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segunda-feira, 26 de março de 2018


Capítulo 35: 
Absoluta de Dom José primeiro

Deram ao Rei Dom José,
O Cognome de reformador,
Fez trabalhos, fez reformas,
Sofreu golpes por amor.

Dom José herdou o trono,
Bastante empobrecido,
Pois o ouro do Brasil,
Do Reino tinha sumido.

Dom José herdou o trono,
Em grandes dificuldades,
Pois o ouro do Brasil,
Chegava em menores quantidades.

A industria e a agricultura,
Davam pouca produção,
Compravam ao estrangeiro,
Para défice da Nação.

Dom José herdou o trono,
A economia não era boa,
Para agravar a situação,
Houve um terramoto em Lisboa.

No dia um de Novembro,
Lisboa inteira tremeu,
Vejam caros leitores,
Aquilo que aconteceu.

Foi grande a destruição,
Lisboa foi arrasada,
Até o Paço da Ribeira,
Não resistiu à derrocada.

Ruíram muitos palácios,
Igrejas e hospitais,
Morreram muitas pessoas,
Oito mil, ou talvez mais.

Lisboa tinha colinas,
Palácios e um castelo,
Dom José tinha um ministro,
Sebastião Carvalho e Melo.

O Marquês tomou medidas,
Os mortos mandou enterrar;
Mandou reconstruir Lisboa,
Com praças de encantar.

A praça, do comércio,
Tinha prédios harmoniosos,
Tudo isto foi possível,
Com os arquitetos famosos.

Eram três os arquitetos,
Com esquadro e papel,
Manuel do Santos, e Eugénio,
O mais famoso Mardel.

Na praça de Comércio,
Está um exímio cavaleiro,
É o Rei Dom José primeiro
A olhar para o Terreiro.

Lisboa das sete colinas,
Era assim Conhecida,
Depois do terramoto,
Ficou Lisboa pombalina.

Suas praças, suas ruas,
Deram o Mundo que falar,
Nesta Lisboa moderna,
Tudo se pode encontrar.

As ruas que eram estreitas,
Muito largas ficaram,
Algumas pessoas dessa época,
Tonto ao Marquês chamaram.

Abriram-se cafés,
Botequins e salões,
Onde poetas e artistas,
Se travavam de razões.

Havia acesas confusões,
Pelos novos ideais,
Que se liam em revistas,
Nas gazetas e jornais.

Neles se bebia vinho;
Aguardente e Aguapé;
Algumas bebidas quentes,
Chocolate, chá e café.
Ferreira Augusto

segunda-feira, 12 de março de 2018


Capítulo 34:
Monarquia Absoluta de Dom João Quinto

Durante o Século dezoito,
Vigorou em Portugal,
O Regime Absoluto,
Causador de tanto mal.

Vigorou em Portugal,
O Regime Absolutista,
E teve em Dom João Quinto,
O seu melhor estadista.

Magnânimo foi o nome,
Que deram ao Rei poderoso,
Por outros reinos era invejado,
O seu Reino Grandioso.

Era Rei Absoluto,
Detinha todos os poderes,
Gozava de privilégios,
Escamoteava os deveres.

No tempo de Dom João,
Era rica a Nação,
Na corte havia luxo,
Riqueza e ostentação.

Havia bailes de gala,
Grandes festas e touradas,
O que causou mais espanto,
Foram suas embaixadas.

Suas faustosas embaixadas,
Feitas a Roma, Áustria e Paris,
Simbolizavam o poder,
E a riqueza do País.

Os palácios e os solares,
Eram muito decorados;
Havia lindos tapetes,
E belos quadros pintados.

Nos palácios e solares,
Havia tapeçarias,
Lustros por todos os cantos,
E finas louças das índias.

As senhoras viviam,
Recatadas nos salões;
Apareciam a animar,
Grandes festas e serões.

Havia jogos na corte,
E para manter a tradição,
Jogavam damas e xadrez,
O ganso e o gamão.

Dançavam algumas danças,
Ao toque do violino;
Minueto e savana,
Para dançar com jeitinho.

Havia berlindes e coches,
Puxadas por cavalos,
Para levarem os nobres,
Assistirem aos espectáculos.

A nobreza tinha cargos,
Que Afonso Quinto lhes dava,
Os negócios das colónias,
A nobreza controlava.

