Translate

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Convívio de Natal no Centro Social e Paroquial de Rebordãos - Dia 9 de dezembro de 2018 - Grupo Cantares D´Antanho




























Fotografias de: Fernando Cordeiro

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Capítulo 49: 
Reformas republicanas e instabilidade política

Era grande a percentagem,
Que havia de analfabetos,
Construíram-se escolas,
Realizaram-se concertos.

Desenvolveu-se a cultura,
Assim por todo o país,
O ensino gratuito,
Fez feliz muito, petiz.

Desenvolveu-se a cultura,
Desde Faro a Bragança.
O ensino gratuito,
Fez feliz muita criança.

Construíram-se escolas,
Com recursos humanos,
O ensino gratuito,
Desde os sete aos dez anos.

Construíram-se novos liceus,
Em todas as capitais,
Desenvolveram-se técnicas,
Agrícolas e comerciais.

Mais duas universidades,
Os republicanos criaram,
No Porto e em Lisboa,
A de Coimbra renovaram.

Na década de vinte,
Não se atingiu a meta,
Parte da população,
Continuava analfabeta.

O índice de analfabetismo,
Continuava elevado,
O jornal era lido,
Por um senhor letrado.

Os republicanos apoiaram,
Associações culturais,
Onde se faziam leituras,
De revistas e jornais.

Ricardo Jorge ganhou,
Prémios na medicina,
Gago Coutinho fez,
A primeira travessia.

Fez a primeira travessia,
E dia vinte e dois de abril,
Nesse tosco avião,
Gago chegou ao Brasil.

Publicaram-se leis,
A favor dos trabalhadores,
Que eram explorados,
Pelos patrões seus senhores.

Tiveram direito à greve,
Ao descanso semanal,
Aos seguros obrigatórios,
Tudo isso era legal.

Criaram-se sindicatos,
E muitas associações,
Que tinham como objetivo,
Lutar contra os patrões.

Pretendiam os sindicatos,
Exigir mais do patrão,
Reduzir as horas de trabalho,
Melhor salário e instrução.

Apareceu a conferência,
Geral do trabalhador,
Também alguns jornais,
O Operário e O Professor.

O défice era elevado,
O desemprego também,
Eram greves, sobre greves,
Não trabalhava ninguém.

Durante dezasseis anos,
Houve alguma contestação,
Centenas e centenas de greves,
Empobreceram a Nação.

As ordens religiosas,
Mais uma vez atacadas,
Pelo pé de Afonso Costa,
Foram essas ordens esmagadas.

Afonso Augusto Costa,
Foi um duro magistrado,
No seu tempo separou,
A Igreja do Estado.

Afonso Augusto Costa,
O Registo Civil criou,
Desde essa altura então,
Todo o bebé se registou.

Sidónio Pais tentou,
Desenvolver o Estado,
Mas não tardou muito tempo,
Em sofrer um atentado.

Sidónio Pais foi morto,
Homem de muita nobreza,
Era bom para toda a gente,
Muito mais para a pobreza.

Portugal entrou na guerra,
Primeira Guerra Mundial,
Houve grande contestação,
Do povo de Portugal.

Os soldados portugueses,
Para a guerra partiram,
Pois os alemães traidores,
Nossas terras invadiram.

Portugal entrou na guerra,
Ao lado dos aliados,
E lá partiram para a França,
Os malogrados soldados.

Tanta dor, tanta tristeza,
Se espalhou em Portugal,
Seus corpos por lá ficaram,
Não voltando à terra natal.

Em Portugal há um tumulo,
Ao soldado desconhecido,
Todo o homem que morreu,
Ainda hoje não foi esquecido.

As mulheres portuguesas,
Estavam organizadas,
Quer em França, ou em África,
Fizeram suas cruzadas.

As damas enfermeiras,
Tinham o seu hospital,
Ajudavam os soldados,
Com bens e apoio moral.

Os valentes portugueses,
Na Batalha de La lys,
Ajudaram os franceses
A libertar o país.

Quarenta e cinco governos,
E oito presidentes,
Não deram estabilidade,
A milhões de portugueses.

Havia descontentamento,
Entre as classes sociais,
O povo empobrecia,
Ano após ano, cada vez mais.

Subia o custo de vida,
O défice aumentava,
A burguesia enriquecia,
Vestia bem e passeava.

Houve vários atentados,
Com mortos pelo chão,
O que deixava prever,
Uma outra revolução.

A indústria neste tempo,
Ficou um pouco arada,
Nem patrões, nem operários,
Ninguém queria fazer nada.

A industria e os transportes,
Caminhavam lentamente,
Com esta instabilidade,
O País ficou carente.

O País ficou carente,
Aumentou a inflação,
Só restava a Portugal,
Fazer outra revolução.

A industria portuguesa,
Neste tempo estagnou,
Uma ou outra fábrica,
Seu lucro triplicou.

No Barreiro Alfredo Silva,
Sua fábrica instalou,
Com tanto adubo químico,
A produção aumentou.

