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sexta-feira, 1 de julho de 2011

A LÍNGUA DA VIZINHA

Vizinha que mora em frente,
Tem falta de educação.
Não seja tão badalhoca,
Não deite o lixo para o chão.

Eu deito lixo para o chão,
Faço aquilo que quiser,
O senhor vá dar conselhos,
Á porca da sua mulher.

Corta mais que um canivete,
Óh que língua tão comprida,
Ora mete, mete, mete,
Mete a língua na tua vida.

Tem ao perto o ecoponto,
Para o lixo despejar,
Se estiver muito atenta,
Pode o lixo separar.

Que é isso de ecoponto?
Eu nunca ouvi falar,
Se o senhor não está contente,
Pode daqui abalar.

Corta mais que um canivete,
Óh que língua tão comprida,
Ora mete, mete, mete,
Mete a língua na tua vida.

Que é isso má vizinha,
Cuidado na linguagem,
Com essa língua comprida,
Não entra na carruagem.

A minha língua é comprida,
A sua é curta de mais,
Bem podia dar conselhos,
Aos seus filhos, aos seus pais.

Corta mais que um canivete,
Óh que língua tão comprida,
Ora mete, mete, mete,
Mete a língua na tua vida.

Óh sua descaradona,
Má vizinha cheira mal,
Se não limpa essa lixeira,
Mando vir cá o fiscal.

Pode vir cá o fiscal,
A autoridade da terra,
Se o senhor quer guerrear,
Estou aqui para lhe dar guerra.

Corta mais que um canivete,
Óh que mulher linguaruda,
Bem podias com a língua,
Limpar o lixo da rua.

Chegou então o fiscal,
Com sua pasta na mão,
Que é isso óh vizinhos,
Quem causou a confusão?

Quem provocou o bordel?
Quem deitou o lixo ao chão?
Vai pagar pesada multa,
Ou dormir já na prisão.

Corta mais que um canivete,
Óh que mulher linguaruda,
Bem podias com a língua,
Limpar o lixo da rua.


Ferreira Augusto

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