O Clero tinha interesse,
Que o Rei lhe desse poder;
Dinheiro, terras e cargos,
Para confortável viver.

O clero e a nobreza,
Ordens privilegiadas,
Viviam em palácios vistosos,
Iam a festas e touradas.

Para festas e touradas,
Ia o clero e a nobreza,
Mostrando sua valentia,
Exibicionismo e destreza.

Alguns membros da Nobreza,
Os burgueses criticavam,
Às vezes faziam chacota,
Quando os burgueses passavam.

Os burgueses poderosos,
A nobreza imitavam,
Pela forma de vestir,
Em casa banquetes davam.

Não pagavam impostos,
Muitas rendas recebiam,
Gozavam de privilégios,
Na vida nada faziam.

Podiam-se distinguir,
Logo pelo nascimento;
Pelo modo de vestir,
Também pelo tratamento.

A sociedade portuguesa,
Era estratificada,
Cada qual na sua ordem,
Sua função desempenhava.

Uma ordem orava;
Outra ordem combatia,
Outra que trabalhava,
Esta pouco recebia.

Pelo clero e nobreza,
Distribuiu, muita riqueza,
Ainda hoje é visível,
Nos solares e igrejas.

O clero e a nobreza,
Tinham apenas direitos,
Iam a festas e touradas,
Ouviam belos consertos.

Tinham grandes propriedades,
Pelo povo exploradas,
Recebiam rendas e impostos,
Que o pobre povo pagava.

O clero ordem rica,
Ao culto se dedicava,
Dava assistência, aos doentes,
E os hereges condenava.

O clero dirigia,
O Tribunal da inquisição,
Que condenava à morte,
Quem fosse doutra religião.

Instrumentos de tortura,
A inquisição utilizou,
Quantos irmãos de Jesus,
A inquisição torturou.

No tempo da inquisição,
Houve verdugos, cruéis,
Que condenavam à morte,
Hereges e infiéis.

No campo o camponês,
Trabalhava sem colher frutos,
Ao clero e à nobreza,
Pagavam altos tributos.

Nas cidades viviam,
Trabalhadores aguadeiras,
Ambulantes e burgueses,
Comerciantes e regateiras.

Nas cidades do século dezoito,
Havia muitos mendigos.
Muitos pobres e delinquentes.
E órfãos desprotegidos.

No tempo de Dom João,
Não houve só festas nem divertimentos,
Também mandou construir,
Imponentes monumentos.

Aqueduto de águas livres,
Tinha fina arquitectura,
Mas o convento de Mafra,
Hoje na História perdura.

O Convento de Mafra,
Que Saramago inspirou,
Tanto ouro, tanta prata,
Saramago lá encontrou.

Tem um carrilhão de sinos,
No Mundo não há igual,
Quando o carrilhão toca,
Estremece Portugal.

A arte barroca era,
De azulejos decorada,
Tinha curvas contra curvas,
E muita talha dourada.

Dom João ficou doente,
A doença lhe deu luta,
Rodeou-se da Nobreza,
De uma nobreza corrupta.

O ouro brasileiro,
Que agora chegava,
Voava para o Estrangeiro,
Em Portugal não ficava.

João Quinto adoeceu,
Triste mágoa o comove,
Herdou o trono seu filho,
Mas Portugal, estava pobre.
Ferreira Augusto

segunda-feira, 5 de março de 2018

Capítulo 33:
Tráfico Negreiro

Portugal teve um Império,
A partir de mil e quinhentos,
Tudo isto foi possível,
Graças aos descobrimentos.

O comércio oriental,
Em decadência entrou.
Neste contexto Portugal,
Para o Brasil se encaminhou.

No Brasil explorou-se,
No início muita madeira.
Mais tarde cultivou-se,
A cana-açucareira.

Muitas aves exóticas,
No Brasil encontraram,
As varandas dos nobres,
Essas aves decoravam.

Construíram-se engenhos,
O senhor era fazendeiro,
Através da mão-escrava,
Ganharam muito dinheiro.

No início os fazendeiros,
Os indígenas escravizaram,
Estes eram muito frágeis,
Doentes se encontravam.

Os indígenas eram frágeis,
Não cumpriam as obrigações,
Abandonavam o trabalho,
Fugiam para os sertões.