Da Europa sopravam,
Ventos fortes sem cessar,
Só uma ditadura,
Nos pode salvar.
Ferreira Augusto

segunda-feira, 5 de novembro de 2018


Capítulo 48: 
Implantação da República

No dia cinco de Outubro,
De mil novecentos e dez,
Implantou-se a república,
Vamos ver o que ela fez.

Derrubou-se a monarquia,
Monarquia Constitucional,
Implantou-se a República,
Desta forma em Portugal.

Derrubou-se a monarquia,
Com muita raiva e ódio,
Teófilo Braga foi,
Um presidente provisório.

Preparou as eleições
Sem sofrer contestação,
Elegeu-se um presidente,
Fez-se nova constituição.

Em mil novecentos e onze,
Foi um ano diferente,
Houve livres eleições,
Elegeu-se um presidente.

Manuel de Arriaga
Foi eleito presidente,
Governou quatro anos,
Deixou o povo contente.

O poder legislativo,
Tinha como obrigação,
Fazer leis e muitas leis,
Para o bem da nação.

O poder executivo,
Fazia as leis cumprir,
Os tribunais castigavam,
Quem as leis não quisesse ouvir.

Nem todos podiam votar,
Um presidente escolher,
Só os maiores de 20 anos,
Que soubessem ler e escrever.

Todo o chefe de família,
Também podia votar,
Eleger um presidente,
Para o país governar.

O Palácio de Belém,
Serviu de habitação,
Para qualquer presidente,
Governar bem a nação.

A república tem símbolos,
No mundo não há igual:
O escudo e a bandeira,
E o hino nacional.

Ferreira Augusto

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Capítulo 47:
Causas da Queda da Monarquia

No ultimo quartel,
Do século dezanove,
A burguesia estava rica,
O povo continuava pobre.

Com o comércio e a industria,
A burguesia enriquecia,
O pobre povo coitado,
Da pobreza não saia.

Havia descontentamento,
De muitas populações,
Para a queda da monarquia,
Apontam-se estas razões:

A Inglaterra lançou,
Um ultimato a Portugal,
O rei dom Carlos cedeu,
As coisas correram mal.

O povo não aceitou,
O ultimato estrangeiro,
E logo se revoltou,
No trinta e um de janeiro.

No Porto os republicanos,
Foram então derrotados,
Uns foram para a prisão,
Outros foram exilados.

O ultimato inglês,
Provocou contestação,
Mas o défice financeiro,
Empobrecia a Nação.

Dom Carlos queria touradas,
Desportos e passear,
Deu poderes a João Franco,
Para o País governar.

As Potências Europeias,
Tinham grandes pretensões,
Para o continente africano,
Mandavam expedições.

Mandavam expedições,
Com caminhos estudados,
Procuravam matérias-primas,
Mão-de-obra e mercados.

Portugal também mandou,
Para o continente Africano,
Algumas expedições,
Que duraram alguns anos.

Cerpa Pinto e Capelo,
Partiram num barco chique,
Chegaram ao Litoral,
De Angola e Moçambique.

Fizeram-se neste século,
Viagens de exploração,
Ocupando regiões ricas,
De ouro, diamantes e algodão.

A Conferência de Berlim,
A África repartia,
Pelas Potências Europeias,
Que jogavam à corrida.

O mapa cor-de-rosa,
Portugal elaborou,
Mas a Inglaterra invejosa,
Logo, logo reclamou.

O mapa cor-de-rosa,
Defendia o espaço português,
Que era cobiçado,
Pelo governo Inglês.

Criaram-se alguns partidos,
Republicano e Socialista,
Defendiam suas ideias,
Nos jornais e nas revistas.

Apareceu a carbonária,
Também a maçonaria,
Ajudaram os republicanos,
A derrubar a monarquia.

Dom Carlos o magnata,
Um rei de muito valor,
Teve espingardas de prata,
Não foi um bom caçador.

João Franco foi contestado,
Pelo povo, nessa altura,
O rei delegou-lhe poderes,
Implantou uma ditadura.

Nas mãos de João Franco,
Delegou muito poder,
Implantou a ditadura,
E fez o povo sofrer.

Havia oposição,
De republicanos e maçonaria,
Que desejavam acabar,
Com o fim da monarquia.

Em mil novecentos e oito,
No dia dois de fevereiro,
Mataram o rei Dom Carlos,
E o seu filho herdeiro.

Na Praça do comércio,
Dom Carlos o martirizado,
Ao chegar de uma caçada,
Nessa praça foi caçado.

A rainha Dona Amélia,
Ficou doente e sem brilho,
No atentado perdeu,
Seu marido e filho.

Subiu ao trono Dom Manuel,
Muito jovem sem experiência,
Delegou poderes a nobres,
Que não tinham competência.

Dom Manuel o desterrado,
Foi banido de Portugal,
Foi exilado no estrangeiro,
Ele e a família real.

Manuel segundo foi,
Um rei sem futuro e esperança,
Foi o ultimo monarca,
Da Dinastia de Bragança.
Ferreira Augusto

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Capítulo 46: 
A vida quotidiana na cidade

Na segunda metade,
Do século dezanove,
Cresceu a população,
Portugal ficou mais pobre.

