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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Canção do Lucas

O Lucas das Amoreiras,
Farto de fazer asneiras,
Só por causa da bebida,
Resolveu há poucos dias,
Não se meter em folias,
E tomar tento na vida!
Fez até uma aposta,
Com o seu compadre Costa,
Que mora no terreirinho,
Que dali para o futuro,
Seja verde ou maduro,
Nunca mais bebia vinho.
Ainda fez outra aposta,
Com o seu compadre Costa,
Que era uma alma cristã,
Desta vez tanto bebeu,
Que na rua adormeceu,
E acordou só de manhã.
Quando os olhos abriu,
E na sua frente viu,
Costa tão descontente,
Pois eu não fui quem perdi,
Pois desta vez só bebi,
Isto foi só aguardente.
Estes contos não são meus,
São sim, da minha memória,
Aprendi-os com minha mãe,
Não, nos manuais de história.
O dia do Exame…

Andava numa escola
Um garoto inteligente,
Era tão pobrezinho,
Já não tinha o seu paizinho,
Sua mãe estava doente.

No dia do seu exame,
A sua mãe piorou,
Mas ele disse docemente,
Mãezinha fique contente,
Eu não a deixo, eu não vou!!

Vai meu filho,
Que é o teu dia,
Para poderes triunfar!
Fá-lo pela tua mãe,
Fá-lo por ti também,
Se me quiseres salvar!

Lá partiu o garotinho,
Sem destino de ninguém,
Ficando ele aprovado,
Pelos mestres considerado,
Por prenda perdeu a mãe.

Volta a casa o garotinho,
Para tudo à mãe contar,
Mas alguém bateu à porta,
Dizendo que sua mãe já era morta,
Já não a podia salvar!

Então disse o garotinho,
Noticias tinha porém,
Eu fiz o que ela me ordenou,
Não foi por lá o que resultou,
Ficar sem a minha mãe.

Ele chorava pela mãe,
Sua vida lamentava,
Mas então que será de mim,
Sabendo que a vida era assim,
Deus a guarde bem guardada.
Os ricos e os pobres

Um certo dia ia seguindo descalço um rapazito de 14 anos de cabaz na mão por um caminho a cima e encontrou pelo caminho uma menina mais ou menos da sua idade que lhe perguntou:
- Onde vais tu?
- Vou levar o jantar ao meu pai que trabalha no moinho, - Disse o rapaz.
- Mas o teu pai é pobre e trabalha?? Perguntou a menina.
- Trabalha sim, e o teu pai? – Perguntou o rapaz
- O meu é rico não precisa de trabalhar. – Respondeu a menina
- Precisa sim. Precisam os pobres dos ricos e os ricos dos pobres. Precisamos uns dos outros.
Porque os ricos podem comer bons jantares mas não os sabem cozinhar, vivem em belas casas, mas não as sabem construir. Por isso não sei quem precisa mais de quem, se são os ricos dos pobres ou os pobres dos ricos. Disse o rapaz.
E continuou perguntando à menina: - Na tua opinião o que será mais alegre ver um pobre vergado sobre o cabo da inchada a ganhar o pão que come ou um rico de costas direitas na cadeira a comer o que os outros produzem?
Não é o trabalho que aviltra! O que aviltra é a ociosidade.
E então o que é a ociosidade? Perguntou a menina.
É a mãe de todos os vícios, Rico avarento, árvore sem fruto! Respondeu o rapaz.
Cuidados de irmãos

Numa tarde de primavera, ao voltar da escola o Pedrito, chegou a casa todo aborrecido, tinha subido a um muro para tirar um ninho que estava escondido em espessas trepadeiras, quando roçou pela parede a baixo rasgou as calças e ficou com medo que a mãe lhe batesse, no caso de vir a descobrir que tinha sido por causa de um ninho!!!
A Maria sua irmã, chamou-o e repreende-o, depois procurou linhas, agulha, tesoura e dedal e como se fosse uma pessoa crescida cozeu-lhe as calças com todo o cuidado!
Brilhava um raio de sol, que parecia dizer: “Como são lindas as mulheres que sabem costurar”!
O Pedrito ficou agradecido à irmã e prometeu, nunca mais voltar aos ninhos.
Dois amigos….

Era uma vez dois amigos, amigos do coração!
Eram muito crentes, acreditando no céu e no inferno.
Sempre que se encontravam diziam um para o outro: - O primeiro que morrer, ao chegar lá em cima, vem cá a baixo contar ao outro aquilo que lá encontrou no céu.
Alguns anos um deles morreu!
Tendo ficado o outro na perspectiva quue o amigo voltaria para lhe contar novidades do céu, tal como combinado!!
Os dias e os anos foram passando e nada de o falecido vir trazer novidades!!
Até que um certo dia, o amigo ainda vivo ia caminhando e qual a sua surpresa quando avistou o amigo que tinha morrido!!!
Reconhecendo-o, ficou bastante surprendido!!!
- Até que enfim apareces, então que tens para me contar?? – Perguntou-lhe o amigo vivo.
- Olha entrei para o céu, do que comi nada lá vi, e do que dei lá o encontrei!!!
E foi desaparecendo, dizendo aquelas palavras: “do que comi nada lá vi, e do que dei lá o encontrei!!!
Os três sinais

Era uma vez dois amigos, que se encontravam de vez em quando e sendo tão amigos conversavam sobre a vida e sobre a morte.
E um deles disse: - Gostava que quando estivesse prestes a partir que Deus me mandasse três sinais.
Os amigos separam-s e durante algum tempo e depois voltaram-se a encontrar.
E um deles disse: - Então Deus já te mandou algum sinal?
- Não ainda não me mandou nenhum sinal – respondeu o amigo.
- Mandou sim, já os trazes bem visíveis na tua face!!- Disse-lhe o amigo.
- Então quais são? Perguntou.
- Olha para o teu cabelo, como está?
-Está quase todo branco respondeu o amigo.
-E quando eras jovem de que cor era? Perguntou-lhe o outro.
- Era preto. Respondeu o amigo.
- Olha para os teus olhos, tu vês igual a quando tinhas vinte anos? Perguntou-lhe o outro.
- Não já preciso de óculos!! Respondeu o amigo.
- Olha para a tua boca! Quantos dentes tens? Perguntou-lhe o outro.
- Olha já não tenho quase nenhum. - Respondeu o amigo.
- Que queres mais, não tens aí os três sinais???