Os fazendeiros castigavam,
Esses homens de pele castanha,
Procuraram outros homens,
Mão-de-obra Africana.

Os escravos eram transportados,
Em péssimas condições,
Por vezes acorrentados,
Nos mais escuros porões.

Quando chegavam ao Brasil,
Doentes e enfraquecidos,
Como animais selvagens,
Nas praias eram vendidos.

Para os engenhos eram levados,
Para trabalhar noite e dia,
Quando eram separados,
Era enorme a gritaria.

Também fugiam do trabalho,
E quando eram apanhados,
Pelo senhor seu dono,
Eram muito castigados.

O Engenho nesse tempo,
Por duas partes formado,
Casa Grande do senhor,
A Senzala do escravo.

O Padre António Vieira,
Homem culto e letrado,
Lutou contra a escravatura,
Protegeu muito escravo.

O Padre António Vieira,
Conhecedor da escritura,
Protegeu muitos escravos,
Lutou contra a escravatura.

O Padre António Vieira,
Foi orador e escritor,
Da língua Portuguesa,
Foi um grande defensor.

O Padre António Vieira,
Escreveu muitos sermões,
Que dirigia aos peixes,
Que aos homens davam lições.

O Padre António Vieira,
Viveu junto da nobreza,
Foi um grande defensor,
Da língua portuguesa.

O Padre António Vieira,
Escreveu muitos sermões,
Quer em Lisboa ou Brasil,
Atraíam multidões.

No Brasil não é esquecido,
O padre António Vieira,
Protegeu muitos indígenas,
Da exploração mineira.

O Padre António Vieira,
Foi fiel missionário,
Librou muito indígena,
Do castigo do calvário.

Os indígenas apresentavam,
Um comportamento estranho,
Fugiam para o deserto,
Dos castigos do tirano.

O Comércio de escravos,
Rendeu bastante dinheiro.
Na história ficou conhecido,
Como tráfico negreiro.

Quando os escravos fugiam,
Do trabalho para os sertões,
Iam à procura deles,
Soldados e expedições.

Iam à procura deles,
Expedições de bandeirantes,
Pelos caminhos acharam,
Muito ouro e diamantes.

Os bandeirantes acharam,
Diamantes muito ouro,
Nos sertões de Minas Gerais,
Essa riqueza, esse tesouro.

Os bandeirantes sofreram,
Muitos perigos nos desertos,
Ataques dos indígenas,
E picadas dos insectos.

Muito ouro, muito ouro,
No Brasil se encontrou.
Muita, muita gente do Reino,
Para o Brasil emigrou.

Portugal, ficou sem gente,
E com os campos por lavrar,
Com oficinas dormentes,
E frutos por apanhar.

Em Angola e Guiné,
Havia homens com fartura,
Levados para o Brasil,
Para terem uma vida dura.

Os senhores dos engenhos,
Sem escrúpulos nem fé,
Escravizavam, sem temor,
Homens de Angola e Guiné.

A rota triangular,
Unia três Continentes;
Europa, África e América,
Houve trocas excelentes.

A Europa fornecia,
Bagaço, quinquilharias,
Em troca recebia,
Melhores mercadorias,

Os barcos da Europa,
Pela África passavam,
Muitos escravos africanos,
Para o Brasil, carregavam.

Os escravos no Brasil,
Foram muito mal tratados,
Ó quantos deles morreram,
Com a fome e acorrentados.

Da América traziam,
Açúcar, ouro e feijão;
Tabaco e chocolate,
Prata, batata e algodão.

Quando ao Rei comunicaram,
Que havia ouro naquele lugar,
O Rei ficou tão contente,
Que não queria acreditar.

Começou então a chegar,
A Portugal muita riqueza,
Muita prata e muito ouro,
Entrou nos cofres da nobreza.

Partiram muitos colonos,
Para o solo brasileiro,
Povoando o Brasil,
E ganhando algum dinheiro.

Do ouro explorado,
Para o Rei a quintalada,
A sua corte de luxo,
Por outras era invejada.

O Rei ficou tão contente,
Começou a saltitar,
Para controlar tanto ouro,
Que medidas vou tomar?

Vou fundar o ouro em barras,
Cunhar nele meus brasões,
Assim, já não é roubado,
Por piratas e ladrões.
Ferreira Augusto