e dois assinou,
A Primeira Constituição,
Mas Dom Miguel absolutista,
Não aceitava não.           

Esta Constituição;
Defende a liberdade,
Igualdade para todos,
E também a felicidade.

Dom João sexto chegou,
Infeliz e descontente,
Seu filho Pedro ficou,
No Brasil como regente.

As cortes Constituintes,
Do regime Liberal,
Escreveram a Dom Pedro,
Para vir a Portugal.

Nas margens de Ipiranga,
Dom Pedro se passeava,
Com elementos da corte,
Que sempre o apoiava.                    

Nas margens de Ipiranga,
Uma carta recebeu,
Dom Pedro se irritou,
Com o que na carta leu.

A carta que recebeu,
Não era uma carta de amor,
Dom Pedro se irritou,
Tornou-se Imperador.

Dom Pedro ficou zangado,
Bem alto implorou:
“Independência ou morte,
Para Portugal, eu não vou”. 
Ferreira Augusto

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