Durante o século dezanove,
Na segunda Metade,
Cresceu a população,
Cresceu muito a cidade.

Cresceram muito as cidades,             
Fizeram-se transformações,
Abriram-se avenidas,
Fizeram-se construções.

Construíram-se escolas,
Teatros e tribunais,
Muitos edifícios públicos,
E mercados municipais.

Pavimentaram-se ruas,
Belos jardins de lazer,
Praças para passear,
Que ainda hoje se podem ver.

Há água canalizada,
Também iluminação,
Começou a recolha do lixo,
Por causa da poluição.

Apareceram os bombeiros,
O carro americano,
Um transporte colectivo,
Noite e dia todo o ano.
 
Havia policiamento,
Noite e dia, toda a hora.
Puxado por cavalos,
De rua em rua ia o chora.

O chora, em Lisboa,
Transportava, passageiros,
Seguia de rua em rua,
Com portugueses e estrangeiros.

Os burgueses nesse tempo,
Eram muito importantes,
Eram médicos e professores,
Militares e comerciantes.

Neste tempo os burgueses,
Tinham um estatuto social,
Tinham enormes riquezas,
Por isso não viviam mal.

Neste tempo os burgueses,
Tinham enorme riqueza,
Alguns foram recebendo,
Títulos de nobreza.

A alta burguesia,
Vivia bem de verdade,
Tinha ricas moradias,
Nos arredores da cidade.

Havia burgueses médios,
Outros menos endinheirados,
Habitavam os bairros novos,
Em andares mal confortados.

A alimentação desta classe,
Era muito variada,
Três refeições ao dia,
Mesa sempre recheada.

Comiam pratos de carne,
Peixe do melhor que há.
Bolos, compota e bolacha,
Bebiam café e chá.

A casa onde viviam,
Mais parecia uma estalagem,
Vivia toda a família,
E também a criadagem.

No calçar e no vestir,
Esta classe burguesa,
Vestiam roupas estrangeiras,
Viviam à moda francesa.

Encomendavam coleções,
Os comerciantes portugueses,
Enchiam os armazéns,
De artigos franceses.

Não só nos Armazéns do Chiado,
Se encontrava esta roupa bela,
Também na Casa Africana,
E no Armazéns Grandela.

As senhoras desta época,
Vestiam roupa da moda,
Chapéu e manga com rendas.
Vestido com grande roda.

O homem vestia calça,
Lenço e boa gravata,
Casaco e belo colete,
Lindo chapéu e cajata.

Quer burguês, quer nobre,
Gostavam da diversão,
Iam a casas de teatro,
E a bailes de salão.

No Porto o são João,
Em Lisboa a dona Maria,
Eram lugares de lazer,
Para os membros da burguesia.

Ouviam belos concertos,
Tomavam banho no mar,
Nos jardins e nos coretos,
Ouviam bandas tocar.

Havia passeios públicos,
Pelas ruas das cidades,
Os passeios e os piqueniques,
Deixaram muitas saudades.

Começou o futebol,
Nesta época em Portugal,
Difundiu-se por todo o lado,
A partir da capital.

A população urbana,
Nem toda vivia bem,
Havia muita miséria,
Numa terra de ninguém.                 

As classes populares,
Nem todas viviam bem,
Trabalhavam noite e dia,
Para ganhar um vintém.

Havia os serviçais,
Muitos homens sem profissão,
Os trabalhadores fabris,
E empregados de balcão.

Ouviam-se os pregões,
Pelas ruas da cidade,
Quem compra, quem quer comprar,
Artigo de qualidade.

Ouviam-se os pregões,
Quem compra, quem quer comprar,
Artigo bom e barato,
Não há melhor no lugar.

Ouviam-se os pregões,
Com frases que fazem rir,
Uns à procura da sorte,
Outros da sorte a fugir.

As classes populares,
Nos bairros pobres viviam,
Em casas sem condições,
Pão e batatas comiam.

Comiam pão e batatas,
O bacalhau era raro,
Por vezes seu alimento,
Uma tigela de caldo.

Havia muitos pedintes,
Homens velhos e crianças,
Vagueavam pelas ruas,
Sem destino e esperança.

O vestuário era simples,
E conforme a estação,
Muitas vezes andavam descalços,
Quer no inverno, quer no verão.

Para a fome esconder,
Cantavam algumas cantigas,
Os homens numa taberna,
As mulheres nas romarias.

Tinham uma vida dura,
Os operários nesse tempo,
Trabalhavam muitas horas,
E pequeno vencimento.

Os salários eram baixos,
Era preciso poupar,
Por vezes mal chegava,
Para a renda pagar.

Os operários fabris,
Tinham má alimentação,
Muitas horas de trabalho,
E péssima habitação.

Os salários eram baixos,
Havia muitos acidentes,
As crianças e mulheres,
Andavam sempre doentes.

Os operários então,
Para não serem explorados,
Lutaram contra os patrões,
E foram recompensados.

Neste tempo os operários,
Lutavam por seus direitos,
Através das associações,
Que tinham virtudes e defeitos.
Ferreira Augusto