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terça-feira, 2 de março de 2010

Romance da Seifa:
Dona Branca

Lá se vai nossa Senhora,
Pelos campos da alegria,
Também vai uma donzela,
Muito formosa e linda.
Cavaleiro vai atrás dela,
De amores a pretendia.
- Dá-me o teu corpo à Branca!
Dá-me o teu corpo ó linda!
Eu te darei cem dobrões!
No meu peito trazia!
- Eu não quero o teu dinheiro!
Muito dinheiro meu pai tinha.
- Dáme o teu corpo à Branca!
Dá-me o teu corpo ó linda!
Que eu te darei jóias de ouro,
Que no meu peito trazia.
- Não quero as tuas jóias de ouro.
Que no meu peito trazia.
- Não quero as tuas jóias.
Mui lindas jóias eu tinha.
- Dá-me o teu corpo à Branca!
Dá-me o teu corpo ó linda!
Eu te darei anéis de ouro,
Que em meus dedos trazia.
Não quero os teus anéis de ouro,
Pois lindos anéis eu tinha!
- Dá-me o teu corpo à Branca!
Dá-me o teu corpo ó linda!
Que eu te darei saias de ouro,
Forradas de prata fina!
- eu não quero as tuas saias.
Mui lindas saias eu tinha,
O meu pai ia à feira,
Muitas saias me trazia!
- Dá-me o teu corpo à Branca!
Dá-me o teu corpo ó linda!
Senão eu tiro-te a vida!
Fugiu port um vale a baixo,
Muito bem que ela fugia!
Foi-se meter a um poço,
Onde o mar se combatia!
Cada vez que vinha a onda,
Saias de ouro lhe trazia,
Tocam os sinos a mortos,
Ó meu Deus quem morreria!
É por alma de uma donzela,
Que pela honra se afogaria.

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