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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Ora anda desanda

Alumia-me ò candeia,
Ora anda desanda,
Que me quero ir deitar.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho,
Eu hei-de te amar.
Sem torcida e sem azeite,
Ora anda desanda,
Como te hei-de alumiar.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho,
Eu hei-de te amar.
Alumia-me óh candeia,
Ora anda desanda,
Até à rua d´além.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho,
Eu hei-de te amar.
Que dali para diante,
Ora anda desanda,
Já me alumia meu bem.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho,
Eu hei-de te amar.
Alumia-me óh candeia,
Ora anda desanda,
Até à rua do freixo.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho,
Eu hei-de te amar.
Que me quero despedir,
Ora anda desanda,
Do amor que ali deixo.
Já é de noite,
Já faz luar,
Óh meu amorzinho
Eu hei-de te amar.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Capítulo 30: 
A União Dinástica

Longe, longe, ficava a Índia,
Difícil de governar,
Havia muitos naufrágios,
Muitos piratas no mar.

O comércio das especiarias,
Começava a fracassar,
Havia corrupção,
Em quem estava a governar.

Havia muitos corsários,
Quer no mar, quer na terra,
Muitos deles ao serviço,
Da Rainha de Inglaterra.

No fundo do oceano,
Repousa alguma riqueza,
Dos barcos que afundou,
A pirataria inglesa.

No fundo do oceano,
Existe muita riqueza,
Difícil de encontrar,
Tal é sua profundeza.

O corsário Francis Draik,
Muito barco assaltou,
Por ser astuto e corajoso,
Seu nome na história ficou.

O Rei Dom João Terceiro,
Possuía enorme riqueza,
Mas no fim do seu reinado,
Mostrou alguma fraqueza.

Quando morreu Dom João,
Estava o reino decadente,
Pois tinha entrado em crise,
O comércio do Oriente.

Subiu ao trono seu neto,
O jovem Dom Sebastião,
Que procurava riqueza,
E também afirmação.

À frente de um exército,
Vai o jovem Sebastião,
Apoiado pela nobreza,
Para a sua perdição.

Foi para Alcácer-Quibir,
A onde foi derrotado,
Nunca mais ninguém o viu,
Ficou o Rei desejado.

O cardeal Dom Henrique,
Homem, culto da religião,
Era tio e avô,
Do Rei Dom Sebastião.

Dois anos ele governou,
O Reino de Portugal,
Ao cabo desses dois anos,
Morreu também o Cardeal.

Não havia sucessor,
Ao trono de Portugal,
Apareceram três candidatos,
Parentes do Cardeal.

Filipe Rei de Espanha,
Catarina de Bragança,
António Prior do Crato,
Fizeram grande festança.

Filipe Rei de Espanha,
Possuía grande riqueza,
Logo recebeu o apoio,
Do clero e da nobreza.

Filipe invadiu Portugal,
Prior do Crato derrotou,
Em mil quinhentos e oitenta e um,
Rei de Portugal, se intitulou.

Nas cortes de Tomar,
Promessas fez mais de mil,
Que sempre defenderia,
Timor, Angola e o Brasil.

Que sempre respeitaria,
A Língua Portuguesa,
Os usos e os costumes,
Os cargos e a moeda.

Tivemos sessenta anos,
Sob o domínio Filipino,
Mas com Dom João Quarto,
O caso piou mais fino.

Os Filipes não eram nossos,
Eles eram Castelhanos,
Durante sessenta anos,
Provocaram muitos danos.

Praticaram injustiças,
Contra a gente Portuguesa,
Levados pela cobiça,
De toda a nossa riqueza.

Lançaram altos impostos,
Os cargos não eram dados,
Para guerras e batalhas,
Nossos homens eram levados.

Muitos homens portugueses,
Os Filipes recrutavam,
Muitos navios e armas,
Para as guerras levavam.

As colónias Americanas,
Deixaram de ser protegidas,
As promessas de Tomar,
Deixaram de ser cumpridas.

Deixaram de proteger,
As colónias Portuguesas,
Franceses e holandeses,
Roubavam nossas riquezas.

Fizeram várias revoltas,
Contra o poder Filipino,
No porto as maçarocas,
Em Évora o Manuelinho.

Filipe Quarto o grande;
Filipe Segundo o prudente,
Filipe Terceiro o Pio,
Não foi um Rei inteligente.
Ferreira Augusto

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Capítulo 29: 
A Arte Manuelina

Na época Renascentista,
No Continente Europeu,
Imitaram-se os Clássicos,
Essa arte renasceu.

Leonardo e Rafael,
Miguel Ângelo e Bramante,
Imitaram os Clássicos,
Óh que arte tão brilhante.

Apareceu em Portugal,
Uma arte nova e fina,
Ligada à expansão,
Era a arte Manuelina.

A arte Manuelina,
É visível, na ourivesaria,
Também na arquitectura,
E na tapeçaria.

A arte Manuelina,
Nos Jerónimos se pode achar,
Também no convento de Cristo,
Na cidade de Tomar.

A arte Manuelina,
No mar foi inspirada,
Com conchas, cordas e algas,
Foi esta arte decorada.

A arte Manuelina,
Foi inspirada no mar,
Usa sempre a Cruz de Cristo,
E a esfera armilar.

A arte portuguesa
Era de um estilo fino,
Conhecido em todo o Mundo,
Como estilo Manuelino.

Nas terras que conquistamos,
Esta arte se ergueu,
A arte Manuelina,
Ainda hoje não morreu.

A arte Manuelina,
Uma arte colossal,
É uma arte bonita,
Teve origem em Portugal.
Ferreira Augusto